terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Shanghai e China

Após a visita a Dubai, chegamos a Shanghai, minha cidade natal. Como Dubai, Shanghai continua construindo prédios, shoppings centers, estradas. Só que com uma diferença. Dubai constrói com dinheiro emprestado; Shanghai (e a China) constroem com dinheiro de superávit. A China tem trilhões de reservas para gastar, para tirar o país da recessão, dar empregos ao seu povo e manter o crescimento econômico a uma taxa de 8% ao ano.
Atualmente a China é um país capitalista dirigido pelo Estado, que por sua vez, é dirigido pelo Partido Comunista. Nas conversas com os meus amigos, ninguém falou de capitalismo ou comunismo. O regime perdeu o rótulo. O assunto é progresso econômico. O Estado cria empregos via construção de estradas, prédios e infra-estrutura, incentivos para exportação, e ultimamente, para consumo interno. O nível de vida está cada vez melhor nas cidades (especialmente Shanghai), e o governo está fazendo esforços para interiorizar o progresso.
O povo tem “liberdade” de expressão, pode xingar Karl Marx ou Mao Zedong, desde que não critique abertamente o governo em relação ao Tibet ou, recentemente, sobre Urumqui. O jornal, o rádio e a televisão são controlados pelo governo. Mas com o avanço da internet, o controle é cada vez mais questionável.
A bolsa de valores funciona normalmente, compra e venda investir e especular. As lojas e as lojas de departamento não aceitam cartão de crédito local, mas aceitam cartões de turistas emitidos no exterior. O negócio é pagar cash e negociar descontos.
Na última reunião do G-20, Obama quis a revalorização do renminbi (Yuan), mas o governo chinês está resistindo até onde pode.
Culturalmente, ainda existem muitos hábitos indesejáveis. Não respeitam filas, entram no elevador antes que os outros tenham saído, cospem no chão.
Shanghai e a China, eu visito a cada três ou quatro anos, mas não tenho intenção de morar lá. Meu lugar é em Porto Alegre e no Brasil. Quando o avião aterrissou em Porto Alegre, eu disse: “graças a Deus, estou em casa!”.

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