segunda-feira, 24 de março de 2008

Dreams come true (Parte 2)

OPEC for Brazil
Com a euforia da perspectiva de “Investment Grade” para o Brasil, a comunidade mundial de investimento já começa a sonhar com o próximo sonho.
Cnnmoney.com publicou um artigo (22/2/08) “Brazil dances witha OPEC”. OPEC é a “Organization of Petroleum Exporting Countries” formado pelo cartel de 13 países para influenciar o preço do petróleo. A notícia de que a maior economia da América Latina está pensando em participar da OPEC circulou no fim de 2007 após o Brasil anunciar a descoberta de enormes depósitos de gás e petróleo “offshore” que tornará o país um grande exportador de petróleo. O Presidente Lula e os políticos dizem que o país está considerando entrar na OPEC logo após o potencial de exportação da nova descoberta ser avaliado.
A entrada do Brasil na OPEC é mais política do que econômica. A medida será popular junto ao eleitorado e ao mesmo tempo levará o país a ter mais destaque e peso no cenário mundial.
O Brasil sentaria na mesa de uma organização que controla 40% da produção mundial de petróleo. Se o preço do petróleo cair, o Brasil poderia votar a favor de um corte na produção dos países da OPEC, sentindo-se bem mais poderoso do que a decidir se a Petrobrás deve aumentar ou diminuir a produção no cenário nacional. O Brasil também poderia votar para mais petróleo contrabalançando a queda de produção do México e de North Sea. Como o Brasil abraça o mercado livre e os investidores estrangeiros, presume-se que o país votaria com a Arábia Saudita para elevar a produção, contra o Irã ou Venezuela, no lado oposto.
Toda essa conversa de OPEC pode ser prematura. O país enfrentará muitos obstáculos antes de ser um exportador de peso. Não somente o petróleo está a milhas abaixo do oceano, está também a milhas abaixo das camadas de sal. Ademais, existe uma deficiência de trabalhadores qualificados e de equipamentos de drill. O consumo interno também está crescendo. Os analistas acham que é necessário no mínimo uma década antes do país exportar uma quantidade significativa de petróleo.
Também existe a questão de se o Brasil está disposto a se sujeitar à cota da OPEC. Se o Brasil se tornar um país de alta taxa de crescimento, ele não vai querer se restringir ao limite de velocidade imposto pela OPEC. Sempre existe o outro lado da moeda!
Dançar ou sonhar com a OPEC. A imaginação não tem limite. Vamos continuar o nosso sonho no próximo artigo.

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