segunda-feira, 29 de outubro de 2007

José Osvaldo de Meira Penna

José Osvaldo de Meira Penna era embaixador do Brasil em Portugal. Ele é um liberal, combatendo o gigantismo estatal, o planejamento central e o socialismo em geral.
Numa reunião do Instituto Liberal em Porto Alegre, Og Leme, que promoveu meus livros “A Bolsa é a Bossa” e “A Bigamia Monetária”, me apresentou o embaixador Meira Penna.
Ele escreveu um “insight” interessante:
“Na Inglaterra, tudo é permitido, exceto o proibido”
“Na Suíça, tudo é proibido (Verboten), exceto o permitido”
“Num regime ditatorial, tudo é proibido, inclusive o permitido”
“No Brasil, tudo é permitido, inclusive o proibido”
Inglaterra e Suíça são países desenvolvidos. O Brasil é um país em desenvolvimento. Mesmo assim, prefiro o Brasil a qualquer outro país. Os países desenvolvidos, principalmente os Estados Unidos, já atingiram o seu apogeu enquanto o Brasil oferece desafio para o avanço.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O dólar que ninguém quer

Um euro já compra 1,42 dólares, um novo recorde. Um dólar canadense está ao par com o dólar americano. Uma libra esterlina vale 2 dólares. Um dólar australiano vale 0,90 dólar, um recorde histórico. Ninguém quer mais dólar!
Uma caricatura mostra um mendigo sentado na rua, com um chapéu na frente e uma placa escrita : “não aceito dólar”.
Irã já pediu para o Japão, pagamento em yen pela importação de petróleo (como resposta retaliatória contra medidas coercitivas americanas contra o programa nuclear iraniano).
Em Dallas, Texas, (cidade que é ponto de convergência e de conexões das linhas aéreas americanas), o peso mexicano é aceito nas lojas e supermercados.
A enorme reserva da China não está mais 100% em US$ Treasury Bond. Ele se diversifica em eurobond, japonese bond, apesar de juros mais modestos.
Ninguém sabe para onde vai o dólar. Mas uma coisa é certa. Se os Estados Unidos continuar gerando déficits pela ocupação do Iraque, importar mais do que exportar, default de subprime loan e mais a perda de confiança no governo, o dólar pode continuar o seu declínio em relação às moedas do mundo (inclusive o real).
Talvez a perspectiva de derrota do Partido Republicano para o Partido Democrata (Hillary Clinton?) na próxima eleição presidencial pode estancar a queda do dólar.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

IPO Vs. Câmbio

De 2006 para cá verificamos uma safra abundante de IPO (Initial Public Offering) na Bovespa. Mesmo com tanta oferta, a demanda é insaciável. Eu tenho feito diversos pedidos de IPO, mas a percentagem de subscrição efetiva é muito baixa. Às vezes, nem 10% do meu pedido. Cheguei a ponto de pensar que meu esforço e tempo são desperdiçados.
Num mercado em ascensão, os IPOs são muito concorridos, inclusive muito procurados pelos investidores e fundos estrangeiros. Para efetuar o pagamento de IPOs, eles têm que trazer dólares para cá. Daí a taxa de câmbio ($) baixa.
A valorização do real tem causas bem conhecidas: estabilidade política e econômica, superávit comercial e de balanço de pagamentos, venda de dólar para aplicar na bolsa ou no juro alto. IPO na Bovespa empurra o dólar um pouco mais para baixo. Como diz um provérbio chinês: “Bater em cachorro que já está submerso na água”.