terça-feira, 22 de julho de 2008

“Hedge”

Com o preço do petróleo atingindo US$ 140 por barril, o JP Morgan Chase estima um prejuízo de 7.2 bilhões de dólares em 2008 para as companhias americanas de aviação. A única exceção é a Southwest Airlines, que é lucrativa devido a contratos de long term fuel. Outra maneira de ser lucrativa é “hedging” de preço de petróleo.
Se o consumidor de petróleo compra contratos futuros de petróleo abaixo de US$ 80 por barril (break-even point para a maioria das companhias aéreas), ele se garante um pequeno lucro. Embora ele deixe de ganhar um lucro maior se o preço descer, ele se protege contra prejuízos se o preço subir. Ele “lock-in” um lucro modesto. Isso se chama “hedge” ou “hedging”.
No meu tempo de Diretor Comercial de indústria de soja, eu fiz “hedging” todos os dias na Chicago Board of Trade. Conforme a soja ia sendo comprada e o preço fixado com os produtores e as cooperativas, meu custo de matéria-prima era conhecido. Para não correr o risco de uma queda de preço do farelo de soja, eu vendia os contratos de farelo no CBOT para “lock-in” um lucro modesto.
O cálculo é simples.

Matéria prima....................Produtos

Soja...................................... óleo (19%) + farelo (80%)

Óleo de soja tem preço controlado ou tabelado pelo governo (não precisa de hedging).

Farelo é exportado para a Europa. O preço de exportação é fixado na entrega ao comprador dos contratos de farelo vendidos. Se eu entregar contratos vendidos a US$ 200 por tonelada, o comprador me pagará US$ 200 por tonelada quando o farelo for embarcado no navio.

O consumidor de petróleo “hedge” a matéria prima; o produtor de farelo “hedge” o produto manufaturado. O princípio é o mesmo: garantir o preço e o lucro.
Há vinte anos trabalhei com soja de US$ 6 o bushel. Hoje o preço da soja já atingiu US$ 15. As cooperativas e produtores de soja (brasileiros e americanos) devem estar bem ativos em “hedging” a safra de 2008, ou até a safra de 2009.

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