terça-feira, 17 de julho de 2012

Petrobrás

Apesar da alta do preço do petróleo no mercado internacional, o governo e a Petrobrás, no curso de 2012, protelavam o aumento de preços dos combustíveis para frear a taxa de inflação. O preço da ação da Petrobrás caiu vertiginosamente na Bovespa, arrastando a bolsa toda para baixo.
No final de junho, o governo decretou um pequeno aumento no preço dos combustíveis e compensou o aumento com uma redução de imposto sobre o mesmo, aliviando um pouco o impacto sobre o bolso do consumidor. O mercado achou a medida tímida e derrubou ainda mais o preço de Petrobrás.
Em 12 de julho de 2012, Petrobrás anunciou um reajuste de 6% no preço do diesel nas refinarias a partir de 16 de julho. Na sexta-feira, 13 de julho, os papéis da estatal dispararam 5,63% (ON) e 5,22 % (PN). Também pesou a boa performance do petróleo no mercado internacional, em Nova York e Londres. A alta de Petrobrás é atribuída à percepção do mercado de que, doravante, a empresa estatal deve equiparar os preços de combustíveis com o mercado internacional. Afinal de contas, o Brasil não é a Venezuela. A estatal não deve manipular os preços como achar conveniente.
É difícil ler a mente do governo. Talvez nem o governo saiba como tratar os preços dos combustíveis. Num mercado livre, os preços para os consumidores são o preço internacional multiplicado pela taxa de cambio, mais frete, custo de distribuição e uma pequena margem para os postos. Numa empresa de monopólio estatal, o governo tem que pensar como os preços dos combustíveis afetam a inflação. Com a inflação em alta, o governo deixa de ajustar os preços dos combustíveis. Com a deflação, o governo reajusta os preços que estavam atrasados. No passado o governo já praticou tabelamento de preços, o que criou mercado paralelo, greve e outras complexidades.
Não acredito que o Brasil vai equiparar os preços dos combustíveis com o mercado internacional como regra do jogo. Às vezes, equiparar, às vezes não. O governo e a Petrobrás dançam conforme a musica e os acionistas minoritários sofrem as conseqüências.
Como consumidor, cidadão brasileiro e economista, defendo que os preços dos combustíveis devem se alinhar com os preços internacionais, sem interferência do governo, num mercado livre, regido pela oferta e procura. Como praticado nos paises desenvolvidos.