quarta-feira, 21 de março de 2012

Especulações e previsões

No meu blog, em fim de janeiro de 2012, especulei que Coréia do Norte, sob o comando do jovem líder Kim Jong Um, deve iniciar algumas reformas no campo político-econômico do país.

Em fim de fevereiro, um acordo foi anunciado entre a Coréia do Norte e os Estados Unidos de que o regime comunista paralisa o desenvolvimento de armas nucleares e lançamento de mísseis em troca de 240 mil toneladas de alimentos fornecidos pelos EUA. Como tática de negociação, os diplomatas americanos precisaram reforçar repetidas vezes que os EUA não tinham interesse em derrubar o regime. A Secretária de Estado, Hillary Clinton, disse que o acordo representa um passo modesto na direção correta.

O acordo foi assinado em Pequim. No xadrez diplomático da negociação com a Coréia do Norte, EUA e Europa jogam do mesmo lado da China, que foi fundamental para a costura do acordo. Os chineses não têm interesse algum em ver, na sua vizinhança, mais uma nação armada com a bomba atômica – bastam Índia e Paquistão.

Um dos maiores prazeres da vida profissional é quando ocorre um evento que você previu. Claro, o prazer é maior ainda se o evento previsto beneficia a economia, a sociedade e o mundo, tal como cessar fogo, queda de regime ditatorial, queda de juro, alta da bolsa. Não tem nenhuma graça se a previsão acerta eventos como terremoto e tsumani, guerra e destruição, doença e morte.

Minhas outras previsões são a queda do regime da Síria, o bombardeamento de Israel sobre as instalações nucleares do Irã e a reeleição de Barack Obama. Especulação não deixa de ser um bom passatempo.

terça-feira, 13 de março de 2012

Bonds – “shorter is better”

Steve McDonald, bond expert do Oxford Club, oferece o seguinte artigo sobre bonds americanos – treasury ou corporate.

Quando sobe a taxa de juro, o valor de mercado de todos os tipos de bonds – treasury ou corporate – cai. A extensão da queda do valor de mercado é uma
função do prazo de vencimento (maturity).


Maturity x flutuação de preço conforme taxa de juro

Maturity +1% +2% +3%
30 anos - 84.50 - 72.32 - 62.58
10 anos - 91.82 - 84.41 - 77.68
5 anos - 95.62 - 90.40 - 85.20
2 anos - 98.05 - 96.15 - 94.29


Com o aumento de 2% de taxa de juro, o treasury bond de 30 anos cai do par value de $ 1.000 para $ 723,20, enquanto o treasury bond de 2 anos cai somente para $ 961,50.

Para diminuir o risco do aumento de juro, ele sugere o sistema de “ladder” (escada).

Por exemplo:

Bonds Maturity Rendimento anual
American General Finance 15/09/2013 6.07%
GMAC (General Motors Acceptance Corp.) 15/03/2016 7.50%
CIT Group 15/11/2021 8.47%
SLM Group 15/06/2024 7.85%
Albertson’s 01/05/2030 9.78%

Este portfolio de corporate bonds tem média de maturity de 10 anos, e média de rendimento anual de 7.93%. Embora o bond de “short maturity” tenha um rendimento menor, ele reduz a queda de valor de mercado do portfolio quando subir a taxa de juro.

Ele sugeriu que os bonds tenham “ratings” de B a BBB, e a média de maturity entre 3 a 5 anos. “Não importa quanto suba a taxa de juro, o bond com bom” rating “e maturity curto não vai quebrar a cara como os bonds de 10 a 20 anos”.

Se você possui bonds que vencem a cada ano, você tem sempre um novo cash para reinvestir em outro bond, aproveitando ocasiões de crescente taxa de juro (comprar mais barato).

A maior vantagem do bond de “short maturity” é limitar a maior ameaça do bond, que não é o mercado e nem a taxa de juro, e sim a inflação. A inflação não é um tópico por enquanto. Mas um dia ela será!

Toda discussão é irrelevante se você pretende segurar o bond até o vencimento. No vencimento você receberá o principal (100%) e o ganho de capital (se o bond foi comprado com desconto) e teria recebido todos os juros, não importa o quanto flutuou o valor de mercado.

Compre um determinado bond somente quando você estiver satisfeito com a remuneração estipulada e pretender segurá-lo até o vencimento. Se o bond subir no mercado antes do vencimento, isso seria uma boa surpresa, mas não uma expectativa.

Melhor de tudo, você dormirá melhor à noite. Isso é a qualidade mais benéfica de qualquer bond.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Taxa de Câmbio

No fim de fevereiro de 2012, o Banco Central Europeu repassou 529 bilhões de euros, com prazos de refinanciamento de três anos, a 800 bancos. O valor superou a estimativa do mercado, de 450 bilhões de euros.

Logo depois do anúncio, os negócios abriram no Brasil com forte demanda pelo real. O interesse pela moeda brasileira era apenas uma amostra da avalanche de recursos que pode aportar na esteira da súper injeção nos bancos europeus. Isso porque parte dos recursos emprestados pelo BCE acha seu caminho para mercados emergentes em busca de juro mais alto. O destino preferido é o Brasil.

No dia 28/02/2012, o dólar foi cotado abaixo de R$ 1,70 (R$ 1,6956). No dia seguinte o Banco Central interveio e o dólar subiu para R$ 1,7177.

As medidas adotadas pelo BC:

a) BC compra e estoca dólar, com freqüência diária
b) Taxação de IOF de 6% para entrada de dólar em troca por real
c) Continuar baixando a taxa de juro – na próxima reunião do Copom no dia 6 e 7 de março, cortar a taxa Selic em 0,75%, para 9,75%

Neste cenário, não vejo o dólar abaixo de R$ 1,70. Se o preço do petróleo baixar para $ 80 - $90, e o dólar ficar mais forte contra o euro e outras moedas do mundo, o real pode desvalorizar para 1,80.

Quando o dólar baixa para R$ 1,70, o BC compra dólar; quando sobe para R$ 1,80, o BC vende dólar. A oscilação entre 1,70 e 1,80 é a “faixa de estabilidade” que se especula para os próximos meses e no curso do ano de 2012.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Mercado de Trabalho

Além da queda de taxa de juro, a queda de desemprego é um fator coadjuvante de otimismo na economia brasileira.

O IBGE divulgou os seguintes dados sobre o desemprego no mês de janeiro:

Janeiro - ano/taxa média de desemprego
2007 - 9,3%
2008 – 8,0%
2009 – 8,2%
2010 – 7,2%
2011 – 6,1%
2012 – 5,5%

Por região metropolitana, em janeiro de 2012:

Salvador – 8,2%
Recife – 5,7%
Rio de Janeiro – 5,6%
São Paulo – 5,5%
Belo Horizonte – 4,5%
Porto Alegre – 3,9%


O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sustentou que os brasileiros ainda não alcançaram a situação de pleno emprego. A ocupação está crescendo de forma quantitativa e qualitativa, com aumento de vagas com carteira assinada e do rendimento real do trabalho, ou seja, reajustes que ficam acima da inflação. Este quadro significa que o padrão de crescimento do país mudou para melhor. “O que temos hoje no país é um mercado informal grande, pessoas com subocupação e rendimentos médios baixos que não condizem com a situação de pleno emprego.”

Se o pleno emprego é a meta do governo e da sociedade, estamos no caminho para atingi-la. “No trilho do progresso” é melhor do que “a chegada ao destino”. Após ter atingido a meta de pleno emprego, existe o perigo de retrocesso. A inflação começa a reaparecer, o governo começa a apertar, a taxa de juro começa a subir e a economia começa a resfriar e encaminhar para “downward cycle”.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Otimismo

No meu último artigo, em 20/01/2012, a Bovespa atingiu 62.312 pontos, com alta de 9,8%, comparado com 56.754 pontos no fim de 2011. Hoje (17/02/12) o índice atingiu 66.203 pontos, com alta de 16,65% sobre o índice do ano passado. Agora vamos pular o Carnaval com tranqüilidade e alegria.

Todos os mercados do mundo - americano, Europeu, Asiático - estão com perspectiva otimista. O Congresso Americano aprovou a extensão da isenção de "payroll tax”, e o número de desempregados continua caindo.

Na Europa, há expectativa de que a ajuda internacional à Grécia será anunciada até o fim de fevereiro. (Até a China está disposta a contribuir, comprando debêntures da Grécia).

Mas o mais importante é a queda de juro em todos os países do mundo. Nos Estados Unidos, o FED não tem como baixar o juro, já que está a taxa zero (o FED indicou a manutenção de taxa zero até 2013/2014). O país que tem mais fôlego para queda de juro é o Brasil. Mesmo que a taxa Selic caiu 2% (4 vezes de 0,5%) nos últimos seis meses, para 10,5%, a taxa real é a mais alta do mundo civilizado. Estou apostando na queda contínua do juro real no Brasil – o fator principal da minha percepção de otimismo com o avanço das atividades da economia e o mercado de ações

(artigo escrito em 17 de fevereiro de 2012)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A queda de juro

Desde a virada do ano, a Bovespa, com três semanas sucessivas de altas, atingiu 62.312 pontos, com valorização de 9,8%.

A trajetória da taxa Selic: do pico de 12,5%, em 20/07/2011, caiu 4 vezes de 0,5%, para 10,5% em 18/01/2012.

Todos os países do mundo estão baixando os juros para prevenir uma recessão.

Na China, o ritmo da inflação caiu para 4%, com a atividade da manufatura desacelerando de 9,8% para 8,8%.

Nos Estados Unidos, o presidente Obama não pode arriscar a reeleição com o desemprego em alta e o consumo doméstico em baixa. O FED já manifestou o prolongamento da política de taxa zero, que o mercado acha que vai continuar, pelo menos até a eleição (o FED não é tão independente num ano eleitoral).

A Europa, se não está em recessão, pelo menos não está crescendo (estagnação). Os preços dos bonds europeus, de Portugal, Espanha, Itália e Grécia, estão subindo e os juros caindo – uma percepção do mercado de que o pior já passou.

Num efeito dominó, os países do mundo, um após o outro, estão abrindo a torneira, injetando liquidez, baixando juros para aumentar o consumo e diminuir desemprego.

A ansiedade dos países em sair da recessão, a perspectiva de inflação baixa e de queda gradual e contínua de juro real no Brasil deve estimular a economia e a bolsa no ano em curso.

Um efeito colateral: juro real alto atrai capital estrangeiro. A conversão de dólar para real valoriza a moeda brasileira, com efeito de aumento de importação e diminuição de exportação, criando desequilíbrio no balanço de pagamento.
O governo e o Banco Central sabem muito bem que juro real alto e câmbio excessivamente forte não são benéficos para o bem estar da sociedade e do povo brasileiro.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Kim Jong Un – Coréia do Norte

Após a morte de Kim Jong IL, o filho dele, Kim Jong Un, foi proclamado o comandante Supremo do Exército da Coréia do Norte. Ele é a terceira geração da dinastia comunista.

Pouco se sabe sobre Kim Jong Un. Ele tem 28 anos e estudava na Suíça.

Diante dos protestos, revoltas e revoluções dos países do Norte da África contra as ditaduras faço as seguintes perguntas e observações:

Clemenceau, Chanceler da França, do século passado, comentou:

“Se você não é socialista com 20 anos de idade, você não tem coração; se você ainda é socialista com 30 anos de idade, você não tem cabeça”. Como Kim Jong Un está se aproximando dos 30 anos de idade, ele deve estar mais esclarecido sobre a visão do mundo.

Ele estudava na Suíça, país pequeno, mas com democracia plena. Ele deve saber comparar a vida do povo suíço com a vida do povo norte-coreano sob o regime da ditadura de seu avô e de seu pai. Quem sabe o pai o mandou intencionalmente estudar na Suíça e outorgou a ele a tarefa de reformar o país após a sua morte?

Uma analogia com a Alemanha. Com a queda do muro de Berlim, a Alemanha Ocidental incorporou a Alemanha Oriental, e não vice-versa. Desta vez, especulo que, sob a liderança de Kim Jong Un, a Coréia do Norte vai se aproximar da Coréia do Sul e instituir as reformas.

Com ou sem protestos, revoltas e revoluções o povo opta pela liberdade e democracia. O mundo não tem outra saída. É o que Francis Fukuyama chama de The End of History.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Protestos

Em janeiro de 2011, os protestos dos povos do Norte da África contra a ditadura e corrupção começaram na Tunísia, seguidos pelo Egito, onde Mubarak foi forçado a deixar o poder após 30 anos de ditadura. Simultaneamente, no Iêmen, após a matança de centenas de civis em protesto, o regime caiu em novembro com a renúncia de Saleh. Eleição presidencial foi prometida para o início de 2012.

Em fevereiro de 2011, as tropas da Líbia mataram centenas de pessoas que protestavam pacificamente até que os protestos viraram revolução e Qaddafi foi morto em outubro.

A revolta na Síria contra o regime de Bashar Assad ainda não tem definição após a morte de 3.500 civis. A Liga Árabe pediu que Assad acabe com a matança. O Syrian National Council, que representa a oposição, está formulando planos para acabar com Assad. Já existe proposta para os Estados Unidos interferirem no conflito (como na Líbia). E a eventual queda de Assad deixaria o Irã com um aliado a menos.

Na Nigéria, o povo protestou contra a retirada do subsídio no preço da gasolina que subiu 100%. Protestos contra a inflação e o desemprego existem em qualquer canto do mundo. Não são diferentes dos protestos na Grécia, Itália e Espanha que se dispersaram com o tempo. O perigo do protesto se encaminhar para revolta e revolução associa-se à vida decadente do povo sob regime da ditadura. Acordem antes que seja tarde demais, Cuba e Coréia do Norte!

No Brasil, o povo não tem muita coisa para protestar, a não ser contra a corrupção, burocracia e assaltos.

Após concluir meus estudos nos Estados Unidos, em 1954, meus colegas voltaram para Hong Kong, Taiwan e China, ou permaneceram nos Estados Unidos. Eu viajei para o Brasil como turista e aqui permaneço até hoje. Foi sorte que eu escolhi um país com liberdade e democracia.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Cenário Mundial para 2012

Em depoimento no Senado, no fim de 2011, Alexandre Tombini, Presidente do Banco Central, garantiu que, em 2012, o Brasil terá crescimento maior e inflação menor, processo de convergência para a meta, em relação aos resultados de 2011. O país também deve enfrentar efeitos menores da crise internacional, embora, no conjunto dos emergentes, a expectativa seja a de crescimento a um ritmo menor diante da redução da demanda global e da queda nos preços das commodities.

Zona do Euro – negociações políticas rumo a uma união fiscal (não basta só uma união monetária). Mas faltam detalhes, e a implementação não é imediata. Bancos continuam vulneráveis, falta pacote financeiro emergencial. Baixo crescimento nos próximos anos, com alguns países em recessão.

Estados Unidos – permanecem entraves estruturais ao crescimento no longo prazo. Endividamento do setor público e das famílias. Recuperação lenta do mercado de trabalho.

China – desaceleração do ritmo de crescimento: forte ou suave? Desafios a enfrentar: situação fiscal das províncias, setor imobiliário e emprego.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Contar com os dividendos

The Oxford Club Communiqué aconselha os investidores americanos a comprar ações que paguem bons dividendos em vez de ficar com o 10 years U.S. Treasury bonds com rendimento inferior a 2%. Atualmente, os investidores, com medo da volatilidade do mercado acionário, acham mais seguro estacionar o cash no Treasury bonds.

Seguro? Mas não é livre de risco, a não ser que você deixe lá até o vencimento. 10 years Treasury, com rendimento a 2%, não tem muito terreno para cair. Mas quando a inflação e o juro do mercado subir, o preço do bond cairá de acordo.

Entre as ações recomendadas estão Diageo, Phillip Morris, blue-chips com bom dividendos, rendendo mais do que o 10 years T-Bond.

Desde a minha volta da Europa a bolsa brasileira não parou de cair. Em compensação, foram creditados na minha conta alguns dividendos (e juros sobre capital) = Petrobrás, Banco do Brasil, Telesp, etc., que vão ajudar a pagar as despesas de final de ano, o IPVA e o IPTU.

Apesar do ambiente melancólico, desejo aos meus leitores um Feliz Natal e um melhor Ano Novo.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

www.tomfaranda.com

Em novembro de 2011 viajei de Veneza para Barcelona no navio Crystal Serenity, onde participei de uma conferência interessante. O palestrante era Tom Faranda. Professor de Business da Universidade de Minnesota, Consultor da Siemen’s Engineering da Alemanha, IBM Europa, Ford Canadá, GE, Prudencial Singapore, INTEL, Motorola, 3M, Honeywell e outros. Ele viaja pelo mundo inteiro dando palestras e consultorias.

O tema do dia foi “How will America survive and thrive the next ten years?”

Os melhores países para investimento são Canadá e Austrália. Os preços dos recursos naturais - minério de ferro cobre, potássio - estão para cima, com a crescente demanda mundial e da China As dívidas como percentagem do GPD são sustentáveis e os bancos são saudáveis. Conseqüentemente, as moedas canadenses e australianas vão continuar fortes.

Canadá e Estados Unidos vão construir oleodutos que levarão petróleo do Canadá para os Estados Unidos, até o Golfo do México. O que não foi divulgado é a intenção da China de conversar com o Canadá para mudar a trajetória dos oleodutos para o porto de Vancouver onde os navios petroleiros vão carregar petróleo para a China e a Ásia. A disputa entre os Estados Unidos e a China pelo petróleo canadense tem um objetivo comum – baixar o custo do petróleo e a inflação dos países importadores. Qualquer que seja o percurso do oleoduto, para cá ou para lá, ou para ambos, o preço do petróleo não vai permanecer a $ 100 o barril. A disputa entre os dois grandes consumidores pode acabar criando uma espécie de OPEP em reverso, enfraquecendo a atual OPEP dos produtores de petróleo. A competição vira colaboração e o mundo se beneficia com a ironia.

Ironia, mais uma vez, no cenário político americano. Tom Faranda especula que se meses antes da convenção do Partido Democrata, a taxa de desemprego americano permanecer em 9%, Barack Obama pode não ser indicado como candidato para reeleição em novembro de 2012. A nomeação iria para Hillary Clinton. Quem está costurando o assunto é Bill Clinton, o eterno super dealmaker do século. Neste caso, Bill Clinton pediria para Obama ceder o lugar para Hillary, que uma vez eleita presidente, nomearia Obama para a Suprema Corte.

Tom Faranda não disse se ele é democrata ou republicano. Ele é pró - América e otimista. Ele acha que a América vai voltar a crescer e prosperar com uma boa liderança nos próximos anos.

Para quem quiser conhecer melhor suas idéias, previsões e especulações, ofereço www.tomfaranda.com

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Direitos Humanos

Na semana passada, num e-mail, meu filho me chamou a atenção para um artigo do The New York Times sobre a morte de Danny Chen, que morreu no Afeganistão onde estava servindo no U.S. Army. A circunstância de sua morte é misteriosa, não se sabe se foi morto em combate ou se foi suicídio. No mesmo artigo foi mencionado o nome de Elizabeth OuYang, minha sobrinha, advogada e professora de Direito da NYU e da Columbia University.

Ela nasceu em Rochester, N.Y. Estudou Direito com especialização em “Criminal Law”. Após a formatura, em vez de aceitar um emprego de 100.000 dólares por ano, ela foi trabalhar em uma organização de direitos humanos, por 30.000 dólares/ano, defendendo os pobres, as minorias, os imigrantes sem recursos. Ela defende os taxistas paquistaneses em Nova York de deportações, os chineses americanos de Chinatown e outros indivíduos ou grupos que necessitam de ajuda ou defesa profissional.

Anos atrás ela me visitou em Porto Alegre. Convidei-a para comer um prato bem brasileiro, mocotó, e expliquei que era comida para os escravos no tempo colonial. Ela não só gostou do prato como se simpatizou com a causa e a miséria dos escravos e, instintivamente, a sua alma queria defendê-los. Ela pediu para assistir a uma sessão de julgamento de acusados de homicídio aqui no Brasil. Ela fez observações que um leigo como eu jamais nem notaria. Primeiro, o advogado de acusação falou 20 minutos em voz alta e o advogado de defesa, nomeado pelo Estado, encerrou seu discurso em 5 minutos, em voz baixa e sem muito interesse. Segundo, os dois acusados sentaram em um canto, com as mãos algemadas na cadeira. Ela disse: “No Brasil a pessoa é culpada até que seja provada inocente; nos Estados Unidos, a pessoa é inocente até que seja provada culpada”.

O Google também divulgou a morte de Danny Chen no Afeganistão e apelou para o U.S. Army para que forneça mais informações (www.google.com.br – Elizabeth OuYang). Se eu conseguir mais notícias, divulgarei nos próximos artigos.

Vou entrar em férias na próxima semana. Até dezembro!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Outubro 2011: otimismo e euforia

O Banco Central anunciou, em 19 de outubro, a redução da taxa Selic de 0,5%, para 11,5%, conforme a previsão do mercado.

Após uma alta da Bovespa de 7,39% na semana de 10 a 14 de outubro, é saudável que a semana seguinte (17 a 21/10) deu um descanso, com variação de apenas 0,4%.

O cenário mundial está mais otimista. Com a queda de Gaddafi, a produção de petróleo na Líbia deve voltar ao nível normal, reduzindo a perspectiva da inflação mundial. A União Européia deu apoio moral e financeiro à Grécia e a outros países da Europa que enfrentam crise de “default”. Nos Estados Unidos foi anunciada a diminuição do desemprego. E a China finalmente parou com o aperto monetário com a percepção da desaceleração da economia.

O mundo inteiro, como o Banco Central do Brasil, prefere errar em arriscar uma inflação moderada a enfrentar uma recessão.

A semana passada (24 a 28/10), a Bovespa deu mais um pulo de 7,7%, com o índice encostando nos 60.000 pontos. E o real valorizou 6,2%m de 0,5632 dólar para 0,5980.

O mês de outubro de 2011 (até 28/10) foi o melhor mês para as ações de mercados emergentes:

Título / cotação em 28 outubro / cotação em 30 setembro / variação

 México Fund (MXF) / 24,06 / 21,70 / +10,9%
 Emerging Market Fund (EMF) / 19,62 / 16,81 / +16,7%
 China Fund (FXI) / 37,79 / 30,83 / +22,6%
(25 blue chips)
 Bovespa / 59.513 / 52.324 / +13,7%


Vamos torcer para que a bolsa recupere o prejuízo de 2011, e continue a tendência de alta no ano vindouro.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Desaceleração

A semana passada (10 a 14 de outubro), a Bovespa subiu 7,39%, mais do que as bolsas americanas e européias. Um grande alívio embora o índice ainda acumule uma queda expressiva no ano: 20,6%.

As bolsas de valores, de commodities agrícolas e de petróleo, todas fecharam em alta, impulsionadas pela expectativa de uma desfecho favorável para a crise da dívida européia na reunião do G-20 em Paris e os dados positivos do setor de varejo dos Estados Unidos. O rebaixamento da nota da dívida da Espanha e a alta da inflação na zona do euro foram praticamente ignorados.

A economia brasileira recuou em agosto e está a caminho da desaceleração de acordo com o índice de atividade econômica do Banco Central. O índice recuou 0,53% em agosto em relação a julho. Os economistas avaliam que o resultado de setembro não deve evitar um recuo no trimestre. Os números reforçam o cenário de desaquecimento traçado pelo BC como justificativa para a redução do juro básico.

Os economistas acham que vai haver mais quedas na taxa Selic no caminho. A atual taxa de 12% pode sofrer 3 quedas sucessivas de 0,5%, reduzindo para 10,5%.

E a inflação? As autoridades monetárias estão monitorando a inflação dentro, ou um pouquinho além, da meta traçada de 6,5%. A inflação moderada é menos mal do que a recessão, que cria desemprego e instabilidade social.

Estou otimista de que, com a sucessiva queda de juros, a nossa bolsa poderá se recuperar no último trimestre de 2011 e avançar mais no próximo ano.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

BRICs ajudam a Europa?

Na próxima quinta-feira (22 de setembro) os países do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul – vão se reunir para discutir a ajuda financeira para os países da Europa. Uma inversão no relacionamento entre economias que socorrem e as que são socorridas.


As dívidas européias:
Itália – 1.8 trilhões de euros
Espanha – 639 bilhões de euros
Grécia – 329 bilhões de euros
Portugal – 160 bilhões de euros
Irlanda – 148 bilhões de euros
Total – US $ 4,3 trilhões

As reservas dos emergentes:
China – US$ 3.05 trilhões
Rússia – US$ 450 bilhões
Brasil – US$ 352 bilhões
Índia – US$ 300 bilhões
África do Sul – US$ 40 bilhões
Total – US$ 4,2 trilhões


Evidentemente, a China domina o cenário. Outros paises vão participar na ajuda simbolicamente, demonstrando “good will”.

Como ajudar: a hipótese é o uso das reservas dos países emergentes para comprar títulos das dívidas européias (eurobonds, greek bonds, etc).

A contrapartida: os BRICs cobram a retirada de barreiras alfandegárias a seus produtos na Europa, o que já foi indicado pela China.

Ajuda quem puder. A piora na situação européia e internacional não interessa a ninguém. Ademais, a China não quer botar todos os ovos numa única cesta (U.S. treasury bonds). Diversificar o portfólio, espalhar os riscos.

Os outros países do BRIC demonstram boa vontade de querer participar. A disposição de ajudar já uma espécie de pé na porta. Tomara que o mundo possa viver em melhor harmonia.