segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Fundos Soberanos, a nova onda de mega-aquisições - Parte I

Este post introduz os novos fundos soberanos que pertencem a nações ou paises e tem o objetivo de diversificar as reservas cambiais, mas também atuar politicamente adquirindo ativos estratégicos para o país comprador. O maior obviamente é o do Banco Central Chinês, que resolveu diversificar seu um trilhão de dólares reservas. Esse artigo, reproduzido do WSJ fala sobre como a China esta investindo em empresas americanas de peso e gerando forte resistência política nos EUA. O assunto foi trazido por Patrick Victor Lee, de NY.

Great Wall Street of China
By RICK CAREW in Beijing, LAURA SANTINI in Hong Kong and JAMES T. AREDDY in ShanghaiDecember 20, 2007;

Beijing's plan to invest $5 billion in Morgan Stanley caps a milestone year for China's deal makers: For the first time, Chinese companies and the government bought more overseas than foreign buyers have invested in China.
Chinese buyers have spent $29.2 billion acquiring foreign companies so far this year, while investors from the rest of the world have bought $21.5 billion of Chinese companies, according to Thomson Financial.
The investment in Morgan Stanley will give state-run China Investment Corp. -- a sovereign-wealth fund, essentially the government's money pile -- as much as 9.9% of the Wall Street giant.
It is the latest in a string of bailouts of financial giants by foreign investors as the firms struggle with souring mortgage-related investments. Indeed, yesterday Morgan Stanley reported a $9.4 billion write-down for its fiscal fourth quarter on its U.S. subprime and other mortgage investments.
Citigroup Inc. and UBS AG received sizable help from Middle Eastern and Singaporean investors in recent weeks. Wall Street firm Bear Stearns Cos. agreed in October to swap $1 billion investments with China's Citic Securities Co.
The question now is, are these investors the smart or the dumb money? Historically, foreigners are the suckers who allow the locals to sell out at the market's peak.
Already, the Abu Dhabi Investment Authority, which invested $7.5 billion in Citigroup, told executives at the bank that it wasn't pleased by Citigroup's move to bring $49 billion in assets onto its balance sheet, people familiar with the matter said. The investor also expressed concern that Citigroup might have to raise more capital, potentially diluting its investment.
A person aware of the matter said Citigroup's relationship with Abu Dhabi remains good and that Abu Dhabi officials didn't disagree with the bank's actions.
And there has been a political backlash in China against the government fund's $3 billion investment in Blackstone Group LP's initial public offering, a high-water mark for the private-equity boom. Since then, Blackstone shares have lost more than a fifth of their value, erasing $633 million in the paper value of China's investment.
Consequently, CIC's senior managers emphasized they were looking to take a slower, more passive approach. Only last week, CIC started the selection process for money managers to funnel some of the $67 billion they have allocated from the $200 billion fund for overseas investment into global equity markets.
But then, the fund seized the opportunity to make the Morgan Stanley investment, an aggressive move at a time when Wall Street banks look more like distressed assets.
"This deal is a big surprise," said Stephen Green, a senior economist at Standard Chartered in Shanghai. "The U.S. subprime crisis created an opportunity, and they jumped at it." For CIC, the deal with Morgan Stanley, its second-largest overseas investment, could provide access to expertise the giant fund is keen to acquire.
Following widespread domestic criticism over the Blackstone loss, CIC characterizes itself as a "passive investor" and will have no representation on Morgan's board. That is likely meant to address concerns over political sensitivities surrounding China's investment in a blue-chip Wall Street firm.
Two years ago, strong political opposition in Congress derailed a bid by Chinese oil company Cnooc Ltd. for Unocal Corp., of California. Since then, Chinese firms have shied away from efforts to buy majority stakes in big U.S. companies.
Still, the sheer size of China's investment in Morgan Stanley will likely give it clout.
Days before Charles Prince decided to step down as Citigroup CEO amid massive credit-market losses, he had lost the support of a longtime backer, Saudi Prince Alwaleed bin Talal, described similarly as a passive investor in Citigroup.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Day Trade

Hoje (27/11/07) o meu corretor conversou comigo sobre OPA do Banco do Brasil.
Corretor: “A subscrição de Banco do Brasil, além do eventual rateio de uma quantidade pequena, não deve ser ao preço muito inferior ao preço de fechamento de ontem (25,40); preço esse que já caiu 22% da alta de 32,00. Portanto, sugiro a compra no mercado”.
Eu: “Concordo contigo Dou ordem de compra a 25,80 para 6 mil ações.”
No final do dia, foi confirmada a compra a 25,77 e o papel fechou a 26,70. Meu ganho no dia foi de 3,6%.
Corretor: “Sugiro a realização de lucro no day trade e a compra de Lojas Americanas.”
Eu: “Obrigado. Mas vou ficar com o Banco do Brasil por um bom tempo.”
Sou investidor, não day trader. Se eu começar a fazer day trade, induzo os corretores a me telefonar a toda hora para comprar e vender. Não poderia mais viver a minha vida.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Buy on rumour, sell on news

Hoje (11/12/07) Dow Jones, SP, Nasdaq e Bovespa, de repente, viraram para baixo logo após a divulgação da notícia do corte de juro pelo FED de 4,50% para 4,25%.
As bolsas subiram bem de final de novembro até este momento, com a expectativa de um corte de juro: a maioria aposta no corte de 0,25%; a minoria aposta no corte de 0,50%.
Este é o exemplo típico de “buy on rumor, sell on news”. Se o corte fosse de 0,50%, a notícia se constituiria numa surpresa, e o mercado subiria. Como o corte de 0,25% já era esperado, é apenas uma confirmação de expectativa do mercado, - “no big deal!”

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Petrochina Vs. Petrobrás

Ultimamente Petrochina chamou a atenção do mundo dos investimentos pelo anúncio de seu IPO de 1 trilhão de dólares, o maior da história dos investimentos. Enquanto o lançamento está sendo analisado, reservado e subscrito, estourou a outra bomba: Petrobrás descobriu um enorme off-shore campo de petróleo no Brasil. No dia do anúncio (8/11/07) da descoberta, Petrobrás subiu 14% na Bovespa, e 26% com as ADRs (ON e PN) em New York (a alta se estendeu em N.Y. uma hora após o fechamento da Bovespa)
BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) são países de “emerging markets”; Os analistas estão estudando o potencial destes mercados: a população, o poder de compra, o consumo, a poupança e o P/L das ações e as perspectivas de gigantes como Petrochina e Petrobrás.
É difícil acompanhar os passos de uma ação que você não possui, como Petrochina. Como investidor brasileiro, é preciso ter Petrobrás no portfólio para incentivar o seu acompanhamento.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Dia de Petroquímica

No artigo de 9/8/07, publicado nesse blog, foi divulgada a noticia da compra de controle de Suzano Petroquímica pela Petrobrás por R$ 2.7 bilhões, ao preço acordado de R$ 10,70 pr ação PN. SZPQ naquele dia fechou a R$ 8,91, com alta dramática de 56%. Naquela semana (6 a 10 de agosto) o mercado já começou a especular sobre Unipar e Petrobrás negociando a constituição da Petroquímica do Sudeste.
No dia 30/11/07 foi comunicado o acordo de integração entre Petrobrás, Braskem, Odebrecht, Petroquisa e Norquisa. Os principais ativos do Pólo do Sul (em Triunfo-RS) ficarão sob o comando da Braskem, na qual Petrobrás passará a ter 30% de participação. A estatal também oficializou a formação da Companhia Petroquímica do Sudeste (CPS), na qual participará com uma fatia de 40%, em sociedade com o grupo Unipar.
Nos pregões de 29 e 30 de novembro subiram os papéis de Braskem, Suzano Petroquímica. E Unipar se destacou saltando de 1,87 para 2,18 ( mais 16,6%).
Ademais, no artigo do dia 25/5/07 (Petrobrás VS Petroquímica), publicado nesse blog, eu estava apostando na queda dos preços do petróleo e da nafta (matéria prima para Petroquímica). Apostei errado. Nos últimos 6 meses, o preço do petróleo e das ações da Petrobrás só sobem. As ações de Petroquímica na melhor das hipóteses ficaram estacionadas. Finalmente, na última semana de novembro, o preço do petróleo caiu 10% (de US$ 99 o barril para US$ 88). Se continuar a tendência de queda do preço do petróleo, minha aposta pode não estar tão errada. Errei apenas no “timing”, com um atraso de 6 meses. Chegou o dia da minha reinvidicação?

OPA do Banco do Brasil

A partir de 30/11/07 começa a reserva de subscrição de Banco do Brasil ON. O investidor interessado deve tratar com o seu corretor sobre “book building” * (a formação de preço e o rateio).
Como Banco do Brasil já é de capital aberto, essa subscrição é denominada OPA (Oferta Pública de Ações), em contraste com IPO (Initial Public Offering) de uma empresa que está abrindo capital com subscrição inicial. Essa diferenciação eu aprendi hoje com um corretor discutindo “book building”. Cada dia a gente aprende alguma coisa.
Estou participando da subscrição simplesmente por intuição. 1) O Banco do Brasil retrocedeu ultimamente de 32 para 25 (-22%). 2) Ele é a instituição financeira mais acessível para a população brasileira. A pesquisa mostra que o número de filiais do Banco do Brasil em todas as cidades e vilas do Brasil só perde para os Correios e para a Igreja Católica. 3) Na edição da Business Week, datada de 19 de novembro de 2007, foi publicado um artigo “The older the company, the better the IPO”. O Banco do Brasil já existe há 100 anos. Tem tradição e todo mundo conhece. Tenho receio em subscrever ações de empresas que existem ou foram estabelecidas nos últimos 5 anos ou menos. Ultimamente foram lançadas ações de construtoras que nunca ouvi falar. Quando uma construtora lança ações com sucesso todas as construtoras querem entrar na fila. Uma espécie de “herd psycology”.



* respondendo a pergunta do leitor Jorge (20/11/07)