terça-feira, 28 de abril de 2009

Reposição de estoques

As usinas chinesas elevaram a produção de aço de dezembro de 2008 a fevereiro de 2009, com a recuperação dos preços em antecipação à demanda gerada pelo pacote de incentivo do governo chinês, de 4 trilhões de yuans (US$ 588 bilhões), o que aumentou as encomendas de minério de ferro, a principal matéria prima da siderurgia. Os volumes de minério de ferro importados pela China subiram para o recorde de 51 milhões de toneladas em março.
Após um longo período de recessão, as siderurgias chinesas terão, finalmente, que repor os estoques de matéria prima. Isto é típico do business cycles. Na recessão a demanda menor por aço provoca diminuição de consumo e de importação de minério. Como o governo precisa dar emprego, estimular a construção de moradias e infra-estrutura, e incentivar a produção em geral, do ferro e aço em particular, o aumento de importação de minério de ferro é inevitável.
No outro lado do globo, o Brasil passa pelo mesmo cenário. Para evitar uma recessão, o governo Lula criou planos de estímulo à economia. A redução de IPI e de juro impulsiona a venda de automóveis. Investimentos em infra-estrutura e um milhão de casas elevam a perspectiva de aumento de demanda pelos produtos siderúrgicos. Como a bolsa reflete mais a perspectiva do que a realidade, veja o avanço das ações de siderurgia:

cotação mínima /cotação em 06 de abril 2009

Gerdau (GGBR4) 10.27 / 14.16
Usiminas (USIM) 5 7.74 / 30.97
Sid. Nacional (CSNA3) 18.66 / 36.30

E, sem dúvida, Vale do Rio Doce, vai de carona. O aumento
na venda de produtos siderúrgicos obriga a reposição de estoques de minério de ferro. E conseqüentemente, uma melhoria do preço.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Países Desenvolvidos e Emergentes

Os economistas estão projetando o crescimento da economia comparando os desenvolvidos e os emergentes.

desenvolvidos/variação do PIB em 2008 /estimativa para 2009

Estados Unidos/+0.6%/ -1.6%
Japão/ +0.5%/ -0.1%
Alemanha /+1.3%/ -2.4%
Grã-Bretanha /+0.7%/ -3.6%
Canadá /+0.6% /-1.6%

BRIC (emergentes)/variação do PIB em 2008/estimativa para 2009

Brasil /+5.1% /+2.0%
Rússia /+6.0%/+3.0%
Índia /+6.3% /+5.8%
China /+9.4% /+7.5%

Em 2008, os PIBs dos países emergentes cresceram mais do que os PIBs dos desenvolvidos. Em 2009, os desenvolvidos retrocederão para o território negativo, enquanto os emergentes continuarão a crescer, embora em ritmo menor do que em 2008.
Mark Mobius, da Templeton Asset Management disse que a próxima escalada do mercado altista começou e existem pechinchas em todo o mercado emergente, depois da queda recorde das ações. O índice MSCI de Mercados Emergentes deu um salto de 26% desde a sua baixa recorde de quatro anos (em 27 de outubro de 2008), superando a queda de 4.2% do índice MSCI Mundial e a retração de 9.5% do SP 500 no mesmo período. Os emergentes foram responsáveis pelos 10 índices referenciais de melhor desempenho este ano, encabeçados pela alta de 28% do Índice Composto Shanghai. Mark Mobius está otimista: “Agora estamos consolidando as bases do próximo mercado altista.” Ele previu corretamente, em dezembro do ano passado, que os mercados emergentes se recuperariam antes dos países desenvolvidos.
Dos países emergentes, esqueça a Rússia, Índia e China. Concentre-se no Brasil. Onde você vai achar outro país que tem juro real daquele tamanho, que deverá ser reajustado para baixo nos próximos dois anos?
Das quatro crianças brincando no pátio, sempre o seu próprio filho é o mais bonito.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Petrobrás – Investimento até 2013


O plano de investimento da Petrobrás até 2013 é de US$ 174,4 bilhões, nas seguintes áreas de negócio:

Em US$ B
Exploração e produção 104.6
Abastecimento 43.4
Gás e energia 11.8
Petroquímica 5.6
Distribuição/bicombustível 9.0
____
174.4

Somente neste ano, em meio à crise econômica mundial, a Petrobrás vai investir US$ 28.6 bilhões. Deste total, a estatal planeja captar US$ 18.1 bilhões:

Em US$ B
BNDES 11.9
Bancos
(nacionais e internacionais) 5.0
Mercado 1.2
____
18.1

Para o plano qüinqüenal, conforme Gabrielli, os cálculos de viabilidade são baseados numa cotação média do barril de US$ 42. (Hoje, 25/02/2009, o petróleo é cotado a US$ 40 por barril, em NY).
Para analistas, a expressiva ampliação dos investimentos em plena crise financeira global é uma sinalização de que o governo Lula usará a estatal como instrumento que se somará a outras ações para minimizar os efeitos da desaceleração econômica. Em outras palavras, o governo Lula quer mostrar confiança e otimismo para o povo e o mundo.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Empréstimo do Brasil ao FMI

Na reunião do G-20 que terminou em 3 de abril de 2009, em Londres, o presidente Lula declarou: “Gostaria de entrar para a história como o presidente que emprestou alguns reais ao FMI.” O gesto é, claro, político. Mas a declaração não deixa de mostrar que o Brasil está em condição de ser “o lender” ao invés de “o borrower” do FMI, como antigamente.
“A contribuição do Brasil será na forma de empréstimos (ao FMI) que não diminuam nossas reservas“ e “que serão concedidos a países pobres, sobretudo, da América Latina”, afirmou Lula, “Foi a primeira reunião de que participei na qual os países desenvolvidos estiveram em igualdade de condições com os países em desenvolvimento.”
No ano passado, o Brasil foi classificado pelos international rating agencies como “investment grade”. Agora, no início do 2º trimestre de 2009, o Brasil já está em condição de ser o credor em vez de devedor do FMI. Aleluia,
viva o Brasil!
Enquanto o mundo torce pelo Brasil, o mercado financeiro mundial já reflete o progresso do Brasil. Ultimamente as ações brasileiras (ADRs) vêm se recuperando melhor do que as ADRs européias e asiáticas. O Templeton Emerging Market Fund (EMF), de fim de fevereiro até esta data (3/4/2009) já subiu 27%. Os papéis brasileiros que fazem parte do EMF contribuíram decisivamente para este belo desempenho.