terça-feira, 18 de outubro de 2011

Desaceleração

A semana passada (10 a 14 de outubro), a Bovespa subiu 7,39%, mais do que as bolsas americanas e européias. Um grande alívio embora o índice ainda acumule uma queda expressiva no ano: 20,6%.

As bolsas de valores, de commodities agrícolas e de petróleo, todas fecharam em alta, impulsionadas pela expectativa de uma desfecho favorável para a crise da dívida européia na reunião do G-20 em Paris e os dados positivos do setor de varejo dos Estados Unidos. O rebaixamento da nota da dívida da Espanha e a alta da inflação na zona do euro foram praticamente ignorados.

A economia brasileira recuou em agosto e está a caminho da desaceleração de acordo com o índice de atividade econômica do Banco Central. O índice recuou 0,53% em agosto em relação a julho. Os economistas avaliam que o resultado de setembro não deve evitar um recuo no trimestre. Os números reforçam o cenário de desaquecimento traçado pelo BC como justificativa para a redução do juro básico.

Os economistas acham que vai haver mais quedas na taxa Selic no caminho. A atual taxa de 12% pode sofrer 3 quedas sucessivas de 0,5%, reduzindo para 10,5%.

E a inflação? As autoridades monetárias estão monitorando a inflação dentro, ou um pouquinho além, da meta traçada de 6,5%. A inflação moderada é menos mal do que a recessão, que cria desemprego e instabilidade social.

Estou otimista de que, com a sucessiva queda de juros, a nossa bolsa poderá se recuperar no último trimestre de 2011 e avançar mais no próximo ano.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

BRICs ajudam a Europa?

Na próxima quinta-feira (22 de setembro) os países do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul – vão se reunir para discutir a ajuda financeira para os países da Europa. Uma inversão no relacionamento entre economias que socorrem e as que são socorridas.


As dívidas européias:
Itália – 1.8 trilhões de euros
Espanha – 639 bilhões de euros
Grécia – 329 bilhões de euros
Portugal – 160 bilhões de euros
Irlanda – 148 bilhões de euros
Total – US $ 4,3 trilhões

As reservas dos emergentes:
China – US$ 3.05 trilhões
Rússia – US$ 450 bilhões
Brasil – US$ 352 bilhões
Índia – US$ 300 bilhões
África do Sul – US$ 40 bilhões
Total – US$ 4,2 trilhões


Evidentemente, a China domina o cenário. Outros paises vão participar na ajuda simbolicamente, demonstrando “good will”.

Como ajudar: a hipótese é o uso das reservas dos países emergentes para comprar títulos das dívidas européias (eurobonds, greek bonds, etc).

A contrapartida: os BRICs cobram a retirada de barreiras alfandegárias a seus produtos na Europa, o que já foi indicado pela China.

Ajuda quem puder. A piora na situação européia e internacional não interessa a ninguém. Ademais, a China não quer botar todos os ovos numa única cesta (U.S. treasury bonds). Diversificar o portfólio, espalhar os riscos.

Os outros países do BRIC demonstram boa vontade de querer participar. A disposição de ajudar já uma espécie de pé na porta. Tomara que o mundo possa viver em melhor harmonia.