terça-feira, 3 de abril de 2012

Goodbye e Goodbuy

Nelson Bocaranda, colunista do Jornal El Universal de Caracas, Venezuela, revelou que Hugo Chávez tinha câncer cinco dias antes do Presidente venezuelano ter anunciado que os médicos de Cuba removeram um tumor de sua área pélvica. No dia 20 de fevereiro o colunista escreveu no Twitter que Chávez tinha viajado em segredo para Cuba para mais uma cirurgia. A especulação, antes negada pelos partidários de Chávez, foi confirmada pelo Presidente um dia depois.

Em semanas recentes, investidores têm comprado debêntures venezuelanas, especulando que Chávez está fraco demais para a campanha de reeleição, o que seria bom para a economia. O candidato de oposição, Henrique Radonski jurou que vai eliminar políticas como o controle de moeda (que já dura 13 anos), e que segundo ele é o culpado pela inflação galopante e a falta de leite e farinha. Os preços para os consumidores subiram 26% em janeiro, comparados com um ano atrás, a taxa mais acelerada entre 83 economias pesquisadas pelo Bloomberg.

As divulgações de Bocaranda causaram um rally nas debêntures venezuelanas. O rendimento das debêntures caiu 32 pontos básicos, para 11,55%, em menos de 4 horas de negociação em 21 de fevereiro, após Bocaranda noticiar que Chávez estava em Cuba. As debêntures venezuelanas subiram 30% desde a revelação da doença de Chávez há nove meses.

Ofereço este artigo apenas para ilustrar como os investidores espertos faturam até em cima da doença de um presidente de república.

Eu não compro bonds, nem gregos, nem venezuelanos.

Num artigo separado, Peter Oppenheimer, chefe “global equity”, estrategista da Goldman Sachs em Londres, escreveu: “como o MSCI World Index está negociando a 13,2 vezes o lucro projetado, após a queda de 7,6% em 2011, está na hora de dizer “goodbye” aos bonds e “good buy” às ações que devem embarcar numa tendência altista para os próximos anos. As perspectivas de lucro em ações (versus bonds) são tão boas quanto eles tinham sido há uma geração”.

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