terça-feira, 7 de outubro de 2008

“Decoupling”

“Decoupling” significa descontaminação ou descolamento.
Ultimamente, quando o mercado americano cai, a bolsa brasileira cai junto. O investidor fica perplexo. O Brasil não tem nada a ver com os Estados Unidos. Não temos hipotecas de alto risco (subprime mortgages), crise bancária, recessão, diminuição de consumo, aumento de desemprego. Ao contrário, o Brasil tem aumento de inflação, e o Banco Central tem aumentado a taxa da Selic de 11,25 % para 13,75 %, de início de março até agora.
Mas o Brasil não consegue “decouplar” (desconectar) dos Estados Unidos.
a) diretamente: quando os Estados Unidos entram em recessão, eles importam menos do Brasil e do mundo.
b) via China: 50% das exportações da China é destinado para os Estados Unidos. Como a China sofre uma queda nas exportações, além do resfriamento do consumo interno, diminui a importação de matéria prima (minério de ferro, produtos siderúrgicos, etc). A queda da demanda afeta pesadamente a economia do Brasil em geral, e a Cia Vale do Rio Doce em particular, levando a CSN, Gerdau e Usiminas junto, de carona.
Além da queda no volume das exportações, o mercado se preocupa também com os preços. Demanda fraca gera queda de preços. A negociação anual do preço de minério de ferro entre a Vale e os importadores chineses, para 2009, não prevê o tamanho de aumentos de anos anteriores. Seria ótimo se conseguir manter o preço ou diminuir um pouquinho. Afinal de contas, o mundo está em recessão, os preços do petróleo e de outras commodities estão caindo, e o dólar está forte.
Diante da globalização, “decoupling” é uma meta difícil para o Brasil atingir a curto prazo.

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