terça-feira, 19 de novembro de 2013

Consultas Médicas em Shanghai

Nos últimos dias de estadia em Shanghai, fiquei gripado, com tosse, catarro e olhos vermelhos. Meu primo levou-me a uma consulta médica no Hospital Universitário sem hora marcada. Um médico jovem me atendeu, disse que eu estava com rinite, uma doença que ocorre freqüentemente no fim do outono. Ele receitou os remédios, antibiótico e antiinflamatório, e disse que eu precisava consultar um oftalmologista e um otorrino, que ficavam na sala ao lado. Deram-me receitas de colírio para os olhos e um líquido vaporizante para o nariz. Os médicos me asseguraram que em uma semana eu estaria melhor e aliviado.

Nunca na minha vida tive a experiência de consultar três médicos em 30 minutos. A compra dos remédios na farmácia do hospital levou outros 30 minutos. Os atendimentos foram rápidos, sem fila, sem espera; os diagnósticos precisos. Eu saí aliviado do hospital, e confiante de que tudo daria certo.

A maior surpresa foram os custos: a três consultas custaram 10 renminbi cada, equivalente a 1,66 dólares. Os remédios custaram 400 renminbi. O gasto total foi 72 dólares.

Disseram-me que a consulta médica de 10 renminbi nem entra no bolso do médico que tem apenas um salário fixo. Suspeito que o médico chinês ganhe até menos do que o médico cubano. Os médicos chineses são serventes do Estado para o povo. Quem sabe um dia o governo brasileiro pode convidar médicos chineses para tratar a saúde do povo brasileiro (além dos médicos cubanos). 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Macau e os cassinos

Durante o mês de outubro de 2013, fizemos uma viagem para Hong Kong e Shanghai para visitar amigos e parentes. De Hong Kong fizemos uma excursão para Macau, antiga colônia portuguesa, agora território chinês. A viagem de hidrofólio levou uma hora e meia, desde o porto de Hong Kong até o desembarque no porto de Macau.

Macau é conhecida como a Las Vegas do Oriente. Todos os cassinos famosos de Las Vegas abriram filiais em Macau e o movimento atualmente supera as matrizes devido à presença dos chineses de Hong Kong, China e outros países asiáticos.

O nosso motorista de táxi era um imigrante da Manchúria. Ele fala mandarim, mas não fala o português. Ele é motorista de táxi e guia turístico há 7 anos e está contente com o seu trabalho. Explicou que com a sucessiva abertura e funcionamento dos cassinos, a taxa de desemprego em Macau é zero. Aliás, a taxa de desemprego é negativa, porque Macau precisa importar trabalhadores da China para a construção e o funcionamento dos cassinos (desde engenheiros até pedreiros, durante a construção e card dealers, garçons, guardas, faxineiros, etc, para os três turnos de 8 horas cada).

Taxa de desemprego zero, ou full employment eu não conheço em nenhuma outra parte do mundo.

Ademais, os cassinos atraem a abertura de restaurantes, lancherias, lojas e joalherias (Tiffany, Bulgari, Louis Vuitton) criando mais movimento e empregos.

O motorista de táxi é um homem bem organizado. Ele sugeriu o roteiro. Primeiro fomos visitar o Venetian, decorado com pinturas, esculturas e chandeliers no teto, e com lojas nos corredores. Quem se cansa de jogar pode passear de gôndola. Após o almoço ele fez um tour pela cidade, atravessando diversas pontes que interligam as ilhas e chegamos no cassino Wynn Resort. Caminhamos um pouco, descansamos no Starbucks tomando um café e retornamos ao cais de Macau para pegar o próximo hidrofólio para Hong Kong.


No caminho, pensei: porque não temos cassinos no Brasil? Lãs Vegas criou prosperidade em pleno deserto. Toronto, Panamá e Punta Del Leste, todos os cassinos aumentam empregos e os municípios e estados arrecadam impostos. O Congresso Nacional deve criar uma comissão para estudar a viabilidade de cassinos, e se os benefícios de empregos e impostos superam os defeitos sociais. O Congresso pode mudar a Constituição para permitir o funcionamento de cassinos no Brasil.