terça-feira, 12 de agosto de 2008

BDR (Brazilian Depositary Receipt)


ADR (American Depositary Receipt) são ações de companhias não americanas lançadas e negociadas na Bolsa de Nova York. BDR são ações de companhias “não brasileiras” negociadas na Bovespa.
BDR começou com Telefônica, da Espanha, lançada com relativo sucesso. Daí, outras se seguiram, a maioria de empresas brasileiras com sede registrada em Bermudas – o paraíso fiscal. Elas captaram recursos em real lançando IPOs que são negociadas na Bovespa.
A Gazeta Mercantil, em 17/07/2008, publicou um artigo “BDRs em queda”,

Desempenho no ano (de 31/12/07 a 15/07/08)

Empresas.........................................Variação (em %)


Telefônica ON Espanha......................- 21,4
Banco Patagônia ON Argentina...........- 49,6
Agrenco ON Bermundas.....................- 85,4
Cosan Ltd. ONA Bermudas….........….....- 2,0
Dufrybras ON Bermudas..............….....- 43,1
GP Invest. A Bermudas...................... - 11,0
Laep A Bermudas..............................- 73,7
Tarpon A Bermudas.............................+2,6
Wilson Sons ON Bermudas..................- 19,6


Escândalos envolvendo BDRs não faltam. Cosan, após abrir o capital na Bovespa em novembro de 2005, o empresário decidiu abrir uma nova empresa, a Cosan Ltd. que passou a ser a controladora da companhia brasileira. Em seguida lançou BDRs da nova matriz, com sede nas Bermudas, causando uma onda de protestos dos acionistas minoritários da companhia brasileira.
O pior é Agrenco, uma empresa de agronegócios que lançou BDRs em outubro de 2007, e em menos de um ano virou caso de polícia. Em junho deste ano seus administradores foram presos pela Polícia Federal. A negociação de BDRs foi suspensa pela Bovespa. A empresa negou que estivesse sob investigação. Seus papéis voltaram ao pregão. Mas circularam novas notícias de que a empresa já estava sob investigação da Polícia Federal há cerca de quatro anos, ou seja, antes de obter autorização para seu IPO com o lançamento de BDR na Bovespa.
O Professor Ary Oswaldo Mattos Filho apontou que a CVM deveria adotar as mesmas regras que a SEC, órgão regulador americano, que não concedeu registro para companhias que são brasileiras em paraísos fiscais, como o caso de Cosan.
O que me espanta é: como a CVM e a Bovespa, ao conceder registro para a Agrenco, desconhecia o fato de que a empresa estava sob investigação da Polícia Federal há 4 anos?

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