terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Juro, corte de 1%

Em 21/01/2009, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a taxa Selic em 1%, de 13,75% para 12,75%.
Há meses que o Banco Central do Brasil vem mantendo o juro a 13,75%, enquanto todos os bancos centrais do mundo vêm cortando os juros agressivamente diante do cenário de recessão. Finalmente o Brasil acordou para o fato de que o nosso problema não é mais a inflação, mas sim a recessão e o desemprego. O Brasil foi o último país a acordar, mas não será o primeiro a encerrar o corte. Uma vez começado o corte, “there is a long way to go”. Diante da inflação anual de 6 a 8%, o Banco Central poderia cortar o juro para 8%, ou 12 vezes ao ritmo de 0,5% por vez. Se o corte acontecer a cada 60 dias, o processo levaria 2 anos. O mercado e os economistas, inclusive o Sr. Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul, questionam porque o corte é anunciado somente em dias marcados de reuniões do Comitê de Política Monetária. Por que não pode ser antes, se o desemprego continua e a recessão se aprofunda?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Explorar petróleo a qualquer preço?

Até recentemente, “Oil Sands of Canadá” foram consideradas como o substituto seguro e potencialmente lucrativo do petróleo do Oriente Médio. Mas, em 17 de novembro de 2008, a PetroCanada anunciou a parada de seu trabalho de exploração na província de Alberta. “O preço do petróleo não justifica o custo de construção do projeto de US$ 24 bilhões”.
Quando o preço do petróleo chegou a US$ 147 por barril, uma onda de projetos energéticos antes considerados proibitivos entrou em estudo. Mas agora como o preço do petróleo caiu para menos de US$ 50, o impacto é o oposto. As companhias de petróleo do Canadá, Rússia, Arábia Saudita e Tailândia estão cortando os investimentos em poços e refinarias:
PetroCanada – “atraso” no projeto de oil sands, de US$ 24 bilhões
TNK-BP – a Companhia de Petróleo Russo corta US$ 1 bilhão de investimento de capital em 2009
Saudi Aramco – atrasa a construção da Yanbu Export Refinaria, de 400 mil barris por dia
Hess – a Companhia não vai construir a refinaria de US$ 5 bilhões em St. Lucia, no Caribe
Mas estas paralisações não são definitivas. Tudo depende do
preço do petróleo. Em 2010, a demanda da China, Índia e Oriente Médio, agora diminuída pela recessão mundial, vai começar a ultrapassar a oferta global e puxar os preços para acima de US$ 100 por barril. Os analistas acham que os cortes na projeção da nova capacidade de produção atingirão 3,8 milhões de barris por dia, ou 4% da oferta atual, impulsionando os preços para novas altas.
Todas estas análises e projeções sobre o petróleo são acadêmicas e especulativas. Não vou perder meu tempo em comparar ou vender contratos futuros de petróleo nem em NY e nem em Londres. Eu fico com as minhas ações da Petrobrás como investimento de longo prazo. E pronto!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

“Looking forward”

Tomando o café da manhã, a primeira cotação que eu procuro na Bloomberg, na TV, é a do petróleo. Se o preço do petróleo cai, as outras commodities, cereais e metais, seguem a queda. Como o dólar compra mais petróleo e outras commodities, o dólar vale mais e tem maior poder aquisitivo. Por extensão, se o dólar fica forte contra as outras moedas, euro, libra, real, etc. o dia já não será tão bom para as ADRs dos papéis brasileiros.
A segunda observação é o preço de T- Bond 10 anos. Se o T – Bond subir, Wall Street provavelmente venderá ações e colocará cash no T – Bond. Inversamente, se o T- Bond cair, o mercado estará juntando cash para comprar ações.
A terceira indicação são os índices futuros: Dow, SP e Nasdaq. Se os futuros subirem, o mercado americano tem boas chances de abrir em alta. E a Bovespa vai de carona (A Bovespa abre antes do mercado americano).
Quando encerra o pregão americano, os índices futuros já indicam o tom do dia seguinte. Mas muitas vezes, as notícias e eventos do mundo que ocorrem durante a noite e no fim de semana mudam a tonalidade do mercado. Os índices futuros sempre refletem o mercado do próximo pregão.
Seguir estes indicativos de mercado pode ocupar uma boa parte do meu tempo. Não posso reclamar porque esta é a minha profissão. Imagine o investidor - especulador de ouro, que quer queira quer não, acompanha a cotação 24 horas por dia, ao redor do mundo.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Bonds Vs. Ações

A partir do 2º semestre de 2008, no mercado americano, os investidores venderam ações e compraram títulos do governo (U.S. Treasury’s Bond), trocando “risk” por “safety”.
Eles ganharam 13,7% nos títulos do governo.
Mas em 2009, os analistas do mercado especulam que o “Bond” vai desabar. “Treasurys are overbought, and perhaps in a bubble”! No último dia de funcionamento da bolsa americana em 2008 (31/12), o T-Bond de 10 anos caiu de 112 12/32 para 112 5/32 (com yield subindo de 2,22% para 2,36%). Preço e yield se movimentam em direções opostas.
O que se vai fazer com o cash da venda do T- Bond? Uma boa parte vai para a compra de ações. Esta é a perspectiva para 2009. O mercado americano lidera os mercados do mundo – Europa, Ásia e os mercados emergentes (BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China).
Estou otimista com a bolsa brasileira, especialmente com a perspectiva de queda do nível de juro, atualmente em 13, 75%. Veja meu penúltimo artigo “Brasil independente”.