Em 28 de agosto de 2013, o
Banco Central aumentou a Selic de 8,5% para 9% (terceiro aumento sucessivo de
0,5%) para frear a taxa de inflação provocada pela depreciação da moeda. “Alta
taxa de juro deve ajudar a controlar a inflação e levantar a confiança dos
investidores”, disse o Fundo Monetário Internacional (IMF) num relatório na
quarta-feira passada. O Banco Central deixa a porta aberta para mais reajustes
na taxa em futuro próximo.
Não importa o que o Banco
Central faz ou o IMF acha, eu estou sentindo a inflação em carne e osso.
Alimentos, remédios, cigarros, jornal, aumentam de preço mensalmente ou
trimestralmente (mais de 15% ao ano na média). Gás em botijão, água em garrafa,
idem. Os serviços: o guarda da rua quer aumento anual de R$ 200 para R$ 230
(15%); a limpeza da piscina sofreu um reajuste de R$ 170 para R$ 200 (17,6%); o
jardineiro reajusta o preço do serviço de vez em quando, ou diminui as horas de
trabalho.
A importação de trigo com o
real desvalorizado encarece o preço do nosso pão de cada dia. Uma lata de
cerveja sobe de R$ 1,99 para R$ 2,39 (20%) alegando depreciação de moeda,
embora o produto tenha pouco componente importado. Uma caipirinha de vodka
Wyborowa (polonesa) sobre de R$ 17,00 para R$ 20 (17,6%), embora o copo
contenha pouca vodka e bastante gelo e limão. Todos os comerciantes usam a
desvalorização da moeda como pretexto para subir os preços.
Em outras palavras, a
inflação do país sobre pari passu com o dólar. A gente ganha em real, mas gasta
em dólar. Portanto, não adianta o governo depreciar a moeda, porque os preços
sobem na mesma medida ou além!
O custo de vida no Brasil é
mais caro do que nos Estados Unidos. O Brasil tem uma das maiores taxas de
inflação do mundo provocada principalmente pela depreciação da moeda, e uma das
maiores taxas de juro tentando contê-la.
Lamento que não será durante
o resto da minha vida que verei o Brasil sair do status de país emergente para
o de país desenvolvido.
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