O comércio mundial com a
China é como os jogos de pôquer ou de majong. Quando todas as fichas ficam com
um jogador, o jogo não pode continuar. Devido à mão de obra barata, a China
exporta tudo para o resto do mundo, acumulando quase um trilhão de dólares em
reservas que estão aplicadas em debêntures americanas (treasury bonds), rendendo
juros e financiando o déficit americano. O bolo cresce mais com o juro composto
e o estado compra mais bonds americanos.
O que adianta o estado ficar
rico e o povo continuar pobre? Nos últimos anos, a China acordou e mudou a
meta, de priorizar a exportação para o consumo interno, elevando o padrão de
vida do povo. Interiorizar a manufatura e o consumo, diminuindo o “gap” entre o
leste e o oeste da China. “Interiorizar” também porque a mão de obra nas
províncias da costa leste não é mais barata como antes.
Gradualmente a China está
mudando de economia de produção para a economia de consumo (keynesiano), e como
o povo agora tem mais dinheiro está se criando mais procura por bens e
serviços. O mundo está preparado para vender para a China nos próximos 20 anos.
Afinal de contas, a China será o maior mercado de consumo do mundo.
O Brasil está preparado para
invadir o grande mercado da China?
As empresas que já estão
exportando para China, como Marcopolo, Embraer, Azaléia, devem criar “uma
cooperativa de exportadores para China” junto com as empresas que pretendem
iniciar as exportações para trocar idéias e experiências sobre estratégias,
legislações, tarifas, incentivos e facilidades cambiais (por exemplo, o
pagamento pode ser feito em renminbi, real ou dólar). Quem sabe a Presidenta
Dilma pode criar um novo ministério de Intercâmbio Brasil – China para
incentivar e incrementar o comércio bilateral entre os dois países.