quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A crise de Dubai

Apesar de toda a beleza que descrevi no artigo anterior sobre Dubai, ela agora está enfrentando uma crise por causa de suas dívidas que assusta os bancos da Europa e dos Estados Unidos. Ela tem que pagar ou refinanciar US$ 50 bilhões em quatro anos. As companhias de Dubai têm uma dívida de US$ 90 bilhões, ou 126% do GDP, em debêntures de curto prazo e empréstimos dos grandes bancos do mundo. A habilidade de Dubai em sanear toda essa dívida depende dos bancos estrangeiros, especialmente da generosidade de Abu Dhabi, o emirado vizinho rico em dólar e petróleo.
Mas agora os líderes de Abu Dhabi estão mais exigentes em troca de novos financiamentos. Abu Dhabi pode querer participações nas “crown jewel” companhias, como Emirates Airlines, DP World (operadora dos portos) e Dubai Aluminum. As eventuais participações podem consolidar estas companhias com as de Abu Dhabi, tal como Etihad Airways. Até agora, o Sheikh Mohammed tem evitado qualquer take over de equity em Dubai, frustrando uma venda de 20% da DP World por US$ 2 bilhões para a Abraaj Capital, uma firma de Dubai de private equity, e China Investment Corp., Sovereign wealth fund de Beijing.
Mas uma inadimplência de Dubai vai sacudir a confiança dos investidores em toda a U.A.E (United Arab Emirates), inclusive Abu Dhabi. Os outros emirados não podem deixar isso acontecer.
Mas aconteceu o que o mercado temia.
O conglomerado estatal Dubai World, holding que cuida dos principais investimentos do governo de Dubai, anunciou em 26 de novembro uma moratória de seis meses do pagamento de US$ 59 bilhões de dívidas do grupo. As bolsas européias caíram 3% e a Bovespa caiu 2,25% (as bolsas americanas tiveram feriado de Thanksgiving).
Na bolsa de Londres, o setor bancário, RSB, Lloyds, HSBC, caíram violentamente. As agências de classificação de risco, Moody’s e Standard & Poor’s, baixaram a nota das grandes companhias do governo de Dubai.
O caso Dubai serviu como pretexto para a realização de lucros, na Bovespa, inclusive.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dubai

No caminho para Shanghai em outubro, 2009, fizemos um stop-over de quatro dias em Dubai. O Jumeirah Beach Hotel é um luxo, com 21 restaurantes (árabe, francês, italiano, alemão, malaio/tailandês, etc.). Quadras de tênis, piscina, academia e carrinhos que transportam os hóspedes para todos os cantos do hotel.
O luxo não é só dentro do hotel, mas em toda a cidade de Dubai, construída no meio do deserto. O governo dos Emirados Árabes, com os petrodólares, construiu super estradas, infra-estrutura, skyscrapers para criar prosperidade e dar emprego ao seu povo.
Com a produção de petróleo em declínio, o governo investe em turismo.
Fomos visitar Abu Dhabi, onde a atração principal é uma mesquita. A estrutura é linda, com arquitetura harmoniosa e perfeita. O que mais impressiona é a área na frente da mesquita onde pode ser agrupado 50 mil fiéis na hora de rezar. Para visitar a mesquita os homens têm que tirar os sapatos e as mulheres vestem um roupa preta e cobrem a cabeça com um xale preto. É a primeira vez que tive contato com a religião e a cultura muçulmana. A sensação foi muito diferente das visitas às igrejas católicas que os guias de turismo costumam conduzir a gente para ver.
Como turista gostei da visita ao mundo muçulmano. Como economista, aplaudo a coragem e a visão dos Sheiks dirigentes de transformar a economia de petróleo para o turismo que cria mais estabilidade e emprego para o seu povo. O desenvolvimento dos Emirados Árabes serve como um bom exemplo para o mundo árabe.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

ORIGEM – Retratos de família no Brasil

Em 29 de agosto fui para São Paulo para o lançamento do livro “ORIGEM – Retratos de família no Brasil”, de autoria de minha filha, Fifi Tong, editado pela Auana Editora, patrocinado pelo Banco BBM.
A família ficou orgulhosa e o público muito entusiasmado com o lançamento do livro de fotografia ilustrando mais de 50 anos de imigração no Brasil. Imigrantes da Ásia, África, Europa e de todos os cantos do mundo.
Ela estudou fotografia no Art Center College of Design, em Pasadena, Califórnia. Na cerimônia de formatura estava o patrocinador Lee Iacocca, famoso CEO da Chrysler Corp., que selecionava os melhores estudantes de design de automóveis para trabalhar com ele. O curso de fotografia também é reconhecido como o melhor do mundo.
Após a formatura ela voltou para o Brasil e trabalha como fotógrafa profissional. O sonho dela sempre foi publicar um livro. Após decidir sobre o tema, ela viajou durante anos pelo Brasil, fotografando, selecionando, compilando e sonhando com a publicação do livro. Finalmente, em 2009, com o patrocínio do Banco BBM, o sonho se tornou realidade.
Moral da estória: persistência e perseverança.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

China

Prezados leitores,
Vou estar na China até meados de novembro, logo não haverá posts durante este período.
Qualquer observação interessante será postado no blog quando eu retornar.

Até a volta !

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Marcas e Patentes

Se o valor do ativo tangível de uma companhia (fábrica, etc.) é baixo comparado ao seu valor de mercado, seu “ratio” preço/book value seria alto. Essa discrepância poderia ser devido aos ativos intangíveis.
Por exemplo:

COMPANHIA – PREÇO (8/5/09) - PREÇO/BOOK

Colgate – 62.16 – 17.6
Avon – 22.94 – 14.5
Altria – 17.13 – 12.5
Kellog – 42.79 – 11.3

Não se assuste com os preços destas ações, cotadas mais de 10 vezes os seus valores contábeis. Pode ser que o preço não esteja alto. E o book value é que está baixo. Book value representa o custo histórico dos ativos da companhia, mas não representa o valor verdadeiro. O valor escondido ou intangível está nas marcas e patentes.
Coca-cola, a marca nº 1 do mundo, tem um valor intangível incalculável. A velha piada diz: “na corrida para chegar à lua, se os russos chegarem primeiro, vão pintar a lua de vermelho; se os americanos chegarem primeiro, vão pintar a lua de Coca-cola”.
Focar nas companhias com patentes promissoras é outra maneira de achar o valor intangível. Desde 1993, a IBM ganhou $ 10 bilhões com “patent royalties”, monetarizando as inovações. A consultoria Ocean Tomo procurou outros candidatos com potencial de monetarizar o valor de patentes, e listou as seguintes empresas como promissoras: Cardinal Health, General Eletric, Honeywell International, Royal Dutch Shell e Texas Instruments.
Quais são as empresas brasileiras que têm marcas de destaque e/ou possuem patentes para faturar em cima das inovações?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

China goes shopping (2ª parte)

Os apoios para as expedições internacionais vêm de cima para baixo, desde o Politburo. “Devemos encorajar nossas grandes empresas a entrar no mercado internacional e expandir seus negócios”, disse Li Rongrong, chefe da agência responsável pelas grandes empresas estatais na China.
O que a China está comprando?
A China favorece as aquisições que não colidam com as multinacionais do mundo. A compra da Addax Petroleum da Suíça faz a Sinopec ter acesso ao petróleo kurdish e nigeriano sem soar o alarme para o mundo.
Mas quando a Chinalco (Aluminum Corp.) a China planejava investir $ 19 bilhões na mineradora anglo-australiana Rio Tinto, a estória é diferente. Os acionistas questionaram a prudência de vender a fatia de 18% para a Chinalco. Os políticos, abertamente, condenaram o negócio. “A entidade estatal da China é meramente um braço do Partido Comunista”, disse o senador australiano Barnaby Joyce. Com o negócio com a Rio Tinto não saiu, a China pode tentar a Vale do Rio Doce (um “Rio” diferente, mas o minério é o mesmo).
Uma área onde a China anda devagar é nos Estados Unidos. Lembre-se da oferta abortada de 2005 da China National Offshore Oil pela Unocal que criou uma tempestade no Congresso americano. “A percepção chinesa é que eles tentam comprar companhias usando o mecanismo do mercado sem prever o eventual envolvimento com as controvérsias políticas”, comentou um assistente do secretário de Estado do governo Bush.
Mas, o incidente com os Estados Unidos não impede os esforços chineses em outros lugares. O shopping continua. China Minmetals fez oferta de $1,4 bilhões pelo Oz Minerals. Hunan Valin Iron & Steel investiu $ 770 milhões em Fortescue Metals. Ambos na Austrália. “É natural que as companhias, ao crescer, procurem novas oportunidades fora do país”, disse o professor de Finanças Zhou. “Haverá mais shopping no exterior. E o mundo se acostumará com isso”.
Após a Austrália, quando os chineses virão fazer shopping no Brasil?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

China goes shopping (1ª parte)

Quando a China não sabe o que fazer com um trilhão de dólares de reservas proveniente de superávit acumulado, ela compra U.S.Treasury (10 e 30 anos) que, embora pague pouco juro, é o mais seguro.
Ultimamente, com a recessão mundial em 2008 - 2009, a China está mudando a sua tática de investimento. Os juros do U.S. Treasury são baixos, a moeda está se desvalorizando. A China agora quer diversificar. Diversificar não significa somente conversão de dólar em euro, yen, dólar australiano ou real, mas a aquisição de “hard investment assets” – fábricas e companhias – do mundo inteiro.
Sinopec pagou $ 7 bilhões por uma companhia de petróleo suíça e mostra interesse em campos de petróleo no Iraque e num produtor de petróleo argentino. Beijing Automotive tem interesse na Opel da GM na Alemanha. Haier quer investir num fabricante de eletrodomésticos na Nova Zelândia e numa loja de departamentos no Japão.
Como os preços de aquisição estão mais baratos agora, cria-se uma atmosfera e oportunidade para as companhias chinesas. Beijing também facilita a aprovação e o financiamento. As atividades de “merges & acquisitions” são ótimos para advogados, contadores e bancos de investimento. JPMorgan Chase e Morgan Stanley trabalham no preparo das ofertas (bid). PricewaterhouseCoopers se envolveu com mais de 125 transações. Bain & Co. faz consultoria para as companhias chinesas. “É um mercado enorme não só para a Bain, mas também para os consultores”, disse um sócio da Bain em Shanghai

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Lições de Investimento

Nos últimos meses, TV, jornais e revistas do mundo inteiro noticiaram o caso Bernie Madoff, um administrador de fundos que logrou US$ 65 bilhões de investidores, aposentados e fundos de caridade num período de 20 anos. Ele foi condenado à penalidade máxima de 150 anos de cadeia.

Mark Skousen, conselheiro de Wall Street, oferece as seguintes lições de investimento:
· Não entregue o seu dinheiro a um administrador de fundo que promete enorme retorno todos os anos, que insiste em sempre ganhar do mercado.
· Procure saber se ele tem auditor confiável e independente.
· Estude os “extratos” mensais para ver se constam todas as ações, debêntures, fundos mútuos, cash que você sabe que tem (no Brasil, a CBLC, Cia Brasileira de Liquidação e Custódia, manda para o investidor um extrato mensal de custódia que descreve também os proventos em dinheiro, creditados e provisionados).

Em síntese:
1. Administrar você mesmo o seu dinheiro
2. Escolher seu corretor; decidir quais ações comprar e vender
3. Fundos mútuos: investir em fundos mútuos que são negociados na bolsa, publicamente
4. Diversificar. “Don’t put all your eggs in one basket”. Empresários sempre se concentram num ramo de negócio específico. Mas quando se aposentam ou ficam ricos, eles diversificam em ações, debêntures, imóveis, ouro, etc.

Não se iluda que a SEC (Security Exchange Comission), dos Estados Unidos, protege o público investidor de decepções, escândalos e fraudes. E, no Brasil, você é protegido pela CVM e pelo governo? Não conte com isso, especialmente quando se tratar de IPO (Initial Public Offering).

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Observação e intuição

De vez em quando compro ações por intuição precedida pela observação, sem fazer cálculos de lucro por ação, preço/lucro, dividendo, etc. Por exemplo:

Diageo – se as bebidas alcoólicas como uísque, vodca, tequila, conhaque, licor, são todas distribuídas pela Diageo, alguma coisa está cheirando bem. Diageo é distribuidor exclusivo de suas bebidas preferidas em 170 países, como o uísque Ballantine e vodca Smirnoff, de consumo popular e mundial.

Novartis – sou um homem de idade. Tomo remédios para diabetes, colesterol, coração, etc. Novartis, da Suíça, possui patentes de uma boa parte dos meus remédios.

Souza Cruz e Philip Morris Internacional – dois fabricantes de cigarro; um brasileiro e outro mundial. Souza Cruz tem 80% do mercado brasileiro. Philip Morris fabrica e vende Marlboro em todos os países do mundo. Nos cinzeiros e lixeiras na frente das portas dos shoppings centers pode-se observar que a maioria dos filtros é de cor branca (Souza Cruz) e a minoria é de cor amarela (Marlboro).

Thyssen Krupp – quando entro em um elevador de um prédio moderno ou uso a escada rolante de um shopping, a marca Thyssen Krupp é a melhor, mais confortável e eficiente do que seus concorrentes. Na venda você só fatura uma vez. Na manutenção e revisão você fatura mensalmente. Até elevadores de outras marcas têm contratos de manutenção e revisão com a Krupp. Embora eu não tenha ações da Krupp (negociadas nas bolsas européias e com ADRs em NY), fico observando o movimento do papel. Para estimular a economia, os governos chinês e brasileiro estão incentivando a construção civil que cria uma procura enorme pelos produtos da Krupp.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A Bolsa – a perspectiva do dia

Na hora do café da manhã assisto o canal de televisão Bloomberg. Nos últimos meses observei os seguintes movimentos:

a) quando sobe o preço do petróleo (NY e Londres), a cotação do dólar frente o real e outras moedas cai, porque é preciso mais dólar para comprar um barril de petróleo, o dólar enfraquece. Inversamente, se o preço do petróleo cai, o dólar fica mais forte frente o real e outras moedas.
b) quando cai o juro do T-Bill de 10 anos e simultaneamente sobe o preço do T-Bill, isso indica que o mundo investidor estaria vendendo ações e comprando T-Bill (safety). Os futuros do Dow, S&P e Nasdaq já mostram tendência de queda. Inversamente, se cai o preço do T-Bill (e sobe o juro), é bem provável que os investidores e especuladores estão obtendo cash para comprar ações. O dinheiro só tem dois caminhos: renda fixa (Bill ou Bond) ou renda variável (ações).
c) a Europa, com seis horas na frente de NY, já tem suas bolsas funcionando. Os índices FTSE, DAX, CAC40 normalmente seguem os futuros do Dow, S&P e Nasdaq.
d) às 10h abre a Bovespa que via de regra acompanha os futuros dos índices americanos.
e) às 10h 30m as bolsas americanas começam a negociar e seguem os passos dos índices futuros. Daqui em diante as ações sobem ou descem individualmente, conforme as notícias, os lucros ou prejuízos divulgados.

Ultimamente, a Bovespa tem mostrado “decoupling” das bolsas de NY. Afinal de contas, o Brasil não tem subprime, não teve quebra de bancos, os juros continuam baixando.

Não temos recessão, nem inflação. O cenário é mais otimista.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

GDP

Agora as projeções de GDP dos países do Sudeste da Ásia:


PAÍS/GDP 2009/GDP 2010/CARACTERÍSTICAS


Tailândia/ -4%/ +3%/ Manufatura de automóveis na região

Singapure/ -7%/ +3,5%/ A economia mais aberta da região, que sofreu mais com a recessão global

Vietnam/ +4,5%/ +6,5%/ Salários baixos, “middle class” emergente, nível de educação alto

Malasya/ -3,5%/ +4,4%/ Desafio de competir com a China em manufatura

Indonésia/ +3,6%/ +5%/ Recursos naturais: cobre, ouro, carvão e níquel

Filipinas/ +2,5%/ +3,5%/ Trabalhadores educados e língua inglesa. Ideal para “outsourcing”


Embora os GDP 2009 sejam positivos e negativos, os GDP de 2010 são todos positivos. Essas projeções já estão refletidas no desempenho das bolsas de valores de mercados emergentes. Jakarta Índex já subiu 70% e Vietnam, 80% comparados com o nível mais baixo recente.
Nosso Brasil não ficou para trás. Do nível mais baixo em outubro de 2008, o Índice Bovespa já recuperou 65% até hoje (17/07/2009). Com o estímulo fiscal do governo Lula, e a queda da inflação e do juro, mais a melhora do cenário internacional, o GDP do Brasil deve atingir +4,5% em 2010. Com otimismo devemos continuar a investir no Brasil a longo prazo.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

ADR de Petrobrás PN

ADR de Petrobrás PN (PBR/A) é o resultado do seguinte cálculo:
PBR/A = Petrobrás (Bovespa)/câmbio X duas ações

Por exemplo, em 7 de agosto de 2009
PBR/A = R$ 32/1,82 X duas ações = US$ 35.16

Compra-se ADR de Petrobrás a um preço mais vantajoso quando a ação cair na Bovespa e o câmbio subir ao mesmo tempo. Por exemplo:
PBR/A = R$ 28,80/2,00 X duas ações = US$ 28.80

Para quem quer comprar ADR de Petrobrás PN, meu conselho é esperar um reajuste de 10% na Bovespa (de R$ 32 para R$ 28,80) e um reajuste no câmbio para cima (1,82 para 2,00). A combinação dos dois fatores faz com que a ADR fique 22% mais barata. Não vejo o dólar atual de R$ 1,82 com muito mais espaço para descer.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Oil independence in South America

The Oxford Club Communiqué, uma revista que recomenda compra e venda de ações do mundo todo, recomendou recentemente uma ação num artigo chamado “Oil independence in South America”.
Um país da América do Sul ficou, recentemente, completamente independente em petróleo. Nos anos 70, o país estava importando 85% do seu consumo de petróleo.
Essa companhia sozinha domina o mercado inteiro. Suas 15 refinarias controlam 98% da capacidade de refino no país, mais do que 2 milhões de barris por dia.
O plano de expansão inclui:
- descoberta de um enorme “oil field” com reserva de 8 bilhões de barris, valendo $400 bilhões ao preço de hoje
- um moderno complexo com capacidade de refino de 600 mil barris por dia
- um offshore oil rig inovador que alcança reservas anteriormente consideradas inalcançáveis
E os resultados? A companhia produziu um lucro anual recorde em 2008. Até no 4º trimestre, quando o preço do petróleo caiu violentamente, o lucro subiu 47%. Como isso é possível? Porque o preço da gasolina não caiu no país. Milhões de novos trabalhadores urbanos garantem o aumento do consumo da gasolina e o lucro da companhia para os próximos anos.
Para despertar a curiosidade dos leitores, o Communiqué não mencionou o nome da empresa. Para conhecer a “dica”, e outras “dicas”, os investidores interessados devem assinar uma pesquisa, o “The New Frontier Trader”, por um ano, ao preço de US$ 995 (escolhe se quer receber por fax ou email). Se os investidores americanos precisam pagar para saber qual é essa empresa de “oil independence in South America”, os investidores brasileiros já adivinharam de qual empresa se trata.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

“The dog has his day”

Braskem PNA (BRKM5) e Unipar (UNIP6), ambos do setor petroquímico, deram um grande pulo na semana que termina em 7 de agosto de 2009. Enquanto a Bovespa subiu 2,85% na semana, Braskem PNA subiu 16,8% (de 8,31 para 9,71) e Unipar PNB saltou 25,5% (de 0,94 para 1,18). Finally, “the dog has his day”.
Durante os anos, após ter realizado um bom lucro com Petroquisa e Suzano Petroquímica, investi em Braskem e Unipar. Após anos de angústia, finalmente estou vendo luz no fim do túnel.
Petrobrás, quando o preço do petróleo sobe, sobe os preços da gasolina e da nafta, a principal matéria prima para as empresas petroquímicas. Mas quando cai o preço do petróleo, Petrobrás não baixa os preços da gasolina e da nafta. Segurei os papéis da Braskem e Unipar convicto de que essa prática de monopólio estatal da Petrobrás não iria durar eternamente.
O governo Lula não pode só pensar na Petrobrás. Deve pensar também nos consumidores, índice de inflação e a taxa de juros, que é uma das mais altas do mundo.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Sudeste da Ásia

Recessão econômica não é novidade para os países do Sudeste da Ásia. Na crise financeira há 10 anos, as companhias quebraram, os bancos “defaulted”, as bolsas caíram e as economias encolheram acima de 10% com os investimentos estrangeiros retraídos. Mas o Sudeste da Ásia engoliu a pílula amarga da austeridade, desvalorizou as moedas, pagou as dívidas e reestruturou os bancos.
Agora o Sudeste da Ásia está sofrendo novamente, vítima dos pecados do outro lado do globo. Desde o outono, as exportações despencaram com as recessões da China e dos Estados Unidos. Os investimentos estrangeiros pararam com as multinacionais restringindo seus gastos. “É frustrante mergulhar numa crise que não é nossa culpa”, disse o primeiro ministro da Tailândia.
Mas desta vez, os 10 países da Associação das Nações do Sudeste da Ásia (ASEAN) mostraram uma resistência surpreendente. Os bancos da região estão livres de ativos tóxicos e nem precisam de dinheiro salva-vidas dos governos. Os anos de superávit comercial e a alta taxa de poupança contribuíram para o recorde de reservas estrangeiras. As dívidas dos governos, das companhias e dos consumidores são minúsculas se comparadas com as dos Estados Unidos e da Europa. A inflação e a taxa de juros caíram dramaticamente. Esses países estão mais preparados para enfrentar a tempestade do que as outras economias do mundo.