terça-feira, 13 de abril de 2010

Lições do Canadá

A economia do Canadá normalmente anda junto com a economia dos Estados Unidos. Mas agora o mercado imobiliário caminha por um trilho diferente do americano. Em janeiro, o preço médio de uma casa em Toronto foi de US$ 392.000, um pulo de 19% em relação há um ano. Na área mais nobre de Vancouver, um “condo” com um dormitório foi anunciado por US$ 575.000. E aumentos de preços são previstos para todas as províncias do país.
A razão é simples: a regulação dos bancos. Os bancos canadenses são supervisionados e proibidos de se endividar para financiar imóveis. Eles não financiam para quem não provar que tem renda suficiente para a compra de imóveis. A prática do “no-money-down” (sem entrada) é efetivamente banida. A legislação também ajuda. Os juros de mortgage não são dedutíveis do imposto de renda. E para os inadimplentes, os bancos podem executar os outros bens além da casa financiada (nos Estados Unidos, quando o valor do mercado da casa cai abaixo do valor do financiamento, o devedor envia a chave para o banco pelo correio e simplesmente “walk away”).
Todos estes fatores tornam o financiamento imobiliário um negócio de baixo risco. Os bancos canadenses ficam com os mortgages em vez de empacotar e revendê-los. O financiamento cuidadoso leva ao lucro que leva a mais financiamento – um círculo virtuoso.
Os banqueiros canadenses ganharam a admiração de Obama, de Paul Volcker e do economista Paul Krugman. Não basta “amar seu vizinho”, os Estados Unidos têm que aprender com ele também.

Nenhum comentário: