terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Cenário Internacional (II)

ASIA
A China não somente domina a economia da Ásia; ela, juntamente com os Estados Unidos, dominam a economia do mundo. O GPD do país cresceu 10,3% em 2010 e acumulou quase 1 trilhão de dólares em reservas. O governo não sabe aonde colocar tanto dinheiro, a não ser comprar debêntures do tesouro americano, que é mais confiável e seguro.

Mesmo assim o governo da China está cheio de preocupações. A última política americana de injetar liquidez na economia pela compra adicional de 600 bihões de debêntures do tesouro (QE2) é vista como “imprimir dinheiro”; QE2 aumenta drasticamente a oferta de dinheiro, baixa a taxa de juro americano e o valor do dólar. A China sofre prejuízo e tem medo de mais prejuízo sobre o investimento de quase 1 trilhão de dólares de debêntures que ela possui. O problema não é diferente de qualquer investidor, privado ou público, que vê o valor dos seus ativos evaporando ao longo do tempo.

A China colocou todos os ovos na mesma cesta. Aí o provérbio: “Se o banco empresta para você dez mil dólares, o banco te possui; se o banco te empresta um milhão de dólares, você possui o banco”.
Durante a visita a Casa Branca na semana passada, Hu Jintao e Obama apertaram as mãos, tiraram fotos, conversaram cordialmente, com jantar e discursos para o mundo ver. Sobre a revalorização do renminbi, o processo é gradativo, no ritmo que a soberania chinesa determina. Sobre os direitos humanos, Obama não pressionou (os jornalistas sim), e Hu ficou quieto. O manifesto é de cooperação, co-dependência e coexistência

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Cenário Internacional (I)

U.S.A.
Ben Bernanke comentou que os esforços do Federal Reserve para bombear dinheiro na economia é parcialmente responsável pela alta no mercado de ações. A política de injetar liquidez na economia pela compra adicional de 600 bilhões de debêntures do Tesouro é conhecido no mercado como QE2 – Quantitative Easing 2, em contraste com QE1, em março de 2009, quando iniciou a recuperação da bolsa de um nível desastroso.

Alguns analistas criticam que enquanto QE1 e QE2 fazem milagres no mercado de ações, o impacto sobre o GDP e o nível de emprego é apenas anêmico.

Bernanke testemunhou na semana passada perante o Comitê de Orçamento do Senado que a economia americana será “moderadamente mais forte em 2011 do que em 2010”. “A expectativa de crescimento será entre 3 a 4%. Sou mais otimista agora do que há 4 meses. Estamos no caminho certo”.


Europa
Ultimamente a mídia não vem divulgando muitas notícias sobre a Europa. “No news is good news!”

Irlanda, Portugal e Grécia estão fazendo um esforço para cortar o déficit do governo e equilibrar as contas, até com corte de salários e benefícios dos funcionários públicos.

Na Espanha, a procura dos investidores internacionais por debêntures soberanas foi o dobro da oferta. Um bom sinal de confiança.

Alemanha continua a ser a locomotiva da zona do euro, tanto na produção industrial quanto na exportação. França, Itália e outros seguem de carona, com crescimento moderado. O euro sobe para 1,33.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

As metas para 2011 – 2014

A meta de inflação
O novo Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, manifestou sua ambição de reduzir o patamar de 4,5% de meta de inflação que tem se repetido nos últimos anos. Essa meta converge com o discurso proferido no Congresso pela Presidente Dilma Rousseff, para quem a inflação baixa é a base da manutenção do crescimento econômico.


A meta de juro real
Apesar da expectativa no mercado financeiro de uma elevação de 0,5% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para 11,25% ao ano, a meta de juro real (descontada a inflação) é de 2% (atualmente, a taxa está em torno de 5,5% a 6%).


A meta de não valorização da moeda
O novo ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse: “o governo não vai ficar passivo, inerte, assistindo à nossa moeda se valorizando e a nossa indústria sendo prejudicada”. Em 2010 as exportações foram as maiores da história, mas o resultado foi pressionado pela alta nas importações, que somaram US$ 181,6 bilhões, 42,2% mais que em 2009. Com isso, o saldo da balança comercial, em 2010, foi o mais baixo desde 2002: o superávit caiu 19,8% comparado com 2009, para US$ 20,3 bilhões.

Redução de impostos
Para compensar a indústria nacional de perdas provocadas pela valorização do real, Dilma vê a necessidade de desonerações setoriais de impostos, como móveis, calçados e têxteis.

Se durante os 4 anos do governo Dilma o mercado sentir que as metas serão atingidas, a bolsa sobe; e se o mercado não tiver a confiança de que as metas serão atingidas, a bolsa cai. O mercado sempre trabalha com percepções. Quando todas as metas forem atingidas, estará na hora de vender as ações em bolsa. A bolsa é como um jogo de pôquer. Quando todas as cartas são abertas, está na hora de recolher as fichas. The game is over!