terça-feira, 25 de novembro de 2008

Valor Patrimonial

Foto: Fila para comprar o iphone da APPLE

A Gazeta Mercantil, em 12 de novembro de 2008, publicou um artigo “Blue Chips têm valor em bolsa inferior ao patrimônio”. Citou por exemplo:

Empresa....P/VPA* em--->10/Nov/07.........10/Nov/08

Vivo PN............................. 1,67....................0,96
Gerdau Met. PN..................2,24....................0,86
Usiminas PNA......................2,38....................0,83
Gol PN...............................3,53....................0,83
Aracruz PNB.......................2,32....................0,64
Braskem PNA......................1,08....................0,62
Sabesp ON.........................1,00....................0,56
Cesp PNB...........................1,05....................0,37

*Preço/Valor Patrimonial or Ação

Em um ano, os preços, como porcentagem do valor patrimonial, caíram para metade ou um terço. Quer dizer que as ações estão baratas?
A meu ver, o preço da ação não tem muita relação com o valor patrimonial. O preço da ação depende do atual ou da perspectiva do lucro por ação (P/L). O valor de uma vaca não é o seu peso, é a quantidade de leite que produz diariamente.
Microsoft, a ação de maior peso na NYSE, tem valor patrimonial insignificante. Não tem fábricas. A empresa cria e inventa softwares que o mundo usa na era da internet, fatura com os royalties que recebe pelos seus produtos. O mercado atribui um valor para a ação pelo seu lucro constante e crescente, atual ou perfectiva dele.
GM e Ford, ao contrário, têm dezenas de fábricas pelo mundo, máquinas, instalações, robóticas, mas não têm lucro. Ultimamente têm deficiência de cash, prejuízos e chegaram a ponto de pedir socorro ao governo.
Há 60 anos, a Xerox inventou a copiadora. Em vez de vender, a empresa alugou a copiadora para os usuários. O mercado projetou, para os próximos anos um “profit stream” em progressão geométrica (1,2, 4, 8, 16, 32, 64). Cotada a $110 por ação, com lucro de $1 no ano da IPO, o P/L não era 110. O P/L era de apenas 6, considerando o lucro médios dos próximos 7 anos ($18,14 por ação).
Apple, com seu Ipod é outra história que todo mundo conhece. Não olhe para o valor patrimonial da ação. O que importa é o lucro por ação, atual e a perspectiva dele.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Walther Moreira Salles

Hoje, ao invés de escrever sobre juro, FED, Bovespa e mercado, ofereço um artigo “light”.
Por ocasião do “merge” do Unibanco com o Banco Itaú, lembrei-me de uma anedota do meu encontro com Walther Moreira Salles, embaixador, banqueiro e Ministro da Fazenda.
Há muitos anos atrás, no Hotel Maksoud, em São Paulo, eu estava com Nestor Jost, ex-presidente do Banco do Brasil, participando de uma conferência “Homem de Visão”. Durante o coquetel, cumprimentamos muitas pessoas do governo e de empresas. De repente, Nestor Jost me disse: “Tong, vamos cumprimentar o Walther Moreira Salles”.
De longe vi um homem no canto do salão, de terno preto e gravata, baixinho, nem parecia banqueiro. Chegamos lá, apertamos a sua mão, e Nestor disse: “Senhor Embaixador”. Aí eu ouvi Walther Moreira Salles falar baixinho no ouvido de Nestor Jost: “Embaixador do Japão?”.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O Natal veio mais cedo

Recebi este cartão de natal de um Investment Banker amigo meu. Apesar de tudo ele mantém o bom humor. Ele decidiu enviar o cartão mais cedo, pois se esperasse até o final do ano a "árvore" poderia sofrer uma distorção. Acho que ele quis dizer que ainda está pessimista.

Jackson.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O corte no juro

O Federal Reserve anunciou, em 8 de outubro, como medida de emergência, a redução da “federal fund rate” de 2% para 1,5%. No mesmo dia, os bancos centrais dos países que compõem o G-7 cortaram os juros em 0,5% em uma ação coordenada.
Hoje (29 de outubro), o banco central americano cortou mais 0,5%. A federal fund rate ficou em 1%.
No mesmo dia, no Brasil, o Banco Central deixou a taxa Selic inalterada em 13,75%. Acho que o próximo passo será a redução da taxa Selic para 13% ou 13,25%, ainda neste ano.
Não esqueça que o juro é um componente de peso no custo de vida. A redução de juro diminui o mortgage da casa (24 anos), as prestações do automóvel (24 meses) e dos eletrodomésticos, aumenta o cash flow da economia e a oportunidade de emprego, e cria bem estar e prosperidade da sociedade.
Juro alto não somente é resultado de inflação alta, ele também é causador de inflação alta. No Brasil, com juro anual de 13,75%, um produto que leva 6 meses para ser fabricado sofre um custo extra de 6,875% (comprado com juro zero, no caso do Japão).
Falando no Japão, no final de outubro, o país cortou o juro de 0,5% para 0,3%. Logo não haverá mais nada para cortar. O Brasil, ao contrário, para promover o crescimento econômico, tem ainda muito espaço para o corte de juro (para cortar o juro para 8% ao ano, o Banco Central poderia cortar 12 vezes ao ritmo de 0,5% por vez. Se o corte acontecer a cada 60 dias, o processo levaria 2 anos). Sonho de um economista louco? Veja o gráfico 3, do Fed rate se set/90 a jan/92 - o FED cortou o juro 14 vezes em 16 meses, na página 14 do meu livro “Bolsa de Valores – Visão Feliz e Otimista de Três Gerações”, Edição 2004.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Medidas contra a recessão

Diante da crise de recessão (real ou perspectiva) no Brasil, ultimamente o Banco Central adotou as seguintes medidas:
A) redução de compulsório sobre depósitos à vista e a prazo;
B) câmbio – venda de dólares no mercado à vista com recursos de reservas, leilões com compromissos de recompra, de swap cambial, leilões para exportadores e volumes de US$ 50 bilhões provisionado para swap;
C) agricultura – R$ 24,85 bilhões – antecipação de recursos para o Banco do Brasil, aumento da obrigatoriedade da destinação de recursos dos bancos para crédito agrícola;
D) autorização para empréstimo do BC aos bancos com garantia das carteiras de crédito, usos das reservas do BC para financiar exportadores, reforço de repasse ao BNDES para linhas de pré-embarque, capitalização do BNDES com recursos do FGTS, aumento da capacidade de endividamento da Petrobrás junto ao BNDES.

Agora só falta a redução de juro!