quarta-feira, 3 de março de 2010

Não mexer com o FED

A função primária do Federal Reserve (FED) é conduzir a política monetária: dosar a taxa de juro para evitar recessão ou inflação, diminuir o desemprego e criar prosperidade. Mas ultimamente, o Congresso americano, impaciente e insatisfeito com a taxa de desemprego (manobra política) começa a desafiar a autoridade e independência do FED em conduzir a política monetária. Se o FED resolver adotar o aperto monetário diante da alta taxa de desemprego, os deputados querem que a decisão do FED fique sujeito à aprovação e auditoria do Congresso.
Alan Greenspan descreveu no seu livro “The age of turbulance” alguns episódios interessantes. Clinton sempre quis mexer um pouco com ele, expressou seu ponto de vista de manter o juro baixo, 10 meses antes de uma eleição presidencial. O melhor foi Reagan. Numa reunião no jato presidencial, Greenspan quis explicar para Reagan a sua política monetária, mas Reagan nem quis saber. Ele só contava piadas e Greenspan nem teve chance de falar.
Embora eu seja um democrata por convicção, neste caso sou mais a favor de Reagan do que Clinton. Reagan pode e deve relaxar num jato presidencial, com todas as mordomias, inclusive contar piadas e deixar os secretários de Estado (ministros) e o chairman do FED executar seus mandatos. Isso é “delegação de poder”.
No final, o segundo mandato de Bernanke como chairman do FED foi aprovado pelo Congresso. Aprovação significa confiança. Sem confiança e sem independência, Bernanke não consegue pensar e trabalhar, e o FED não funciona. Por enquanto, a inflação americana está sob controle. Mas mais adiante, a credibilidade do FED como lutador contra a inflação pode sofrer se o Congresso exercer controle sobre a política monetária.

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