terça-feira, 10 de setembro de 2013

Desvalorização da moeda e inflação

Em 28 de agosto de 2013, o Banco Central aumentou a Selic de 8,5% para 9% (terceiro aumento sucessivo de 0,5%) para frear a taxa de inflação provocada pela depreciação da moeda. “Alta taxa de juro deve ajudar a controlar a inflação e levantar a confiança dos investidores”, disse o Fundo Monetário Internacional (IMF) num relatório na quarta-feira passada. O Banco Central deixa a porta aberta para mais reajustes na taxa em futuro próximo.

Não importa o que o Banco Central faz ou o IMF acha, eu estou sentindo a inflação em carne e osso. Alimentos, remédios, cigarros, jornal, aumentam de preço mensalmente ou trimestralmente (mais de 15% ao ano na média). Gás em botijão, água em garrafa, idem. Os serviços: o guarda da rua quer aumento anual de R$ 200 para R$ 230 (15%); a limpeza da piscina sofreu um reajuste de R$ 170 para R$ 200 (17,6%); o jardineiro reajusta o preço do serviço de vez em quando, ou diminui as horas de trabalho.

A importação de trigo com o real desvalorizado encarece o preço do nosso pão de cada dia. Uma lata de cerveja sobe de R$ 1,99 para R$ 2,39 (20%) alegando depreciação de moeda, embora o produto tenha pouco componente importado. Uma caipirinha de vodka Wyborowa (polonesa) sobre de R$ 17,00 para R$ 20 (17,6%), embora o copo contenha pouca vodka e bastante gelo e limão. Todos os comerciantes usam a desvalorização da moeda como pretexto para subir os preços.

Em outras palavras, a inflação do país sobre pari passu com o dólar. A gente ganha em real, mas gasta em dólar. Portanto, não adianta o governo depreciar a moeda, porque os preços sobem na mesma medida ou além!

O custo de vida no Brasil é mais caro do que nos Estados Unidos. O Brasil tem uma das maiores taxas de inflação do mundo provocada principalmente pela depreciação da moeda, e uma das maiores taxas de juro tentando contê-la.


Lamento que não será durante o resto da minha vida que verei o Brasil sair do status de país emergente para o de país desenvolvido.