Na quinta-feira passada
(11/07/2013), o governo americano divulgou que o número de americanos
cadastrados para os benefícios de desemprego aumentou para 360.000. Mas todas
as bolsas do mundo subiram em função desta notícia porque o mercado especulou
que o FED deve manter os estímulos (QE) por mais tempo. Portanto, bad news is
good news.
O S&P 500 subiu seis
dias consecutivos, e o Nasdaq index 100 subiu 12 sessões consecutivas. S&P
recuperou toda a queda de 5,8%, de 22 de maio a 24 de junho, provocada pela
declaração de Bernanke de que o FED poderia restringir a comprar de debêntures
(ou diminuir a liquidez) se a economia continuasse melhorando.
Em 11 de julho de 2013, o
índice Dow Jones, S&P, Nasdaq - todos bateram recordes históricos. Todas as
bolsas européias subiram bem. O Índice MSCI Emerging Markets subiu 3%, Shanghai
3,2%, Hong Kong 2,5%, Seul 2,9%.A Bovespa já devolveu o ganho no dia seguinte.
Que decepção!
Devemos rezar para que o
nível de desemprego americano continue alto e os estímulos do FED permaneçam
por um período longo? O foco do mercado muda com o tempo. Daqui a seis meses ou
um ano, o mercado não relacionará desemprego com o estímulo. Serão outros
fatores como inflação, taxa de juro, taxa de crescimento, endividamento como
percentagem do GDP, taxa de câmbio, etc., de cada país que determinam a
oscilação de cada bolsa.
Para quem investe na bolsa
brasileira é interessante observar as mudanças que o governo pretende
introduzir após o término dos protestos. O povo e os sindicatos querem mais
escolas, melhor atendimento nos hospitais, menos gastos públicos e menos
números de ministérios. O povo se revolta contra a corrupção e os mensalões
(até agora ninguém foi para a cadeia), contra a burocracia e a ineficiência.
Embora o governo reconheça como justas as reivindicações, terá coragem para
implantar as mudanças? Temos de acabar com o jogo de empurra-empurra das
responsabilidades entre o executivo, congresso e judiciário. Senão estaremos
perdendo tempo, e nenhuma reforma será concretizada na gestão da Presidenta
Dilma, deixando tudo pendurado para depois da próxima eleição. Se o povo não
tem paciência para toda a demora com as reformas, vão recomeçar os protestos
nas ruas e praças. Com esse círculo vicioso, o Brasil torna-se um país de
protesto eterno sem ordem e progresso.
Admito que o cenário acima
descrito é demais pessimista. Tomara que isto não aconteça. Estou esperando ver
a luz no final do túnel. Esperança é a última a morrer!