terça-feira, 27 de maio de 2014

Sabesp ON


Sabesp ON faz parte da minha carteira de ações. O papel, após a bonificação (3 por 1) em 23/04/2013, caiu de R$ 31,75 (máxima) para R$ 19 (mínima) recentemente. Essa queda de 40% é atribuída aos seguintes motivos:

Primeiro: após o governo federal tabelar os preços da gasolina e diesel da Petrobrás, o governo de São Paulo fez a mesma coisa com a tarifa de água.
Segundo: desde o início de 2014 falta chuva no Estado de São Paulo. Os reservatórios de água (Cantareira, etc.) estão no nível mais baixo historicamente. Sabesp já anunciou medidas drásticas como incentivo monetário para consumidores que reduzirem o consumo, e até racionamento de água se a seca persistir.

Na semana passada, a empresa publicou o balanço do 1º trimestre de 2014, com lucro líquido de R$ 477,6 milhões, 3,7% menor do que o 1º trimestre de 2013. O resultado foi melhor do que a expectativa do mercado. No dia seguinte (16/05/2014) o papel fechou com uma alta de 5% e mais 2,7% no dia 19 de maio.

Estou segurando o papel a longo prazo. Sabesp é monopolista, e seu lucro futuro é garantido. Um dia vai chover em São Paulo e o abastecimento de água voltará ao normal.


Sem cerveja a gente toma água ou suco; sem gasolina e diesel, a gente anda a pé ou de bicicleta. Todos têm substitutos e alternativas. Mas sem água, a raça humana não sobrevive.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Eleições versus Petrobrás

Depois de eleita Presidente em 2011, Dilma Rousseff estimulou o crescimento da economia com medidas de aumento de gastos públicos e salário mínimo além de mais empréstimos de bancos estatais. A inflação resultante foi atacada não pelo aumento de juros, mas pelo corte de imposto sobre vendas e pelo congelamento dos preços dos alimentos, gasolina e tarifa de ônibus, que têm grande impacto sobre o índice da inflação. Pesquisas de opinião pública em março de 2013 indicaram taxa de aprovação de 79% para a Presidente que será claramente a favorita para ganhar a eleição presidencial em 2014.

Mas a estagnação de crescimento acabou atingindo o bolso dos cidadãos brasileiros. As sucessivas altas de salário meramente acompanham a inflação. Endividado, o povo corta os gastos. A confiança do consumidor está caindo e a maior preocupação do povo é a continuação da subida dos preços.

No dia 9 de maio a Datafolha divulgou uma nova pesquisa indicando a realização de segundo turno nas eleições. Nas redes sociais, tucanos comemoraram o crescimento de Aécio Neves (PSDB), apesar dele ainda estar a 17 pontos atrás da Presidente Dilma. Os números de sondagem são compatíveis com a realidade do momento: a Presidente Dilma perdeu popularidade, mas se mantém em primeiro lugar, com 37% de intenções de voto. Como Eduardo Campos (PSB) tem 11% e os candidatos de outros partidos somam 7%, a cinco meses da eleição a pesquisa mostra que são reais as chances de segundo turno, o que é absolutamente natural.

O desgaste do PT é inevitável depois de 11 anos e 4 meses de governo. Dilma está sob ataque por conta do aumento da inflação e da crise da Petrobrás.

Entre os investidores da bolsa, a conversa foi: porquê a queda de popularidade de Dilma coincide com a ascensão de preços de Petrobrás? Esse fato demonstra claramente que os investidores não gostam de Dilma pelo o que ela fez com Petrobrás (e o resto do mercado) e aspiram à derrota de Dilma pela coligação dos partidos de oposição.


É interessante continuar acompanhando as pesquisas eleitorais que virão pela frente e a performance de preços das ações da Petrobrás. Gostaria de saber a opinião dos leitores do blog. Se essa coincidência vai continuar até a data da eleição.