terça-feira, 11 de novembro de 2008

O corte no juro

O Federal Reserve anunciou, em 8 de outubro, como medida de emergência, a redução da “federal fund rate” de 2% para 1,5%. No mesmo dia, os bancos centrais dos países que compõem o G-7 cortaram os juros em 0,5% em uma ação coordenada.
Hoje (29 de outubro), o banco central americano cortou mais 0,5%. A federal fund rate ficou em 1%.
No mesmo dia, no Brasil, o Banco Central deixou a taxa Selic inalterada em 13,75%. Acho que o próximo passo será a redução da taxa Selic para 13% ou 13,25%, ainda neste ano.
Não esqueça que o juro é um componente de peso no custo de vida. A redução de juro diminui o mortgage da casa (24 anos), as prestações do automóvel (24 meses) e dos eletrodomésticos, aumenta o cash flow da economia e a oportunidade de emprego, e cria bem estar e prosperidade da sociedade.
Juro alto não somente é resultado de inflação alta, ele também é causador de inflação alta. No Brasil, com juro anual de 13,75%, um produto que leva 6 meses para ser fabricado sofre um custo extra de 6,875% (comprado com juro zero, no caso do Japão).
Falando no Japão, no final de outubro, o país cortou o juro de 0,5% para 0,3%. Logo não haverá mais nada para cortar. O Brasil, ao contrário, para promover o crescimento econômico, tem ainda muito espaço para o corte de juro (para cortar o juro para 8% ao ano, o Banco Central poderia cortar 12 vezes ao ritmo de 0,5% por vez. Se o corte acontecer a cada 60 dias, o processo levaria 2 anos). Sonho de um economista louco? Veja o gráfico 3, do Fed rate se set/90 a jan/92 - o FED cortou o juro 14 vezes em 16 meses, na página 14 do meu livro “Bolsa de Valores – Visão Feliz e Otimista de Três Gerações”, Edição 2004.

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