terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo

Entre a especulação do mercado e as intenções já anunciadas, o Presidente eleito Barack Obama deve, a partir de 20 de janeiro de 2009, instituir as seguintes medidas:
a) cortar o imposto de renda da classe média;
b) melhorar o peso do “mortgage” dos devedores de financiamento para compra de casa própria;
c) salvar a indústria automobilística com empréstimos de 24 bilhões de dólares, e aumentar as vendas de automóveis mediante a diminuição de impostos;
d) criar empregos com fundos para infra-estrutura construindo estradas, pontes, túneis, etc.
O país deve entrar em uma época neo-keynesiana como
Roosevelt fez para tirar o país da depressão.
Os Estados Unidos terão que esperar pela chegada do novo Presidente. Mas o Brasil não. O Ministro Mantega já anunciou em 12 de dezembro as medidas para reativar a economia: corte de impostos (IOF e IPI) e investimentos para a infra-estrutura.
O Brasil não fica para trás, nunca, exceto no corte de juro.
Feliz Ano Novo. Desejo que 2009 seja melhor que 2008.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Brasil independente

Apesar do corte de juro dos bancos centrais do mundo em 0,5% numa ação coordenada, e mais um corte de 0,5% pelo Federal Reserve no dia 29/10, o Banco Central do Brasil deixou a taxa Selic inalterada em 13,75%, o juro mais alto do mundo civilizado.
Paralelamente, o preço do petróleo caiu para um terço do valor de pico e o preço da gasolina nos Estados Unidos caiu de $ 4 per gallon para abaixo de $ 2, enquanto o preço da gasolina nos nossos postos ficou inalterado. O preço da nafta, matéria-prima para a indústria petroquímica, não acompanhou o preço do petróleo para baixo.
Como é que o país vai baixar a inflação se o governo não reduz o preço da gasolina, da nafta e da taxa de juro? O que o governo está esperando? A atitude de “wait and see’ não pode permanecer para sempre.
O Brasil é um país independente, ou recalcitrante e rebelde contra a ordem mundial.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Mercado volátil com horários diferentes

A partir de 20/10/08, a Bovespa passou a funcionar de 11h às 18h. Em Nova York, as bolsas (Dow Jones, S&P 500, e Nasdaq) funcionam de 12h30m às 19h, horário do Brasil (ou 9h 30m às 16h, no horário de Nova York). Ultimamente tem sido difícil de comparar e acompanhar a bolsa daqui com as bolsas de lá.
No dia 20/11, Wall Street caiu violentamente, mas a Bovespa não funcionou (feriado do Dia da Consciência Negra). Em “follow-up”, no dia seguinte, a Bovespa caiu 6,45%. Porém, após o encerramento da Bovespa, às 18h, os futuros das bolsas de Nova York na última hora recuperaram fortemente com altas de 7,33% para o Dow Jones, 5,84% para o S&P 500 e 4,95% para a Nasdaq. Se a Bovespa tivesse o mesmo horário de encerramento das bolsas de N.Y., ela teria acompanhado a sua recuperação.
Porém, os investidores e especuladores poderiam, na última hora, comprar ADRs brasileiros, sem esperar a abertura da Bovespa na 2ª feira, 24/11*, que quase certamente seguirá os passos de Wall Street da véspera.


* em 24/11 a Bovespa subiu 9,32%

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Circuit Breaker

No dia 6 de outubro de 2008, a Bovespa caiu violentamente, acionando o “circuit breaker”. Trata-se de um mecanismo de interrupção do pregão que é acionado quando a Bovespa tem oscilação extremamente acentuada. Na primeira vez, é acionado após uma queda de 10%, com uma parada de meia hora. Na segunda vez, no mesmo dia, é acionado se o índice cair 15%, com interrupção de uma hora.
Neste dia de pânico, a Bovespa caiu 10% para 40.378 pontos, às 10h 18m, acionando o circuit breaker. A Bovespa parou por 30 minutos. Após a reabertura, a queda continuou até atingir 15,5%, o que acionou o segundo circuit breaker do dia, às 11h 44m. Após a reabertura, uma hora depois, a bolsa recuperou-se, fechando a 42.100 pontos, com queda de 5,43% no dia.
Não gosto de ler o jornal ou assistir ao Bloomberg quando a bolsa está em queda. Não tenho nenhum prazer em escrever artigos para o blog sobre o pessimismo mundial, muito menos sobre circuit breaker na nossa bolsa. Tenho obrigação de informar aos meus leitores sobre o circuit breaker, mesmo sendo extremamente desagradável. Ainda bem que isso só aconteceu uma vez em 10 anos (o último tinha sido em 10 de setembro de 1998, com a quebra do gigantesco hedge fund LCTM).
Vamos rezar para que isso não aconteça nunca mais. Por curiosidade perguntei ao meu corretor se o circuit breaker é acionado quando a bolsa sobe 10%. A resposta é não (no dia 25/10/2008 a Bovespa subiu 13,42%).
Afinal de contas, para que o circuit breaker? É para que os especuladores e investidores possam pensar, refletir e respirar e se acalmar diante de um cenário de pânico.