O mês de julho, 2013, foi
desastroso para as bolsas do mundo e do Brasil. O Federal Reserve tem injetado
$ 85 bilhões mensalmente via compra de títulos (quantitative easing – QE) para
estimular a economia. Como o programa não pode continuar eternamente, o mundo
investidor especula quando o estímulo vai acabar. Ben Bernanke anunciou que
enquanto a inflação continuar baixa e o desemprego não cair para o nível de 7%
(atualmente está em 7,5%), o estímulo deve continuar. Como o desemprego não
cairia meio porcento da noite para o dia, o FED, acompanhando a evolução da
economia, poderia diminuir o estímulo de $ 85 bilhões para $ 65 bilhões
mensalmente, mexer um pouco na válvula (tapering), mas não fechar a torneira.
As opiniões de outros diretores do FED também não são unânimes. Uns querem
acabar com o estímulo, visando o perigo da inflação futura; outros querem
manter o status-quo, achando que é cedo demais para descontinuar o estímulo.
Neste ambiente, as bolsas
americanas e mundiais ficam voláteis e nervosas. Diante da incerteza da
política do FED, e a alta de 15% das bolsas americanas no primeiro semestre do
ano, os investidores resolveram realizar lucros. Embora a economia do mundo
está melhorando (Europa resolveu temporariamente o problema da dívida, e o
Japão está saindo da recessão), as bolsas do mundo caíram violentamente na
segunda quinzena de junho. Chuvas e trovoadas de repente em dia de sol
brilhante.
No Brasil, além da queda do
Índice Bovespa de 15,9% (de 56.406 em 24/5 para 47.457 em 28/6) o país sofreu
uma desvalorização da moeda de 8,6% (de real = US$ 0.49 para US$ 0.448) no
mesmo período. Medida em dólar, os investidores na bolsa brasileira perderam
25,9%, e todos os brasileiros (mesmo não investindo na bolsa) perderam 8,6% de
seus ativos (terrenos, casas, móveis, automóveis, etc) e seus ganhos (salários,
aposentadorias, juros e poupanças).
Os protestos do povo
começaram com o aumento da passagem de ônibus e se arrastaram contra a
corrupção burocracia e ineficiência do governo. O povo, pela intuição, sentiu
que algo está errado. O governo da Presidenta Dilma tem um plano estratégico
para sair deste buraco?
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