terça-feira, 26 de junho de 2007

La Fonte Participações

Quando Sérgio Motta privatizou o setor de telecomunicações, a La Fonte Participações, aliada aos fundos de pensão, conseguiu o controle da Telemar. Desde então, La Fonte está em dois negócios distintos: shopping center e telecomunicações. Um não tem nada a ver com o outro.
Faz tempo que a diretoria cogita, e o mercado especula, um “split”. Uma das possibilidades é a livre escolha dos acionistas: quem gosta de shopping center fica com ações do Iguatemi; quem prefere telecomunicações fica com ações da Telemar.
Ademais, a diretoria quer consolidar os tipos e classes das ações da Telemar (em vez de TNLP 3, TNLP 4, TMAR 3, TMAR 5). Houve brigas sobre a relação de troca. Ultimamente a ação da La Fonte vem subindo e descendo violentamente. Nada resta para eu fazer senão tomar a atitude de “wait and see”.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Shopping Iguatemi

Há muito tempo atrás tivemos uma loja no Shopping Iguatemi em Porto Alegre. Era uma franquia da marca TKTS, de roupas da moda. O ponto custava bem caro e ainda pagávamos aluguel mensal mínimo, calculado por metro quadrado. Por um ponto de 40 metros quadrados pediam uma “luva” absurda de US$ 700 K.
Descobri que todo o market capitalization da La Fonte Participações (ação pouco negociada na época), dona do Shopping Iguatemi, era de apenas um milhão de dólares. Comprei La Fonte (MLFTH) e muitos anos depois, e após diversas chamadas de subscrições, minhas ações da La Fonte valorizaram-se bastante. Não vendi por burrice e ganância.
Como referência:
O maior shopping center do mundo é o de Edmonton, Canadá. Tem mais de 1.000 lojas.
Os shoppings mais antigos são:
a) Grand Bazar, em Istambul, na Turquia;
b) Yu Yuan, em Shangai, na China. Numa época as ações subiram mais do que 100 vezes. Na China tudo é exagerado!

Shopping Iguatemi (IGTA 3) já subiu 20% desde o IPO em março deste ano. Não é o shopping que trabalha para as lojas; são as lojas que trabalham para o shopping. Todas as famílias querem passear no shopping, ver as vitrines, fazer compras, almoçar, jantar, ir ao cinema. Tem estacionamento, ar condicionado, não se pega sol nem chuva. Não é preciso ter medo de assaltos. Acho que é um ótimo lugar para compras e lazer, e um bom investimento para os acionistas.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Publicações de Atos Legais das Companhias Abertas

As companhias abertas são obrigadas a arcar com despesas de publicações, apenas para cumprir exigências da Lei das S.A. e por determinação da CVM, que obrigam as companhias abertas a publicar balanço, convocações, atas de AGO/E e R.C.A., anúncios de distribuição de dividendos, Fatos Relevantes, etc. Esses documentos devem ser publicados dentro de prazos estabelecidos na legislação, no Diário Oficial e num jornal de grande circulação.

O custo anual dessas publicações fica no mínimo em torno de R$250/300 mil, sendo que essas publicações e a conseqüente despesa não trazem qualquer benefício ao mercado ou aos acionistas das companhias abertas, já que essas mesmas informações são encaminhadas obrigatoriamente, por via eletrônica, simultaneamente à publicação, para a CVM e para a Bovespa. Ambas por sua vez, as disponibilizam imediatamente em seus sites na rede mundial de computadores.

Nos Estados Unidos, mercado mais antigo e mais aprimorado que o Brasileiro, não existe a exigência de fazer tais publicações em jornais. Basta que a companhia aberta encaminhe as informações referidas acima a SEC (U.S. Securities and Exchange Commission) que a mesma se encarrega de divulgá-las no seu site.

Portanto, bastaria que as companhias abertas brasileiras fossem obrigadas a apenas seguir o mesmo caminho das congêneres americanas, e divulgassem suas informações obrigatórias através do site da CVM e da Bovespa. Assim estariam disponibilizando suas informações obrigatórias de forma equânime e simultânea a todos interessados, acionistas e profissionais do mercado de capitais, estejam eles sediados em Porto Velho, Londres ou Singapura. E ainda poupando a despesa desnecessária com as publicações, cujos únicos beneficiários são os jornais brasileiros e o Diário Oficial.

Quem se anima a levantar esta bandeira? Certamente não devemos contar com nossos parlamentares e nem com as autoridades do Mercado de Capitais, pois já sabemos da pouca disposição que esses tem em enfrentar os interesses dos barões da imprensa brasileira e do espírito de corpo das autoridades que gravitam em torno do Diário Oficial. Resta, portanto contarmos com a Abrasca, Apimec, Animec, IBGC, IBRI ou qualquer outra associação que tenha interesse em modernizar o mercado e cortar mais este item do “Custo Brasil”.

Quem se anima?


Ronald J. Aldworth
Convidado deste Blog

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Ações de vício (2ª parte)

Já que estamos falando em ações de vício, tenho mais uma :

Diageo (ADR: DEO)

Diageo é sediada em Londres, tem operações em mais de 180 países no mundo, vendendo Johnny Walker (whisky), Smirnoff (vodca), Bailey (licor), etc. Seu alcance global é o dobro do McDonald’s e quase igual ao da Coca – Cola.
No bar de um restaurante eu costumo pedir uma caipirinha antes do jantar. O barman mostra uma garrafa de vodca Smirnoff. No rótulo diz: Smirnoff, fabricado sob licença de Diageo. Uma caipirinha de Wiborova (polonesa, importada) custa o dobro da de Smirnoff (nacional). Poucos restaurantes têm Wiborova; todos os restaurantes têm Smirnoff.
Há dois anos atrás eu fiquei no Hotel Hyatt em Beijing, China. Perguntei ao barman se ele tinha caipirinha. Ele respondeu: “com cachaça ou vodca?”
Meus amigos chineses conhecem pouco o Brasil: a capital é Rio de Janeiro; a floresta é Amazônia, café é Pelé, e os três Rs (Ronaldo, Romário e Ronaldinho). Agora eles conhecem caipirinha de cachaça e de vodca.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Ações de vício (1ª parte)

Souza Cruz e Ambev continuam empenhadas e reduzir os custos:
A Souza Cruz fabrica todos os componentes do cigarro: papel de cigarro, papel de embalagem, filtro e fumo contratado com os fumicultores na região de Santa Cruz, no Rio Grande do Sul.
Na semana passada, Ambev anunciou a nova fábrica de garrafas de vidro, com capacidade de produção de 450 milhões de garrafas/ano.
Custos de distribuição: cogita-se uma aliança entre Souza Cruz e Ambev para a distribuição em conjunto dos seus produtos aos clientes (bares e restaurantes), reduzindo a frota de veículos, gasolina, motoristas, entregadores, etc.
Ademais, fumo e bebida são antidepressivos. As pessoas deprimidas fumam e bebem mais; também são antirecessivos. As vendas não diminuíram em uma economia recessiva, como aconteceu com roupas, eletrodomésticos, etc. As duas ações acima mencionadas se defendem melhor num mercado em queda.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Ações na Bovespa com vantagem monopolística

Examinemos as situações de monopólio no mercado brasileiro:
Souza Cruz - cigarros
Ambev - cerveja – após a fusão de Brahma e Antarctica, o que sobra?
Sabesp - água em São Paulo
Petrobrás - produção e distribuição dos produtos petrolíferos
Telemar - serviços telefônicos na região Norte Leste do Brasil
Eletrobrás - eletricidade

Embora as empresas acima citadas sejam regulamentadas pelo Governo para frear a inflação, elas gozam das vantagens de monopólio na produção, distribuição, venda e ajuste de preços e tarifas. Mas as empresas privadas (Souza Cruz e Ambev) são menos regulamentadas se comparadas com as empresas de água, petróleo, telefones e eletricidade (as primeiras necessidades).
No próximo artigo deste blog, vamos examinar especificamente os setores de cigarros e bebidas.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Monopoly & Free Competition

Nas minhas aulas de economia na Columbia University, o Professor George Stigler (que posteriormente ganhou o Prêmio Nobel de Economia) contou a seguinte anedota:

Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo americano fez uma licitação para o fornecimento de gasolina para o exército. Os licitantes eram as "Six Sisters (Esso, Texaco, etc.). Quando os seis envelopes foram abertos, descobriu-se que os preços eram todos iguais em quadriplo digital após a vírgula (como por exemplo: $1,2768 per galon). O governo americano acusou os seis licitantes de conluio e price-fixing.

O advogado de defesa contratado pelas seis sisters argumentou durante o julgamento que:

"Under free competition, price tends to be equal !"

quarta-feira, 30 de maio de 2007

IPO (Initial Public Offering)

(Com especial atenção para Luiza Almeida)

Hoje em dia está na moda o lançamento de ações através de IPO. As companhias fechadas querem abrir seu capital para captar recursos em vez de pedir empréstimos aos bancos (e pagar juros). As companhias abertas querem recursos para reforçar o caixa para eventuais novos investimentos.

A empresa interessada em abrir o capital através de IPO contrata um banco de investimento que estuda a viabilidade, o “timing”, a quantidade (como % das ações existentes), o preço, e as comissões, que dependem se o underwriting é de “best effort” ou garantia firme (neste caso se o IPO não for totalmente subscrito, o underwriter subscreve e cobre a diferença). Aprovado pela CVM, a Bolsa anuncia a data de início de subscrição e negociação.

Por exemplo:
Empresa X
Ações existentes: 10.000.000
IPO: 30% = 3.000.000
Preço por ação: R$ 30
Total IPO = R$ 90.000.000,00

Na maioria dos casos o dinheiro do IPO entra para o caixa da empresa (Caso A). Mas existem muitos casos em que o IPO é uma oferta de venda de ações já existentes. Em outras palavras, são os sócios atuais que vendem parte de suas ações. Neste caso, o dinheiro do IPO não vai para o cofre da empresa, mas sim para o bolso dos sócios (Caso B).
Eu não subscrevo IPO do Caso B, porque isso não traz benefício para a empresa.
Agora tratemos da outra face da moeda: como vender as ações subscritas no IPO do Caso A.
Se as ações do IPO subirem na Bolsa, eu fico com elas por um bom tempo, ou até compro mais na Bolsa (fazer média para cima). Eu vendo quando o papel atinge P/L excessivo, ou quando preciso de dinheiro para subscrever outro IPO mais atraente.
Se as ações do IPO caírem na Bolsa, eu coloco um stop loss com a corretora (por exemplo, IPO foi a R$ 30,00, o papel não tem força para subir. Coloco uma ordem de venda a R$ 28,50, disposto a aceitar um prejuízo de 5%). Se a Bovespa está indo bem, os outros IPOs estão indo bem, e esta ação que eu subscrevi cai abaixo do preço de subscrição, “something is rotten in the Kingdom of Denmark!”

terça-feira, 29 de maio de 2007

Água

A commodity mais importante (mais do que o petróleo) para a humanidade é a água. Enquanto o petróleo é transacionado nas principais exchanges do mundo, não existe “contrato de água” em nenhuma commodity exchange. Nas bolsas de valores são transacionadas ações de petróleo (Exxon, Royal Dutch, Petrobrás, etc) mas ações de empresas de água são poucas e pouco conhecidas.
Recomendo duas ações de empresas de água para estimular os investidores a estudar e analisar o assunto:

A) Sabesp ON (Bovespa: SBSP3 - ADR: SBS)

A Sabesp fornece água para a cidade de São Paulo que tem 18 milhões de habitantes.
Em Porto Alegre, onde eu moro, a cada mês um funcionário do DMAE vem até a minha casa fazer a leitura no hidrômetro. O DMAE, então, calcula o consumo de água e faz a cobrança mensal através do banco.

Eu pergunto aos paulistanos se a Sabesp faz o mesmo trabalho que o DMAE em Porto Alegre? Será que a Sabesp não instalou um hidrômetro computadorizado que transmite, a cada instante, a leitura do consumo de água para um computador o qual imprime a conta mensal e que é mandada pelo correio para cada casa e apartamento? Assim poupa-se o custo de milhares de funcionários que visitam moradias para anotar os números nos hidrômetros.

B) Veolia Environnement (ADR: VE)

Veolia Environnement, com sede em Paris, é a maior companhia de água do mundo, líder em serviços ambientais: administração de água, waste management, serviços de energia e transporte público.

Contaram para mim que a cidade de Grenoble, no sul da França, queima o lixo e fornece água quente para os moradores. Não consigo acreditar ou desacreditar. Peço aos leitores deste blog que telefonem aos seus amigos na França para descobrir se isso é verdade. Se for verdade, tentem descobrir se a cidade de Grenoble fez o management outsourcing com a Veolia. Se isso ocorre de fato, considero Veolia e o water management como uma inovação que traz progresso para a sociedade e lucro aos acionistas.

Lembrem-se de ADM (Archer Daniel Midland) que destilou etanol do milho (uma inovação!). Vejam como a ação subiu nos últimos anos! E a Apple, com a sua inovação, o ipod???

Enviado por John Tong

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Petrobrás versus Petroquímica

Quando sobe o preço internacional do petróleo (Londres ou New York), as ações da Petrobrás tendem a subir, e as ações do setor petroquímico (Braskem, Suzano Petroquímica, Unipar, etc) tendem a cair.

A alta do preço do petróleo levanta o preço da nafta, que é a principal matéria prima para as empresas petroquímicas.
Neste momento (preço do petróleo entre US$ 65 e 70) aposto na queda dos preços do petróleo e da nafta pelos seguintes motivos:

a) as guerras no Oriente Médio devem arrefecer. O Congresso e o Senado americanos, tendo os democratas a maioria em ambas as casas, são contra o prolongamento do envolvimento americano nas guerras;


b) o consumo de petróleo e heating oil deve arrefecer na primavera e verão do hemisfério norte;

c) a China deve diminuir a taxa de crescimento para o nível sustentável. O resto da Ásia deve seguir os seus passos. O resto do mundo deve tag along também.

A eventual queda do preço da nafta beneficia as ações petroquímicas acima citadas. É a minha aposta! Comentários são bem-vindos!


Enviado por John Tong

terça-feira, 22 de maio de 2007

Como comprar ADR (resposta ao Sr. Anônimo)

Para comprar ADRs (American Depository Receipts), que são negociados nas bolsas americanas, o investidor precisa:

a) Ter US$ depositado em um banco americano ou europeu
b) Abrir uma conta em uma corretora americana ou européia
c) Dar uma ordem de compra para a sua corretora

Uma vez que a compra de ADR foi executada:

d) mandar o seu banco transferir a quantia necessária para a sua corretora
e) existe banco que também é corretora; existe corretora que também é banco. Assim tudo é mais fácil.
f) Deixar seu dinheiro na corretora. Após a compra, ela debita da sua conta; após a venda, ela credita na sua conta.

Enviado por John Tong

Allocation of Assets

Com especial atenção a Laura Porro que perguntou se deve vender o apartamento para comprar ações:

O investidor não deve colocar todos os ovos na mesma cesta. Alguém sugeriu a seguinte fórmula:

100 – idade = % em ações

exemplos:
A) 100 – 40 = 60% em ações
B) 100 – 70 = 30% em ações

Como eu pertenço ao caso B, eu deveria ter 30% em ações. Mas como eu não gosto de renda fixa e de imóveis, tenho 50% dos assets em ações. Pela fórmula, quando chegar a 100 anos de idade, é adeus às ações!
A Senhorita Laura pertence ao caso A. Ela poderia ter 60% em ações e o resto em renda fixa e imóveis. Um dia, quando as ações caírem e os imóveis subirem ela vai se consolar: “Graças a Deus, ainda tenho o meu apartamento!”

Enviado por John Tong

quarta-feira, 16 de maio de 2007

ON versus PN

No capítulo 11 do nosso livro, eu previ a dominância das ações ON sobre as ações PN.

Três anos depois, vamos reexaminar os acontecimentos:

• Petrobrás e Vale, ações de maior peso na Bovespa, continuam a negociar as ações ON com valores 10% acima das ações PN.

• Vivo ON, Brasil Telecom Participações ON e Telemar ON são cotadas na Bolsa com quase 100% de prêmio sobre as respectivas ações PN.

Eu troquei 200 (lotes de mil) Ambev PN a R$ 720 por 240 Ambev ON a R$ 600 em junho de 2005. Agora com os preços de ON e PN quase iguais, ganhei 20% a mais com a arbitragem.

Ultimamente, todos os lançamentos de ações (IPO – Initial Public Offering) são em ON (e por unidade, não por lote de mil). Assim a vida de investidor fica mais simples.

Quando escrevi o capítulo sobre ON versus PN em 2004, eu tive a idéia de lançar um fundo mútuo denominado “Fundo de Investimento ON”. Se tivesse sido lançado, teria sido um grande sucesso.

Enviado por John Tong

A Taxa de Câmbio e o ADR

Você gosta de ganhar dinheiro?
A resposta universal é: YES
Ou melhor ainda, YES se escreve ¥ € $

Nos últimos anos, $ tem se desvalorizado perante ¥ e €, devido aos déficits interno e externo dos Estados Unidos. O governo dos Estados Unidos (e também o FMI, Banco Mundial, BID e o mundo todo) reclama da China, país que tem o maior superávit comercial do mundo. Todos demandam que a China valorize a sua moeda renminbi (ou yuan), a fim de equilibrar o seu comércio com o mundo (diminuir as exportações e aumentar as importações). A China valorizou o renminbi em 7% como “face saving”, uma medida de diplomacia.

Mas a moeda que mais se valoriza no mundo não é o yen, nem o euro, tampouco é a libra ou o peso. É uma moeda que se chama real.

O Capitulo 3 do meu livro, “3 Gerações na Bolsa de Valores”, publicado em 2004, trata do American Depository Receipt (ADR) que é formado por:

Cotação na bolsa de origem dividido pela Taxa de câmbio

Por exemplo,

Vale on em 30/04/2004 estava cotada na Bovespa a R$ 19,94, o câmbio (R$/US$) a 2,93 e o ADR a US$ 6,80. Em 25/04/2007, a ação na Bovespa já estava a R$ 85,42--uma valorização de +328%, o real valorizou a 2,02 e o ADR a US$ 42,43--uma valorização de +524%.

Em 3 anos, Vale on em ADR subiu 45% ( 6.24/4.28 = 1.45 ou 45%) a mais do que Vale on cotado em reais na Bovespa, exatamente em função da valorização do real (de 2,93 para 2,02 por 1dólar) perante o dólar.

A vantagem de investir em ADRs sobre ações na Bovespa não pára por aí.
Há dois anos uma lei federal criou um imposto de 15% sobre o lucro obtido na venda de ações em bolsa de valores no Brasil. Mas o lucro obtido na venda de ADRs não sofre essa taxação. Eu protestei com diversos corretores de valores e até hoje não recebi uma explicação adequada sobre esse tratamento não equânime.

Quanto mais e mais investidores (pessoas físicas e instituições financeiras) fugirem da Bolsa brasileira para comprar e vender ADRs a fim de evitar o imposto de 15% sobre o lucro, o gradual esvaziamento da Bolsa brasileira poderá alertar a Bolsa, a CVM e os legisladores a reformular ou cancelar esse imposto (uma espécie de self fullfilling = o receio do “esvaziamento” evita o seu esvaziamento).

A Gazeta Mercantil publicou em 27 de abril de 2007, o artigo “Fundos já tem autorização para aplicar no exterior”:

“Com a medida, carteiras tradicionais como as de renda fixa poderão ter até 10% de seu patrimônio em outros países. Para os multimercados, o limite é maior, de até 20%. Os fundos poderão ficar mais seguros e sólidos, já que há bons ativos disponíveis em outros mercados. O setor de fundos, que já atinge um volume de R$ 1 trilhão, passa por um processo de sofisticação. Esse movimento, porém, esbarra na oferta limitada de ações, títulos, e derivativos no Brasil.”

Se os fundos podem aplicar no exterior, porque as pessoas físicas não podem aplicar no mercado de ADRs das ações brasileiras, que é tão bom ou melhor do que outros ativos no exterior? (e ainda se poupa 15% de imposto sobre o lucro).

Enviado por John Tong

segunda-feira, 14 de maio de 2007

A Regra 72

No capítulo 2 do nosso livro, descrevi a regra 72 como segue:

72 / taxa de juros compostos = número de anos para o retorno do capital

por exemplo: 72 / 6 = 12 anos
ou se você pedir dinheiro emprestado do banco ou de instituição financeira,

72 / tx.juros compostos = número de anos para a sua dívida duplicar, por exemplo: 72 / 9 = 8 anos.

Ofereço mais um exemplo:

Se o Royal Bank of Scotland cobra a taxa de juros compostos de 6% ao ano, o whisky Ballantine de 12 anos tem na sua composição de custos tanto juros quanto whisky. Portanto, você não está tomando whisky com gelo, você está tomando whisky com juros (metade whisky, metade juros!).

Enviado por John Tong.