
Hoje em dia está na moda o lançamento de ações através de IPO. As companhias fechadas querem abrir seu capital para captar recursos em vez de pedir empréstimos aos bancos (e pagar juros). As companhias abertas querem recursos para reforçar o caixa para eventuais novos investimentos.
A empresa interessada em abrir o capital através de IPO contrata um banco de investimento que estuda a viabilidade, o “timing”, a quantidade (como % das ações existentes), o preço, e as comissões, que dependem se o underwriting é de “best effort” ou garantia firme (neste caso se o IPO não for totalmente subscrito, o underwriter subscreve e cobre a diferença). Aprovado pela CVM, a Bolsa anuncia a data de início de subscrição e negociação.
Por exemplo:
Empresa X
Ações existentes: 10.000.000
IPO: 30% = 3.000.000
Preço por ação: R$ 30
Total IPO = R$ 90.000.000,00
Na maioria dos casos o dinheiro do IPO entra para o caixa da empresa (Caso A). Mas existem muitos casos em que o IPO é uma oferta de venda de ações já existentes. Em outras palavras, são os sócios atuais que vendem parte de suas ações. Neste caso, o dinheiro do IPO não vai para o cofre da empresa, mas sim para o bolso dos sócios (Caso B).
Eu não subscrevo IPO do Caso B, porque isso não traz benefício para a empresa.
Agora tratemos da outra face da moeda: como vender as ações subscritas no IPO do Caso A.
Se as ações do IPO subirem na Bolsa, eu fico com elas por um bom tempo, ou até compro mais na Bolsa (fazer média para cima). Eu vendo quando o papel atinge P/L excessivo, ou quando preciso de dinheiro para subscrever outro IPO mais atraente.
Se as ações do IPO caírem na Bolsa, eu coloco um stop loss com a corretora (por exemplo, IPO foi a R$ 30,00, o papel não tem força para subir. Coloco uma ordem de venda a R$ 28,50, disposto a aceitar um prejuízo de 5%). Se a Bovespa está indo bem, os outros IPOs estão indo bem, e esta ação que eu subscrevi cai abaixo do preço de subscrição, “something is rotten in the Kingdom of Denmark!”