terça-feira, 9 de junho de 2009

O governo compra ações?

Entre as diversas propostas de estimular a economia e sair da recessão, uma é sui generis.
Roger Farmer, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, sugeriu que o FED deveria fazer um compra de ações em grande escala para restaurar a confiança do investidor e colocar a economia de volta aos trilhos.
Ele acha que a compra de ações pelo FED seria mais eficaz do que o “déficit spending” do governo Obama. O dinheiro que o governo coloca no bolso do povo via “déficit spending” e corte de imposto não será gasto uma vez que as pessoas se sentem pobres com o prejuízo das bolsas de valores. O FED deveria acertar uma “meta” que a bolsa de valores deveria atingir até um determinado dia, e comprometer-se-ia a comprar ações (via índex funds) até atingir essa meta. A alta da bolsa faria com que o povo se sinta mais rico e consuma mais, e conseqüentemente criaria prosperidade. Simetricamente, o FED deveria vender ações para segurar os preços em tempos de euforia.
Esse tipo de intervenção federal já foi testado antes em Hong Kong, Taiwan e Japão, produzindo resultados desiguais, mas foi creditado em salvar Hong Kong da crise financeira asiática de 1998. “Há muito interesse de outros economistas. Mas leva um bom tempo para popularizar uma nova idéia”.
Pessoalmente, na minha experiência de investidor e consumidor, compro carro e apartamento com a bolsa em alta e fico quietinho com a bolsa em baixa.
Tenho receio de que esse tipo de intervenção do governo não funcionaria no Brasil. Aqui a percentagem da população com portfólio de ações é muito pequeno. O esforço do governo em elevar os preços das ações para estimular o consumo produziria um efeito muito limitado.

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