terça-feira, 6 de setembro de 2011

Greek bonds

No mês passado, em São Paulo jantei com um amigo. A conversa, inevitavelmente, entre outros assuntos, convergiu para investimentos.

Ele era dono de uma fábrica de tecidos que tinha como freguesia as lojas de norte a sul do Brasil, inclusive a Casas Pernambucanas. Após anos de sucesso, o mercado foi invadido por tecidos importados da China. Ele fechou a fábrica e também importava da China (If you can’t beat them, join them!). Após acumular uma boa fortuna, ele se aposentou e hoje se dedica a investimentos.

A minha área é ações. Mas a dele, ultimamente, é “bonds” (debêntures), especificamente “greek bonds”. Ele pesquisa todos os tipos de bonds: U.S. Treasury, brasileiro, europeu, etc., e chegou à conclusão de que os “greek bonds” são os mais rentáveis. Com maturidade de 5 ou 10 anos, cupons de 6% ao ano, e deságio de 15% a 25% do valor de face (conforme dança o mercado), ele só precisa sentar em cima, ou botar embaixo do colchão para usufruir os ganhos pelo resto da vida.

E os riscos de “default”? Claro, ele está ciente do maior risco de “default” associado ao maior rendimento. Mas ele aposta que a União Européia não vai deixar de socorrer a Grécia. Ademais, o país deve cumprir os compromissos de cortar as despesas, aumentar impostos, cortar salários dos funcionários públicos e reduzir o déficit fiscal.

O jantar foi ótimo. Eu aprendi uma lição sobre os “bonds” e “greek bonds”. Em ultima análise, os “bonds” não são muito diferentes das ações: comprar na baixa (como o greek bonds agora), e vender na alta ou segurar até o vencimento. Exceto que, as ações não tem prazo de vencimento. O acionista, como eu, pode vender as ações ou deixá-las para os filhos no dia do meu vencimento.

Um comentário:

Finanças Inteligentes disse...

Se ele diversifica os bonds é uma boa estratégia pra minimizar o risco dos títulos gregos.

Mas ainda sim prefiro ficar com a prata da casa, o Brasil ainda está pagando um bom retorno no tesouro direto.

Abcs,