terça-feira, 23 de março de 2010

Cortar o “déficit”

Quando o paciente está na UTI não é recomendado fechar o tubo de oxigênio. Mas isso é exatamente o que os governos da Europa serão forçados a fazer. A economia da região contraiu 4,1% no ano passado, e a projeção para crescimento é de somente 0,7% para 2010 mesmo com o efeito de estímulos. Com as dívidas dos governos crescendo, e Grécia e Irlanda perto de um “default”, os dirigentes da Europa têm que cortar um pouco de oxigênio, arriscando uma recessão.
A dívida, como percentagem do GDP, na União Européia, pulou de 60%, em 2007, para 80% este ano (embora menor que os 89% dos Estados Unidos). Para 2010, a soma dos “déficits” dos governos europeus vai atingir 6,7% do GDP, mais do que o dobro dos 3% limitados pela legislação européia. Grécia, Inglaterra, Letônia e Espanha, o déficit em 2010 chegará a 10%.
Para reduzir os déficits, os governos devem aumentar impostos, reduzir gastos de infra-estrutura e cortar os salários dos funcionários públicos.
Irlanda, apesar da contração da economia, de 7,5% no ano passado, cortou $ 5.8 bilhões de seu orçamento de $ 87 bilhões para 2010, incluindo menor benefício de desemprego, redução de subsídio para famílias com crianças e corte de salários de 5% a 15% para funcionários públicos. Grécia quer poupar $ 6.5 bilhões congelando salários, aumentando impostos prediais e elevando impostos sobre cigarros e bebidas em 20%. Greves já são planejadas na Grécia, trabalhadores da Espanha protestam e irlandeses estão na rua contra os cortes. “Salários diminuem $360 por mês, e novos impostos aumentam $500 por mês”, disse um cidadão irlandês, “nos últimos quatro meses estava procurando novos sapatos, agora tenho de caminhar descalço”.

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