terça-feira, 30 de agosto de 2011

Telesp ON/PN (TLPP3/TLPP4)

Faz um bom tempo que não recomendo uma ação da Bovespa. Mas Telesp merece nossa atenção.


Lucro Líquido = 06.2011/06.2010 = 1.562M/1.180M = +32%

Preço/Lucro = 22.8.2011/06.2011 = 46.35 (PN)/4.5258 = 10.24

Dividendo yield = 06.2011/22.8.2011 = 5.06/46.35 = 10.92%


Telesp PN, ao preço de 46.35, sofre um pequeno reajuste de 5,7% do seu recente pico histórico de 49.14. Enquanto a Bovespa, em 2011, sobre uma queda de 23%.

Telesp ON, ao preço de 42.41 é 8,5% mais barata do que a PN. E no caso de alienação do controle acionário, o adquirente tem que pagar o mesmo preço do bloco de controle para os demais acionistas de ON (tag along). Lembre-se de Portugal Telecom, que ao anunciar a compra do controle da Vivo, em maio de 2010, o preço da Vivo ON disparou e chegou a dobrar no primeiro semestre de 2011 quando o “take over” foi consumado.

No primeiro momento do “take over bid” de Portugal Telecom, eu vendi toda a posição de Vivo ON, que subiu 20% num dia, e fiquei satisfeito com o ganho. É melhor ter um pássaro na mão do que dois voando. Mas o papel não parou de subir nas semanas que se seguiram com os sucessivos aumentos de “bid” pela Portugal Telecom diante das sucessivas recusas dos controladores da Vivo. Lamentavelmente, eu vendi cedo demais. Meu corretor ainda tentou me consolar: “Sr. Tong, deixe os outros ganharem um pouco também”.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

“Parar”, antes de dar a “marcha à ré”

Indicadores divulgados em 19/08 pelo Banco Central mostraram uma desaceleração moderada na atividade econômica brasileira no 2° trimestre de 2011, que se encerrou em junho.

O ritmo de atividade (IBC) caiu para 0,7% no fechamento de junho contra 1,1% em março. É o menor índice da série medida pelo BC nos últimos 12 meses. Paralelamente, o índice de volume de vendas desacelerou, baixando de 2% em março para 1,1% em junho. A produção industrial registrou índice negativo de 0,7%. O volume de crédito, que caiu no 2° trimestre, já mostra sinais de moderação quando anualizado. A geração de empregos também diminuiu no trimestre.

Segundo o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, o resultado pode indicar uma interrupção no ciclo de alta de juros, mantido pelo governo desde janeiro. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) está marcada para 30 e 31 de agosto, para definir a taxa Selic, que baliza os juros de toda a economia.

Como a inflação do trimestre apresentou um recuo substancial como resposta às medidas do governo, o mercado deve apostar numa parada na taxa Selic. Lembremos que o Banco Central conduz a taxa Selic como a gente dirige um automóvel. A primeira manobra é parar, antes de dar a marcha à ré.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Duas semanas de turbulência

O Congresso Americano tinha que resolver a extensão da dívida pública antes de 2 de agosto de 2011, sob ameaça de que o país não poderia mais refinanciar a dívida e, conseqüentemente, se encontraria na situação de “default” (inadimplência). Na última hora os republicanos e democratas chegaram a um acordo e o “default” foi evitado.

O mercado se sentiu aliviado. Houve esperanças de que a bolsa abrisse em alta na segunda-feira, 1 de agosto. Mas a onde de pessimismo permaneceu. O mercado achou que o problema fiscal não foi enfrentado e a situação era mais grave do que parecia. O mercado caiu todos os dias na primeira semana de agosto.

Após o encerramento do pregão no dia 5 de agosto, a agência Standard & Poors rebaixou a nota de crédito dos Estados Unidos de AAA para AA+, diante da avaliação de dificuldade de contenção da dívida pública, e de que o acordo com o Congresso é apenas um esparadrapo sem soluções convincentes para reduzir o endividamento.

Na segunda-feira, 8 de agosto, a bomba estourou. As bolsas do mundo inteiro caíram violentamente. Dow Jones caiu 5,5%, Nasdaq caiu 6,9% e Bovespa caiu 8%. No final do dia, Moody’s, a segunda maior agência de classificação de risco justificou a decisão de manter a nota máxima (AAA) para a dívida dos Estados Unidos. Na avaliação da Moody’s, o aumento do limite de endividamento, definido em 2 de agosto, é um “passo numa boa direção, o da redução do déficit”.

O resto da semana recuperou, caiu novamente, e recuperou com a divulgação da diminuição do desemprego americano.

Durante as duas semanas de turbulência acompanhei as bolsas mundiais com nervosismo e angústia, porém, sem mexer na minha carteira. O caminho da recuperação é lento. Tenha paciência. Bovespa já caiu 22,8% no ano. Acho que a gente já viu o fundo do poço.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Uma casa em Miami?

Como o dólar a R$ 1,55 aumentou o número de brasileiros de classe média que levam a família para passar as férias em Miami. Há filas de agendamento tanto para obter passaporte na Polícia Federal quanto para conseguir visto no consulado americano em São Paulo.

Para os brasileiros de classe mais alta, a moda hoje é investir em imóveis em Miami, pelos seguintes motivos:

1º, a crise americana derrubou o preço dos imóveis
2º, a queda do dólar
3º, o comprador só precisa apresentar o passaporte, não há exigência de green card
4º, a possibilidade de financiar o bem com algum banco de lá, com juros de fazer inveja aos brasileiros (a partir de 3% ao ano).

Mas eu gostaria de apontar algumas precauções quanto ao investimento. Tudo bem, se a casa ou o apartamento for pago à vista, com o câmbio a R$ 1,55. Se for financiado em 10 anos, quem garante que ao câmbio permanecerá neste nível ao longo do prazo de financiamento? Você vai morar lá 30 dias por ano?
Nos primeiros dois anos sim, e depois não vai mais porque a esposa vai querer ir para a Europa. Não esqueça os encargos: IPTU, condomínio, água, luz, telefone, TV, etc.

Há anos, uma amiga me convenceu a não comprar um apartamento em St. Petersburg, Florida. Ela disse: “Eu vou para minha casa, em Miami, uma vez por ano. Chegando lá, uma vez, o ar condicionado não funcionou. Tive que chamar o técnico para consertar. Depois de descobrir a peça com defeito, o técnico levou três dias para terminar o trabalho. Quando o aparelho começou a funcionar, já estava na hora de voltar. O pior de tudo é que eu vou para lá por obrigação e não por prazer.”

Uma casa em Miami confere “status”, mas prefiro o conforto da minha casa em Porto Alegre. Home, sweet home. Sem uma segunda residência, tenho uma coisa a menos para me preocupar.