A semana passada (10 a 14 de outubro), a Bovespa subiu 7,39%, mais do que as bolsas americanas e européias. Um grande alívio embora o índice ainda acumule uma queda expressiva no ano: 20,6%.
As bolsas de valores, de commodities agrícolas e de petróleo, todas fecharam em alta, impulsionadas pela expectativa de uma desfecho favorável para a crise da dívida européia na reunião do G-20 em Paris e os dados positivos do setor de varejo dos Estados Unidos. O rebaixamento da nota da dívida da Espanha e a alta da inflação na zona do euro foram praticamente ignorados.
A economia brasileira recuou em agosto e está a caminho da desaceleração de acordo com o índice de atividade econômica do Banco Central. O índice recuou 0,53% em agosto em relação a julho. Os economistas avaliam que o resultado de setembro não deve evitar um recuo no trimestre. Os números reforçam o cenário de desaquecimento traçado pelo BC como justificativa para a redução do juro básico.
Os economistas acham que vai haver mais quedas na taxa Selic no caminho. A atual taxa de 12% pode sofrer 3 quedas sucessivas de 0,5%, reduzindo para 10,5%.
E a inflação? As autoridades monetárias estão monitorando a inflação dentro, ou um pouquinho além, da meta traçada de 6,5%. A inflação moderada é menos mal do que a recessão, que cria desemprego e instabilidade social.
Estou otimista de que, com a sucessiva queda de juros, a nossa bolsa poderá se recuperar no último trimestre de 2011 e avançar mais no próximo ano.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
terça-feira, 4 de outubro de 2011
BRICs ajudam a Europa?
Na próxima quinta-feira (22 de setembro) os países do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul – vão se reunir para discutir a ajuda financeira para os países da Europa. Uma inversão no relacionamento entre economias que socorrem e as que são socorridas.
As dívidas européias:
Itália – 1.8 trilhões de euros
Espanha – 639 bilhões de euros
Grécia – 329 bilhões de euros
Portugal – 160 bilhões de euros
Irlanda – 148 bilhões de euros
Total – US $ 4,3 trilhões
As reservas dos emergentes:
China – US$ 3.05 trilhões
Rússia – US$ 450 bilhões
Brasil – US$ 352 bilhões
Índia – US$ 300 bilhões
África do Sul – US$ 40 bilhões
Total – US$ 4,2 trilhões
Evidentemente, a China domina o cenário. Outros paises vão participar na ajuda simbolicamente, demonstrando “good will”.
Como ajudar: a hipótese é o uso das reservas dos países emergentes para comprar títulos das dívidas européias (eurobonds, greek bonds, etc).
A contrapartida: os BRICs cobram a retirada de barreiras alfandegárias a seus produtos na Europa, o que já foi indicado pela China.
Ajuda quem puder. A piora na situação européia e internacional não interessa a ninguém. Ademais, a China não quer botar todos os ovos numa única cesta (U.S. treasury bonds). Diversificar o portfólio, espalhar os riscos.
Os outros países do BRIC demonstram boa vontade de querer participar. A disposição de ajudar já uma espécie de pé na porta. Tomara que o mundo possa viver em melhor harmonia.
As dívidas européias:
Itália – 1.8 trilhões de euros
Espanha – 639 bilhões de euros
Grécia – 329 bilhões de euros
Portugal – 160 bilhões de euros
Irlanda – 148 bilhões de euros
Total – US $ 4,3 trilhões
As reservas dos emergentes:
China – US$ 3.05 trilhões
Rússia – US$ 450 bilhões
Brasil – US$ 352 bilhões
Índia – US$ 300 bilhões
África do Sul – US$ 40 bilhões
Total – US$ 4,2 trilhões
Evidentemente, a China domina o cenário. Outros paises vão participar na ajuda simbolicamente, demonstrando “good will”.
Como ajudar: a hipótese é o uso das reservas dos países emergentes para comprar títulos das dívidas européias (eurobonds, greek bonds, etc).
A contrapartida: os BRICs cobram a retirada de barreiras alfandegárias a seus produtos na Europa, o que já foi indicado pela China.
Ajuda quem puder. A piora na situação européia e internacional não interessa a ninguém. Ademais, a China não quer botar todos os ovos numa única cesta (U.S. treasury bonds). Diversificar o portfólio, espalhar os riscos.
Os outros países do BRIC demonstram boa vontade de querer participar. A disposição de ajudar já uma espécie de pé na porta. Tomara que o mundo possa viver em melhor harmonia.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Desvalorização
A semana passada (19 – 23/09/2011) foi uma das piores na história da Bovespa. O índice caiu 7%, para 53.230, criando um “double bottom” com 52.949 de 5/08/2011.
Para quem tem ADRs de ações brasileiras, o sofrimento não parou por aí. Entre 29/07/2011 e 23/09/2011, o real desvalorizou 15,5% ( R = $0.645 para $ 0.545). ADRs sofrem duplamente: de queda nas cotações multiplicada pela desvalorização cambial.
Para quem contabiliza seu patrimônio em real, tudo bem. Mas para quem contabiliza em dólar, a súbita desvalorização do real atinge tudo: ações, aplicações em renda fixa e variável, imóveis, automóveis e cash embaixo do colchão. De repente os cidadãos brasileiros ficaram 15,5% mais pobres (medidos em dólar).
Quem se beneficia com a maxi-desvalorização? Exportadores em geral. Os plantadores de soja (café, laranja, etc.) aumentam a receita e o lucro pela cotação firme na CBOT e a valorização do dólar. Os exportadores de produtos siderúrgicos (CSN, Usiminas, Gerdau) e minério de ferro (Vale) devem sentir um alívio. E os calçadistas de Novo Hamburgo também.
Normalmente, as autoridades monetárias do mundo desvalorizam suas moedas gradativamente. Não entendo porque desta vez o real se desvalorizou tão repentinamente. Sem dúvida, as importações vão diminuir e os preços dos importados vão aumentar. Quais são os efeitos sobre a inflação? Foram as forças do mercado de determinaram uma desvalorização desse tamanho, ou Tombini/Mantega resolveram desvalorizar violentamente de vez já que o Brasil entrou no jogo da guerra das moedas?
Para quem tem ADRs de ações brasileiras, o sofrimento não parou por aí. Entre 29/07/2011 e 23/09/2011, o real desvalorizou 15,5% ( R = $0.645 para $ 0.545). ADRs sofrem duplamente: de queda nas cotações multiplicada pela desvalorização cambial.
Para quem contabiliza seu patrimônio em real, tudo bem. Mas para quem contabiliza em dólar, a súbita desvalorização do real atinge tudo: ações, aplicações em renda fixa e variável, imóveis, automóveis e cash embaixo do colchão. De repente os cidadãos brasileiros ficaram 15,5% mais pobres (medidos em dólar).
Quem se beneficia com a maxi-desvalorização? Exportadores em geral. Os plantadores de soja (café, laranja, etc.) aumentam a receita e o lucro pela cotação firme na CBOT e a valorização do dólar. Os exportadores de produtos siderúrgicos (CSN, Usiminas, Gerdau) e minério de ferro (Vale) devem sentir um alívio. E os calçadistas de Novo Hamburgo também.
Normalmente, as autoridades monetárias do mundo desvalorizam suas moedas gradativamente. Não entendo porque desta vez o real se desvalorizou tão repentinamente. Sem dúvida, as importações vão diminuir e os preços dos importados vão aumentar. Quais são os efeitos sobre a inflação? Foram as forças do mercado de determinaram uma desvalorização desse tamanho, ou Tombini/Mantega resolveram desvalorizar violentamente de vez já que o Brasil entrou no jogo da guerra das moedas?
terça-feira, 20 de setembro de 2011
A guerra das moedas (currency war)
Ultimamente os países do mundo desvalorizam as moedas para diminuir importações e aumentar exportações a fim de melhorar o superávit comercial, aumentar os empregos domésticos e estimular a economia do país em geral.
Os países da União Européia – Grécia, Itália, Portugal, Irlanda – não tendo moedas próprias para desvalorizar, tiveram que desvalorizar a moeda comum – o euro.
A Suíça, que tem a moeda mais forte do mundo (neste ano de turbulência, o mercado comprou ouro e franco suíço como os últimos guardiões de valor) não agüentou a pressão de alta, desvalorizou sua moeda 9% em setembro de 2011, de 1 dólar = SF 0,80 para SF 0,88, simplesmente via decreto.
No Brasil, um real valia $ 0,645 em 29 de julho de 2011, desvalorizou gradativamente para $ 0,578 em 16 de setembro (- 10,4%). Ao Ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi atribuída a terminologia “a guerra das moedas” (currency war).
(no período acima citado, as ADRs das ações da Bovespa não acompanharam a alta da Bovespa devido à desvalorização do real).
Os Estados Unidos e a China travam uma guerra de moedas totalmente diferente. O Presidente Obama e o Secretário do Tesouro, Timothy Geithner, a toda hora querem que a China valorize a sua moeda, o renminbi. O renminbi desvalorizado promove exportações chinesas a custo dos americanos (e dos brasileiros), cria desequilíbrio no comércio mundial e desemprego nos Estados Unidos. A China não diz sim nem não. Valoriza um pouquinho, para, no ritmo que a China quer. A atitude resume em “tu cuida da tua moeda, nós cuidamos da nossa”. Só resta uma coisa para os Estados Unidos: já que a China não quer valorizar a sua moeda, vamos, em compensação, desvalorizar a nossa.
E assim a guerra continua!
Os países da União Européia – Grécia, Itália, Portugal, Irlanda – não tendo moedas próprias para desvalorizar, tiveram que desvalorizar a moeda comum – o euro.
A Suíça, que tem a moeda mais forte do mundo (neste ano de turbulência, o mercado comprou ouro e franco suíço como os últimos guardiões de valor) não agüentou a pressão de alta, desvalorizou sua moeda 9% em setembro de 2011, de 1 dólar = SF 0,80 para SF 0,88, simplesmente via decreto.
No Brasil, um real valia $ 0,645 em 29 de julho de 2011, desvalorizou gradativamente para $ 0,578 em 16 de setembro (- 10,4%). Ao Ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi atribuída a terminologia “a guerra das moedas” (currency war).
(no período acima citado, as ADRs das ações da Bovespa não acompanharam a alta da Bovespa devido à desvalorização do real).
Os Estados Unidos e a China travam uma guerra de moedas totalmente diferente. O Presidente Obama e o Secretário do Tesouro, Timothy Geithner, a toda hora querem que a China valorize a sua moeda, o renminbi. O renminbi desvalorizado promove exportações chinesas a custo dos americanos (e dos brasileiros), cria desequilíbrio no comércio mundial e desemprego nos Estados Unidos. A China não diz sim nem não. Valoriza um pouquinho, para, no ritmo que a China quer. A atitude resume em “tu cuida da tua moeda, nós cuidamos da nossa”. Só resta uma coisa para os Estados Unidos: já que a China não quer valorizar a sua moeda, vamos, em compensação, desvalorizar a nossa.
E assim a guerra continua!
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Greek bonds
No mês passado, em São Paulo jantei com um amigo. A conversa, inevitavelmente, entre outros assuntos, convergiu para investimentos.
Ele era dono de uma fábrica de tecidos que tinha como freguesia as lojas de norte a sul do Brasil, inclusive a Casas Pernambucanas. Após anos de sucesso, o mercado foi invadido por tecidos importados da China. Ele fechou a fábrica e também importava da China (If you can’t beat them, join them!). Após acumular uma boa fortuna, ele se aposentou e hoje se dedica a investimentos.
A minha área é ações. Mas a dele, ultimamente, é “bonds” (debêntures), especificamente “greek bonds”. Ele pesquisa todos os tipos de bonds: U.S. Treasury, brasileiro, europeu, etc., e chegou à conclusão de que os “greek bonds” são os mais rentáveis. Com maturidade de 5 ou 10 anos, cupons de 6% ao ano, e deságio de 15% a 25% do valor de face (conforme dança o mercado), ele só precisa sentar em cima, ou botar embaixo do colchão para usufruir os ganhos pelo resto da vida.
E os riscos de “default”? Claro, ele está ciente do maior risco de “default” associado ao maior rendimento. Mas ele aposta que a União Européia não vai deixar de socorrer a Grécia. Ademais, o país deve cumprir os compromissos de cortar as despesas, aumentar impostos, cortar salários dos funcionários públicos e reduzir o déficit fiscal.
O jantar foi ótimo. Eu aprendi uma lição sobre os “bonds” e “greek bonds”. Em ultima análise, os “bonds” não são muito diferentes das ações: comprar na baixa (como o greek bonds agora), e vender na alta ou segurar até o vencimento. Exceto que, as ações não tem prazo de vencimento. O acionista, como eu, pode vender as ações ou deixá-las para os filhos no dia do meu vencimento.
Ele era dono de uma fábrica de tecidos que tinha como freguesia as lojas de norte a sul do Brasil, inclusive a Casas Pernambucanas. Após anos de sucesso, o mercado foi invadido por tecidos importados da China. Ele fechou a fábrica e também importava da China (If you can’t beat them, join them!). Após acumular uma boa fortuna, ele se aposentou e hoje se dedica a investimentos.
A minha área é ações. Mas a dele, ultimamente, é “bonds” (debêntures), especificamente “greek bonds”. Ele pesquisa todos os tipos de bonds: U.S. Treasury, brasileiro, europeu, etc., e chegou à conclusão de que os “greek bonds” são os mais rentáveis. Com maturidade de 5 ou 10 anos, cupons de 6% ao ano, e deságio de 15% a 25% do valor de face (conforme dança o mercado), ele só precisa sentar em cima, ou botar embaixo do colchão para usufruir os ganhos pelo resto da vida.
E os riscos de “default”? Claro, ele está ciente do maior risco de “default” associado ao maior rendimento. Mas ele aposta que a União Européia não vai deixar de socorrer a Grécia. Ademais, o país deve cumprir os compromissos de cortar as despesas, aumentar impostos, cortar salários dos funcionários públicos e reduzir o déficit fiscal.
O jantar foi ótimo. Eu aprendi uma lição sobre os “bonds” e “greek bonds”. Em ultima análise, os “bonds” não são muito diferentes das ações: comprar na baixa (como o greek bonds agora), e vender na alta ou segurar até o vencimento. Exceto que, as ações não tem prazo de vencimento. O acionista, como eu, pode vender as ações ou deixá-las para os filhos no dia do meu vencimento.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Telesp ON/PN (TLPP3/TLPP4)
Faz um bom tempo que não recomendo uma ação da Bovespa. Mas Telesp merece nossa atenção.
Lucro Líquido = 06.2011/06.2010 = 1.562M/1.180M = +32%
Preço/Lucro = 22.8.2011/06.2011 = 46.35 (PN)/4.5258 = 10.24
Dividendo yield = 06.2011/22.8.2011 = 5.06/46.35 = 10.92%
Telesp PN, ao preço de 46.35, sofre um pequeno reajuste de 5,7% do seu recente pico histórico de 49.14. Enquanto a Bovespa, em 2011, sobre uma queda de 23%.
Telesp ON, ao preço de 42.41 é 8,5% mais barata do que a PN. E no caso de alienação do controle acionário, o adquirente tem que pagar o mesmo preço do bloco de controle para os demais acionistas de ON (tag along). Lembre-se de Portugal Telecom, que ao anunciar a compra do controle da Vivo, em maio de 2010, o preço da Vivo ON disparou e chegou a dobrar no primeiro semestre de 2011 quando o “take over” foi consumado.
No primeiro momento do “take over bid” de Portugal Telecom, eu vendi toda a posição de Vivo ON, que subiu 20% num dia, e fiquei satisfeito com o ganho. É melhor ter um pássaro na mão do que dois voando. Mas o papel não parou de subir nas semanas que se seguiram com os sucessivos aumentos de “bid” pela Portugal Telecom diante das sucessivas recusas dos controladores da Vivo. Lamentavelmente, eu vendi cedo demais. Meu corretor ainda tentou me consolar: “Sr. Tong, deixe os outros ganharem um pouco também”.
Lucro Líquido = 06.2011/06.2010 = 1.562M/1.180M = +32%
Preço/Lucro = 22.8.2011/06.2011 = 46.35 (PN)/4.5258 = 10.24
Dividendo yield = 06.2011/22.8.2011 = 5.06/46.35 = 10.92%
Telesp PN, ao preço de 46.35, sofre um pequeno reajuste de 5,7% do seu recente pico histórico de 49.14. Enquanto a Bovespa, em 2011, sobre uma queda de 23%.
Telesp ON, ao preço de 42.41 é 8,5% mais barata do que a PN. E no caso de alienação do controle acionário, o adquirente tem que pagar o mesmo preço do bloco de controle para os demais acionistas de ON (tag along). Lembre-se de Portugal Telecom, que ao anunciar a compra do controle da Vivo, em maio de 2010, o preço da Vivo ON disparou e chegou a dobrar no primeiro semestre de 2011 quando o “take over” foi consumado.
No primeiro momento do “take over bid” de Portugal Telecom, eu vendi toda a posição de Vivo ON, que subiu 20% num dia, e fiquei satisfeito com o ganho. É melhor ter um pássaro na mão do que dois voando. Mas o papel não parou de subir nas semanas que se seguiram com os sucessivos aumentos de “bid” pela Portugal Telecom diante das sucessivas recusas dos controladores da Vivo. Lamentavelmente, eu vendi cedo demais. Meu corretor ainda tentou me consolar: “Sr. Tong, deixe os outros ganharem um pouco também”.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
“Parar”, antes de dar a “marcha à ré”
Indicadores divulgados em 19/08 pelo Banco Central mostraram uma desaceleração moderada na atividade econômica brasileira no 2° trimestre de 2011, que se encerrou em junho.
O ritmo de atividade (IBC) caiu para 0,7% no fechamento de junho contra 1,1% em março. É o menor índice da série medida pelo BC nos últimos 12 meses. Paralelamente, o índice de volume de vendas desacelerou, baixando de 2% em março para 1,1% em junho. A produção industrial registrou índice negativo de 0,7%. O volume de crédito, que caiu no 2° trimestre, já mostra sinais de moderação quando anualizado. A geração de empregos também diminuiu no trimestre.
Segundo o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, o resultado pode indicar uma interrupção no ciclo de alta de juros, mantido pelo governo desde janeiro. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) está marcada para 30 e 31 de agosto, para definir a taxa Selic, que baliza os juros de toda a economia.
Como a inflação do trimestre apresentou um recuo substancial como resposta às medidas do governo, o mercado deve apostar numa parada na taxa Selic. Lembremos que o Banco Central conduz a taxa Selic como a gente dirige um automóvel. A primeira manobra é parar, antes de dar a marcha à ré.
O ritmo de atividade (IBC) caiu para 0,7% no fechamento de junho contra 1,1% em março. É o menor índice da série medida pelo BC nos últimos 12 meses. Paralelamente, o índice de volume de vendas desacelerou, baixando de 2% em março para 1,1% em junho. A produção industrial registrou índice negativo de 0,7%. O volume de crédito, que caiu no 2° trimestre, já mostra sinais de moderação quando anualizado. A geração de empregos também diminuiu no trimestre.
Segundo o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, o resultado pode indicar uma interrupção no ciclo de alta de juros, mantido pelo governo desde janeiro. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) está marcada para 30 e 31 de agosto, para definir a taxa Selic, que baliza os juros de toda a economia.
Como a inflação do trimestre apresentou um recuo substancial como resposta às medidas do governo, o mercado deve apostar numa parada na taxa Selic. Lembremos que o Banco Central conduz a taxa Selic como a gente dirige um automóvel. A primeira manobra é parar, antes de dar a marcha à ré.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Duas semanas de turbulência
O Congresso Americano tinha que resolver a extensão da dívida pública antes de 2 de agosto de 2011, sob ameaça de que o país não poderia mais refinanciar a dívida e, conseqüentemente, se encontraria na situação de “default” (inadimplência). Na última hora os republicanos e democratas chegaram a um acordo e o “default” foi evitado.
O mercado se sentiu aliviado. Houve esperanças de que a bolsa abrisse em alta na segunda-feira, 1 de agosto. Mas a onde de pessimismo permaneceu. O mercado achou que o problema fiscal não foi enfrentado e a situação era mais grave do que parecia. O mercado caiu todos os dias na primeira semana de agosto.
Após o encerramento do pregão no dia 5 de agosto, a agência Standard & Poors rebaixou a nota de crédito dos Estados Unidos de AAA para AA+, diante da avaliação de dificuldade de contenção da dívida pública, e de que o acordo com o Congresso é apenas um esparadrapo sem soluções convincentes para reduzir o endividamento.
Na segunda-feira, 8 de agosto, a bomba estourou. As bolsas do mundo inteiro caíram violentamente. Dow Jones caiu 5,5%, Nasdaq caiu 6,9% e Bovespa caiu 8%. No final do dia, Moody’s, a segunda maior agência de classificação de risco justificou a decisão de manter a nota máxima (AAA) para a dívida dos Estados Unidos. Na avaliação da Moody’s, o aumento do limite de endividamento, definido em 2 de agosto, é um “passo numa boa direção, o da redução do déficit”.
O resto da semana recuperou, caiu novamente, e recuperou com a divulgação da diminuição do desemprego americano.
Durante as duas semanas de turbulência acompanhei as bolsas mundiais com nervosismo e angústia, porém, sem mexer na minha carteira. O caminho da recuperação é lento. Tenha paciência. Bovespa já caiu 22,8% no ano. Acho que a gente já viu o fundo do poço.
O mercado se sentiu aliviado. Houve esperanças de que a bolsa abrisse em alta na segunda-feira, 1 de agosto. Mas a onde de pessimismo permaneceu. O mercado achou que o problema fiscal não foi enfrentado e a situação era mais grave do que parecia. O mercado caiu todos os dias na primeira semana de agosto.
Após o encerramento do pregão no dia 5 de agosto, a agência Standard & Poors rebaixou a nota de crédito dos Estados Unidos de AAA para AA+, diante da avaliação de dificuldade de contenção da dívida pública, e de que o acordo com o Congresso é apenas um esparadrapo sem soluções convincentes para reduzir o endividamento.
Na segunda-feira, 8 de agosto, a bomba estourou. As bolsas do mundo inteiro caíram violentamente. Dow Jones caiu 5,5%, Nasdaq caiu 6,9% e Bovespa caiu 8%. No final do dia, Moody’s, a segunda maior agência de classificação de risco justificou a decisão de manter a nota máxima (AAA) para a dívida dos Estados Unidos. Na avaliação da Moody’s, o aumento do limite de endividamento, definido em 2 de agosto, é um “passo numa boa direção, o da redução do déficit”.
O resto da semana recuperou, caiu novamente, e recuperou com a divulgação da diminuição do desemprego americano.
Durante as duas semanas de turbulência acompanhei as bolsas mundiais com nervosismo e angústia, porém, sem mexer na minha carteira. O caminho da recuperação é lento. Tenha paciência. Bovespa já caiu 22,8% no ano. Acho que a gente já viu o fundo do poço.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Uma casa em Miami?
Como o dólar a R$ 1,55 aumentou o número de brasileiros de classe média que levam a família para passar as férias em Miami. Há filas de agendamento tanto para obter passaporte na Polícia Federal quanto para conseguir visto no consulado americano em São Paulo.
Para os brasileiros de classe mais alta, a moda hoje é investir em imóveis em Miami, pelos seguintes motivos:
1º, a crise americana derrubou o preço dos imóveis
2º, a queda do dólar
3º, o comprador só precisa apresentar o passaporte, não há exigência de green card
4º, a possibilidade de financiar o bem com algum banco de lá, com juros de fazer inveja aos brasileiros (a partir de 3% ao ano).
Mas eu gostaria de apontar algumas precauções quanto ao investimento. Tudo bem, se a casa ou o apartamento for pago à vista, com o câmbio a R$ 1,55. Se for financiado em 10 anos, quem garante que ao câmbio permanecerá neste nível ao longo do prazo de financiamento? Você vai morar lá 30 dias por ano?
Nos primeiros dois anos sim, e depois não vai mais porque a esposa vai querer ir para a Europa. Não esqueça os encargos: IPTU, condomínio, água, luz, telefone, TV, etc.
Há anos, uma amiga me convenceu a não comprar um apartamento em St. Petersburg, Florida. Ela disse: “Eu vou para minha casa, em Miami, uma vez por ano. Chegando lá, uma vez, o ar condicionado não funcionou. Tive que chamar o técnico para consertar. Depois de descobrir a peça com defeito, o técnico levou três dias para terminar o trabalho. Quando o aparelho começou a funcionar, já estava na hora de voltar. O pior de tudo é que eu vou para lá por obrigação e não por prazer.”
Uma casa em Miami confere “status”, mas prefiro o conforto da minha casa em Porto Alegre. Home, sweet home. Sem uma segunda residência, tenho uma coisa a menos para me preocupar.
Para os brasileiros de classe mais alta, a moda hoje é investir em imóveis em Miami, pelos seguintes motivos:
1º, a crise americana derrubou o preço dos imóveis
2º, a queda do dólar
3º, o comprador só precisa apresentar o passaporte, não há exigência de green card
4º, a possibilidade de financiar o bem com algum banco de lá, com juros de fazer inveja aos brasileiros (a partir de 3% ao ano).
Mas eu gostaria de apontar algumas precauções quanto ao investimento. Tudo bem, se a casa ou o apartamento for pago à vista, com o câmbio a R$ 1,55. Se for financiado em 10 anos, quem garante que ao câmbio permanecerá neste nível ao longo do prazo de financiamento? Você vai morar lá 30 dias por ano?
Nos primeiros dois anos sim, e depois não vai mais porque a esposa vai querer ir para a Europa. Não esqueça os encargos: IPTU, condomínio, água, luz, telefone, TV, etc.
Há anos, uma amiga me convenceu a não comprar um apartamento em St. Petersburg, Florida. Ela disse: “Eu vou para minha casa, em Miami, uma vez por ano. Chegando lá, uma vez, o ar condicionado não funcionou. Tive que chamar o técnico para consertar. Depois de descobrir a peça com defeito, o técnico levou três dias para terminar o trabalho. Quando o aparelho começou a funcionar, já estava na hora de voltar. O pior de tudo é que eu vou para lá por obrigação e não por prazer.”
Uma casa em Miami confere “status”, mas prefiro o conforto da minha casa em Porto Alegre. Home, sweet home. Sem uma segunda residência, tenho uma coisa a menos para me preocupar.
terça-feira, 19 de julho de 2011
“Owner” Vs. “Lender”
O maior fundo de investimento do mundo é o Government Pension Fund Global, da Noruega. Com ativos de $ 570 bilhões, conhecido também como Norway’s Oil Fund, é administrado por Yngve Slyngstad. O fundo sofreu prejuízo de 23% em 2008, durante a crise financeira mundial. Recuperou 26% em 2009, e 10% em 2010.
O papel de maior peso no fundo é Royal Dutch Shell, seguido por Exxon Mobil, Apple e British Petroleum. Nenhum papel pode ter mais do que 10% da composição total do portfólio.
Desde 1998, com o apoio dos ministros de finanças, Slyngstad conseguiu elevar a proporção de equity de 40% para 60% do fundo, no meio do tumulto financeiro. “O apoio político (inclusive do Parlamento) para tomar maior risco é mais forte hoje, em 2011, do que antes da crise financeira”.
Slyngstad, após ser promovido para o cargo de CEO em 2008, liderou a campanha de compra de $175 bilhões em ações no fundo do poço da crise financeira. Apesar de alguns prejuízos, inclusive de 1,6% das ações da Lehman Brothers, a estratégia e a coragem dele venceram. Eu, como investidor, subscrevo a sua filosofia de ser mais “owner” (equity) do que “lender” (bond/debêntures).
O papel de maior peso no fundo é Royal Dutch Shell, seguido por Exxon Mobil, Apple e British Petroleum. Nenhum papel pode ter mais do que 10% da composição total do portfólio.
Desde 1998, com o apoio dos ministros de finanças, Slyngstad conseguiu elevar a proporção de equity de 40% para 60% do fundo, no meio do tumulto financeiro. “O apoio político (inclusive do Parlamento) para tomar maior risco é mais forte hoje, em 2011, do que antes da crise financeira”.
Slyngstad, após ser promovido para o cargo de CEO em 2008, liderou a campanha de compra de $175 bilhões em ações no fundo do poço da crise financeira. Apesar de alguns prejuízos, inclusive de 1,6% das ações da Lehman Brothers, a estratégia e a coragem dele venceram. Eu, como investidor, subscrevo a sua filosofia de ser mais “owner” (equity) do que “lender” (bond/debêntures).
terça-feira, 12 de julho de 2011
O preço do ouro
Você fica preocupado com o fato de que o preço do ouro subiu 27% durante o ano de 2010? Isso significa inflação galopante, pânico na economia, instabilidade eterna no nosso mundo?
Um relatório divulgado em 19 de maio de 2011 pela World Gold Council demonstrou que a alta do ouro vem sendo impulsionada pela demanda extraordinária da Índia e da China, onde a prosperidade sustentada por milhões de pessoas impulsiona a compra de ouro em todas as formas, principalmente na forma de jóias.
O World Gold Council estima que os cidadãos da Índia possuem mais do que 18 mil toneladas de ouro (contra a reserva oficial de ouro dos Estados Unidos de 8.100 toneladas). No primeiro trimestre deste ano, eles compraram um adicional de 206 toneladas de jóias de ouro e 85 toneladas de ouro em forma de tijolo ou moeda. E o apetite da China está crescendo rapidamente, e logo ultrapassará a Índia.
Mas fora da China e da Índia a demanda pelo ouro no resto do mundo não é tão vibrante. A fuga global para o ouro como “hedge” contra o “Armageddon” não está sendo visualizada.
O presidente da China National Gold Group, a maior mina de ouro da China, prevê que o preço do ouro se manterá em alta em função da depreciação do dólar e dos riscos geopolíticos (protestos, revoltas e guerra civil no Oriente Médio e seu efeito dominó).
De acordo com uma sondagem recente realizada pela Bloomberg News, 31 analistas, investidores e operadores de minas de ouro prevêem, na média, o preço de $ 1.750 por onça para o final do ano, significativamente acima do preço atual de $ 1.530. Se a alta de fato ocorrer, refletirá simplesmente a demanda global pela commodity. O mercado não deve interpretar a alta como a precursora da inflação galopante e mandar um alarme falso para os bancos centrais do mundo para elevar a taxa de juro.
Um relatório divulgado em 19 de maio de 2011 pela World Gold Council demonstrou que a alta do ouro vem sendo impulsionada pela demanda extraordinária da Índia e da China, onde a prosperidade sustentada por milhões de pessoas impulsiona a compra de ouro em todas as formas, principalmente na forma de jóias.
O World Gold Council estima que os cidadãos da Índia possuem mais do que 18 mil toneladas de ouro (contra a reserva oficial de ouro dos Estados Unidos de 8.100 toneladas). No primeiro trimestre deste ano, eles compraram um adicional de 206 toneladas de jóias de ouro e 85 toneladas de ouro em forma de tijolo ou moeda. E o apetite da China está crescendo rapidamente, e logo ultrapassará a Índia.
Mas fora da China e da Índia a demanda pelo ouro no resto do mundo não é tão vibrante. A fuga global para o ouro como “hedge” contra o “Armageddon” não está sendo visualizada.
O presidente da China National Gold Group, a maior mina de ouro da China, prevê que o preço do ouro se manterá em alta em função da depreciação do dólar e dos riscos geopolíticos (protestos, revoltas e guerra civil no Oriente Médio e seu efeito dominó).
De acordo com uma sondagem recente realizada pela Bloomberg News, 31 analistas, investidores e operadores de minas de ouro prevêem, na média, o preço de $ 1.750 por onça para o final do ano, significativamente acima do preço atual de $ 1.530. Se a alta de fato ocorrer, refletirá simplesmente a demanda global pela commodity. O mercado não deve interpretar a alta como a precursora da inflação galopante e mandar um alarme falso para os bancos centrais do mundo para elevar a taxa de juro.
terça-feira, 5 de julho de 2011
ExxonMobil, Chevron e Petrobrás
ExxonMobil, a maior companhia do mundo (pelo valor de mercado) divulgou lucro de 11 bilhões no 1° trimestre de 2011, um aumento de 69% sobre o mesmo período de 2010. Mesmo assim, ela está negociando com P/L de 9,6 sobre o lucro projetado de 2011, comparando com P/L de 15,5, média dos últimos 23 anos.
Chevron, a segunda maior companhia petrolífera americana, está com P/L de 8,2, mesmo após o preço ter subido 14% este ano.
Os protestos e as revoluções no Oriente Médio e na África do Norte, combinados com as projeções de crescimento econômico americano (para 2012) mais rápido dos últimos sete anos, elevou em 35% os preços do petróleo no ano passado, atingindo US$ 104 por barril no dia 10 de maio. Com o preço da gasolina subindo 64% desde agosto de 2010, e a taxa de desemprego 1,1% abaixo da alta de 26 anos, atingida em 2009, os lucros da indústria petrolífera são visivelmente em escala ascendente.
Apesar da expectativa de que o Presidente Obama e os Democratas no Congresso acham que esse tamanho de lucro petrolífero justifica a abolição de “tax breaks” para as companhias de petróleo, a medida pode não passar pelo Congresso onde os Republicanos têm a maioria.
Os otimistas perguntam: “no nível de $100 por barril, porque as ações petrolíferas estão negociadas a preços relativamente baratos?” Os pessimistas respondem: “As projeções de lucro são demasiadamente otimistas. A última vez quando a projeção foi eufórica, em maio de 2008, os preços atingiram o topo e iniciaram uma queda de 54% com a recessão. O petróleo chegou ao preço de $147 por barril em julho de 2008 e levou um tombo de 78%, para $32 por barril em dezembro de 2008, seis meses antes do fim da recessão”.
Uns acham que o preço do petróleo não é sustentável no nível de $ 100, e as companhias petrolíferas serão sempre alvos de politicagem. Outros especulam que o aumento de demanda, principalmente da China, puxa o preço para cima. Disse Alan Gayle, estrategista de investimento: ”não vejo desaceleração na demanda. O setor de energia continua a ser um bom investimento de longo prazo. Se as ações caírem, compre!”
E a nossa Petrobrás? Esqueça ExxonMobile, Chevron, Royal Dutch ou British Petroleum. Compre e mantenha Petrobrás no seu portfólio de investimento de longo prazo. Brevemente você vai enxergar a luz no fim do túnel.
Chevron, a segunda maior companhia petrolífera americana, está com P/L de 8,2, mesmo após o preço ter subido 14% este ano.
Os protestos e as revoluções no Oriente Médio e na África do Norte, combinados com as projeções de crescimento econômico americano (para 2012) mais rápido dos últimos sete anos, elevou em 35% os preços do petróleo no ano passado, atingindo US$ 104 por barril no dia 10 de maio. Com o preço da gasolina subindo 64% desde agosto de 2010, e a taxa de desemprego 1,1% abaixo da alta de 26 anos, atingida em 2009, os lucros da indústria petrolífera são visivelmente em escala ascendente.
Apesar da expectativa de que o Presidente Obama e os Democratas no Congresso acham que esse tamanho de lucro petrolífero justifica a abolição de “tax breaks” para as companhias de petróleo, a medida pode não passar pelo Congresso onde os Republicanos têm a maioria.
Os otimistas perguntam: “no nível de $100 por barril, porque as ações petrolíferas estão negociadas a preços relativamente baratos?” Os pessimistas respondem: “As projeções de lucro são demasiadamente otimistas. A última vez quando a projeção foi eufórica, em maio de 2008, os preços atingiram o topo e iniciaram uma queda de 54% com a recessão. O petróleo chegou ao preço de $147 por barril em julho de 2008 e levou um tombo de 78%, para $32 por barril em dezembro de 2008, seis meses antes do fim da recessão”.
Uns acham que o preço do petróleo não é sustentável no nível de $ 100, e as companhias petrolíferas serão sempre alvos de politicagem. Outros especulam que o aumento de demanda, principalmente da China, puxa o preço para cima. Disse Alan Gayle, estrategista de investimento: ”não vejo desaceleração na demanda. O setor de energia continua a ser um bom investimento de longo prazo. Se as ações caírem, compre!”
E a nossa Petrobrás? Esqueça ExxonMobile, Chevron, Royal Dutch ou British Petroleum. Compre e mantenha Petrobrás no seu portfólio de investimento de longo prazo. Brevemente você vai enxergar a luz no fim do túnel.
terça-feira, 28 de junho de 2011
Toalete Público
Anos atrás, antes de iniciar uma viagem de turismo no interior da Alemanha, fui a um toalete no aeroporto de Frankfurt. Antes de ter acesso ao toalete, tive que colocar uma moeda de um euro num aparelho. A porta se abriu e eu nunca vi um toalete tão limpo. O chão e as pias não estavam molhados; havia água quente e fria, toalhas e papel e de pano; ar condicionado com temperatura agradável. Valeu um euro!
No tour encontrei um casal chinês bem simpático. Ele era engenheiro da Siemens, e ela tinha PHD e MBA. Conversa vai, conversa bem, falamos sobre turismo no interior da China, sobre as belezas naturais que tínhamos visitado. A decepção, na China, foram os toaletes, que são sujos e desprezíveis. Daí surgiu, entre nós, a idéia de construir toaletes modernos nos lugares turísticos da China.
1) montar um protótipo de toalete, e avaliar o custo
2) selecionar os lugares: na Grande Muralha da China, ao longo da Rota da Seda, em toda a extensão do Yang-ze River (onde estavam construindo a maior hidrelétrica do mundo). Enfim, nos lugares de maior freqüência de turistas
3) calcular a tarifa (fee). Um euro ou um dólar é muito caro para os milhões de turistas chineses. Se for um renminbi o empreendimento sofrerá prejuízo e fechará as portas (existem lugares turísticos onde a entrada custa um renminbi para chineses e um dólar para estrangeiros)
4) discutir as idéias com o Ministério da Saúde do governo chinês. Parceria com o governo, 50% de investimento estatal, 50% de private equity?
5) divulgação: demonstrar o toalete moderno nos canais de TV
6) com o sucesso do empreendimento, cogita-se a eventual abertura de capital da empresa. Seria o primeiro IPO do ramo de toalete nas bolsas do mundo
O mercado é grande. Tem milhões de turistas e bilhões de chineses. Se alguém topar a idéia me procure que serei consultor voluntário.
(observação: a idéia também é válida para o Brasil)
No tour encontrei um casal chinês bem simpático. Ele era engenheiro da Siemens, e ela tinha PHD e MBA. Conversa vai, conversa bem, falamos sobre turismo no interior da China, sobre as belezas naturais que tínhamos visitado. A decepção, na China, foram os toaletes, que são sujos e desprezíveis. Daí surgiu, entre nós, a idéia de construir toaletes modernos nos lugares turísticos da China.
1) montar um protótipo de toalete, e avaliar o custo
2) selecionar os lugares: na Grande Muralha da China, ao longo da Rota da Seda, em toda a extensão do Yang-ze River (onde estavam construindo a maior hidrelétrica do mundo). Enfim, nos lugares de maior freqüência de turistas
3) calcular a tarifa (fee). Um euro ou um dólar é muito caro para os milhões de turistas chineses. Se for um renminbi o empreendimento sofrerá prejuízo e fechará as portas (existem lugares turísticos onde a entrada custa um renminbi para chineses e um dólar para estrangeiros)
4) discutir as idéias com o Ministério da Saúde do governo chinês. Parceria com o governo, 50% de investimento estatal, 50% de private equity?
5) divulgação: demonstrar o toalete moderno nos canais de TV
6) com o sucesso do empreendimento, cogita-se a eventual abertura de capital da empresa. Seria o primeiro IPO do ramo de toalete nas bolsas do mundo
O mercado é grande. Tem milhões de turistas e bilhões de chineses. Se alguém topar a idéia me procure que serei consultor voluntário.
(observação: a idéia também é válida para o Brasil)
sexta-feira, 24 de junho de 2011
O futuro do país
Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, numa palestra na Federasul, na semana passada, em Porto Alegre, apontou o caminho a ser trilhado para que o Brasil dê um salto definitivo rumo ao desenvolvimento.
Diminuir a relação gasto público/PIB, facilitar e estimular o investimento de capital privado em infra-estrutura. Exemplo: privatizar os aeroportos como forma de levar eficiência aos terminais (uma observação minha: o aeroporto Schiphol, de Amsterdam, Holanda. O aeroporto tem tudo que um passageiro pode desejar. Quartos de hotel para descansar algumas horas, capela para rezar para que o avião levante vôo na hora marcada...).
Acelerar o investimento em educação, principalmente em qualidade.
Medidas para aumentar a produtividade da economia.
Elevar a taxa de investimento em relação ao PIB dos atuais 18,5% para 25%.
Controlar a inflação para criar condições de queda de juros no longo prazo.
Diminuir a relação gasto público/PIB, facilitar e estimular o investimento de capital privado em infra-estrutura. Exemplo: privatizar os aeroportos como forma de levar eficiência aos terminais (uma observação minha: o aeroporto Schiphol, de Amsterdam, Holanda. O aeroporto tem tudo que um passageiro pode desejar. Quartos de hotel para descansar algumas horas, capela para rezar para que o avião levante vôo na hora marcada...).
Acelerar o investimento em educação, principalmente em qualidade.
Medidas para aumentar a produtividade da economia.
Elevar a taxa de investimento em relação ao PIB dos atuais 18,5% para 25%.
Controlar a inflação para criar condições de queda de juros no longo prazo.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Ações de água
Patrick Victor Lee, que é co-autor do livro “Bolsa de Valores – visão feliz e otimista de três gerações”, publicado em 2004, compara três ações do setor de água – Sabesp ON, Sanepar PN e Copasa ON.
Sabesp ON/Sanepar PN/Copasa ON
Cotação 30/5/2011 - 48,50 / 4,05 / 31,78
Lucro p/ação 03/11 - 6,65/ 0,33/ 5,96
Preço/Lucro - 7,30/ 12,27/ 5,33
Preço/Valor Patrimonial - 1,12/ 0,75/ 0,85
Último dividendo por ação - 2,00/ 0,096/ 1,91
Dividendo yield - 4,13%/ 2,37%/ 6%
Lucro líquido 03/11 - 182,8 MM/ 53,03 MM/ 128,6 MM
Os controladores são respectivamente os governos do Estado de São Paulo, do Paraná e de Minas Gerais.
As minhas observações:
1) Sanepar e Copasa têm preço/valor patrimonial abaixo de 1, e Sabesp é cotada acima do par. Sabesp tem liquidez maior;
2) Negociando ADR em NY, Sabesp tem maior prestígio internacional. O papel tem que atingir certos requisitos da Security Exchange Comission (SEC) dos Estados Unidos (Souza Cruz e Banco do Brasil não negociam ADRs porque não querem; muitos papéis não negociam ADRs porque não se qualificam);
3) Nos meus artigos anteriores, sempre apontei que água é mais vital que petróleo, e Sabesp é mais importante que Petrobrás.
Sabesp ON/Sanepar PN/Copasa ON
Cotação 30/5/2011 - 48,50 / 4,05 / 31,78
Lucro p/ação 03/11 - 6,65/ 0,33/ 5,96
Preço/Lucro - 7,30/ 12,27/ 5,33
Preço/Valor Patrimonial - 1,12/ 0,75/ 0,85
Último dividendo por ação - 2,00/ 0,096/ 1,91
Dividendo yield - 4,13%/ 2,37%/ 6%
Lucro líquido 03/11 - 182,8 MM/ 53,03 MM/ 128,6 MM
Os controladores são respectivamente os governos do Estado de São Paulo, do Paraná e de Minas Gerais.
As minhas observações:
1) Sanepar e Copasa têm preço/valor patrimonial abaixo de 1, e Sabesp é cotada acima do par. Sabesp tem liquidez maior;
2) Negociando ADR em NY, Sabesp tem maior prestígio internacional. O papel tem que atingir certos requisitos da Security Exchange Comission (SEC) dos Estados Unidos (Souza Cruz e Banco do Brasil não negociam ADRs porque não querem; muitos papéis não negociam ADRs porque não se qualificam);
3) Nos meus artigos anteriores, sempre apontei que água é mais vital que petróleo, e Sabesp é mais importante que Petrobrás.
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