quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Commodities

Commodities sofrem queda nos preços devido à demanda fraca e a moeda americana forte. O mundo não esperava que o crescimento econômico mundial diminuísse nos últimos dois anos.



                                                         out. 2012/out. 2014/variação

Ouro (per troy ounce)                    $1.760/$1.220/-30%
Carvão (por ton. Métrica)              $95/$65/-32%
Cobre (por pound)                         $3.70/$3.05/-18%
Soja (por bushel)                           $15/$9/- 40%
Algodão (por Pound)                     $0.70/ $0.62/-11%
WTI Petróleo (por barril)              $85/$85/0
Milho (por bushel)                        $7.30/$3.40/-53%



No inicio de 2014 o mercado de commodities estava agindo surpreendentemente bem. A demanda da China por matérias primas estava sendo sustentada, e o Fundo Monetário Internacional estava prevendo um ano bom para o crescimento global e demanda crescente de todas as commodities, de petróleo a algodão. Mas em julho a China divulgou menos importação de petróleo e cobre. Como a China é a maior consumidora de tudo o que é bombeado e escavado na terra, a notícia mandou todos os preços de commodities para baixo. Em 2 de outubro o petróleo caiu para abaixo de $ 90 por barril pela primeira vez em 17 meses.

O crescimento global ficou parado e as companhias de commodities começaram a enfrentar uma demanda mais baixa do que se esperava em janeiro.

O maior problema é que as medidas de estímulo da China não conseguiram aumentar o crescimento econômico. A segunda maior economia do mundo está passando por uma fase de menor expansão em duas décadas.

Agravando a queda das commodities é o dólar forte, sustentado pela robusta economia americana comparado ao resto do mundo.

Preços de commodities subiram no inicio de 2014 como a seca no Brasil diminuiu a safra de café, um frio violento aumentou a demanda de gás natural, e a guerra da Ucrânia fez investidores fugirem para o ouro. Esses fatores logo desapareceram. O mercado esperava que a violência no Oriente Médio interrompesse a oferta de petróleo, mas a disrupção não aconteceu, e ao contrário, o mundo estava nadando em petróleo. Após a pior seca desde 1930, os agricultores americanos colheram safras abundantes de milho e soja. A persistente baixa taxa de inflação diminuiu o charme do ouro.

A expansão histórica da produção americana de petróleo, graças ao “fracking”, também contribuiu para a queda do preço do petróleo. Como a oferta supera a procura o dólar se fortalece com a maior produção doméstica de petróleo em 28 anos, reduzindo importação e diminuindo o déficit comercial. Arábia Saudita, Iraque e Irã preferem cortar preço a produção; eles preferem deixar o preço cair a perder a fatia de mercado.

Com o dólar forte, as commodities tornam-se mais baratas para os americanos, e a taxa de inflação mais baixa. Isso acaba fazendo o dólar mais forte ainda – um ciclo virtuoso para os americanos.


No Brasil, com o real fraco, as commodities tornam-se mais caras para os brasileiros, e a taxa de inflação mais alta. Isso acaba fazendo o real mais fraco ainda- um ciclo vicioso para os brasileiros.