terça-feira, 2 de julho de 2013

A perspectiva de término de estímulo do FED americano sobre a economia mundial e do Brasil

O mês de julho, 2013, foi desastroso para as bolsas do mundo e do Brasil. O Federal Reserve tem injetado $ 85 bilhões mensalmente via compra de títulos (quantitative easing – QE) para estimular a economia. Como o programa não pode continuar eternamente, o mundo investidor especula quando o estímulo vai acabar. Ben Bernanke anunciou que enquanto a inflação continuar baixa e o desemprego não cair para o nível de 7% (atualmente está em 7,5%), o estímulo deve continuar. Como o desemprego não cairia meio porcento da noite para o dia, o FED, acompanhando a evolução da economia, poderia diminuir o estímulo de $ 85 bilhões para $ 65 bilhões mensalmente, mexer um pouco na válvula (tapering), mas não fechar a torneira. As opiniões de outros diretores do FED também não são unânimes. Uns querem acabar com o estímulo, visando o perigo da inflação futura; outros querem manter o status-quo, achando que é cedo demais para descontinuar o estímulo.

Neste ambiente, as bolsas americanas e mundiais ficam voláteis e nervosas. Diante da incerteza da política do FED, e a alta de 15% das bolsas americanas no primeiro semestre do ano, os investidores resolveram realizar lucros. Embora a economia do mundo está melhorando (Europa resolveu temporariamente o problema da dívida, e o Japão está saindo da recessão), as bolsas do mundo caíram violentamente na segunda quinzena de junho. Chuvas e trovoadas de repente em dia de sol brilhante.

No Brasil, além da queda do Índice Bovespa de 15,9% (de 56.406 em 24/5 para 47.457 em 28/6) o país sofreu uma desvalorização da moeda de 8,6% (de real = US$ 0.49 para US$ 0.448) no mesmo período. Medida em dólar, os investidores na bolsa brasileira perderam 25,9%, e todos os brasileiros (mesmo não investindo na bolsa) perderam 8,6% de seus ativos (terrenos, casas, móveis, automóveis, etc) e seus ganhos (salários, aposentadorias, juros e poupanças).

Os protestos do povo começaram com o aumento da passagem de ônibus e se arrastaram contra a corrupção burocracia e ineficiência do governo. O povo, pela intuição, sentiu que algo está errado. O governo da Presidenta Dilma tem um plano estratégico para sair deste buraco?


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