quarta-feira, 7 de outubro de 2009

China goes shopping (2ª parte)

Os apoios para as expedições internacionais vêm de cima para baixo, desde o Politburo. “Devemos encorajar nossas grandes empresas a entrar no mercado internacional e expandir seus negócios”, disse Li Rongrong, chefe da agência responsável pelas grandes empresas estatais na China.
O que a China está comprando?
A China favorece as aquisições que não colidam com as multinacionais do mundo. A compra da Addax Petroleum da Suíça faz a Sinopec ter acesso ao petróleo kurdish e nigeriano sem soar o alarme para o mundo.
Mas quando a Chinalco (Aluminum Corp.) a China planejava investir $ 19 bilhões na mineradora anglo-australiana Rio Tinto, a estória é diferente. Os acionistas questionaram a prudência de vender a fatia de 18% para a Chinalco. Os políticos, abertamente, condenaram o negócio. “A entidade estatal da China é meramente um braço do Partido Comunista”, disse o senador australiano Barnaby Joyce. Com o negócio com a Rio Tinto não saiu, a China pode tentar a Vale do Rio Doce (um “Rio” diferente, mas o minério é o mesmo).
Uma área onde a China anda devagar é nos Estados Unidos. Lembre-se da oferta abortada de 2005 da China National Offshore Oil pela Unocal que criou uma tempestade no Congresso americano. “A percepção chinesa é que eles tentam comprar companhias usando o mecanismo do mercado sem prever o eventual envolvimento com as controvérsias políticas”, comentou um assistente do secretário de Estado do governo Bush.
Mas, o incidente com os Estados Unidos não impede os esforços chineses em outros lugares. O shopping continua. China Minmetals fez oferta de $1,4 bilhões pelo Oz Minerals. Hunan Valin Iron & Steel investiu $ 770 milhões em Fortescue Metals. Ambos na Austrália. “É natural que as companhias, ao crescer, procurem novas oportunidades fora do país”, disse o professor de Finanças Zhou. “Haverá mais shopping no exterior. E o mundo se acostumará com isso”.
Após a Austrália, quando os chineses virão fazer shopping no Brasil?

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