terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Commodity e ações de commodity

Apesar dos sinais de desaceleração nos Estados Unidos, os investidores estão comprando ações de commodity numa aposta contra a recorrência de recessão. Um artigo publicado na Bloomberg Businessweek, em setembro de 2010, dizia que o SP 500, Índice de Materiais, composto de 32 companhias de mineração, semente e química, subiu 10% (de junho a agosto de 2010), comparado com uma alta de 4% do Índice SP 500. O P/L (preço/lucro) dessas 32 companhias atingiu a média de 17,4 contra um P/L médio de 14,2% das companhias do Índice SP 500.
A forte procura pelas matérias primas sinaliza o crescimento da economia em geral. Se o mercado realmente acreditasse na recorrência da recessão (double-dip), as ações de matéria prima não teriam um desempenho tão bom.
Reuters CRB, índice de 19 matérias primas, subiu 3,6% desde o fim de junho de 2010, liderado pelo trigo que subiu 42% com a seca dos países exportadores. O açúcar subiu 21% com o atraso do embarque nos portos do Brasil, o maior exportador do mundo. O cobre e o algodão subiram 12%, de acordo com os dados da Bloomberg.
A força das commodities é um importante indicador, assegurando um forte fundamento da economia mundial, mais do que a previsão do mercado.
Os outros, porém, acham que os preços das commodities e das ações de commodities refletem a procura crescente da parte mais dinâmica da economia mundial, que é a Ásia emergente. O que não necessariamente reflete a perspectiva do crescimento dos Estados Unidos e da Europa.
Uma observação minha: simplesmente, a commodity é o minério de ferro; e a ação de commodity é Vale do Rio Doce. A procura depende da Ásia emergente, principalmente da China. “Quando a China grita, o mundo treme”.

2 comentários:

Valter Bianchi Filho disse...

Muito boa a sua análise, Sr. Tong. Li um artigo recentemente de um estrategista do Morgan Stanley que comentou que estamos vivendo um período de novo patamar de commodities, mais elevado do que a média histórica dos últimos anos. O argumento dele é que mesmo no momento mais severo da crise de 2008, o preço das commodities em geral apenas atingiu a média histórica dos últimos anos; sugerindo, portanto, que a nova média é maior do que a antiga.
De qualquer modo, não dá pra desprezar as lições da história e o trabalho de Thomas Malthus, de que invariavelmente os insumos básicos retornam às médias. Abraço

Anônimo disse...

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