
Você gosta de ganhar dinheiro?
A resposta universal é: YES
Ou melhor ainda, YES se escreve ¥ € $
Nos últimos anos, $ tem se desvalorizado perante ¥ e €, devido aos déficits interno e externo dos Estados Unidos. O governo dos Estados Unidos (e também o FMI, Banco Mundial, BID e o mundo todo) reclama da China, país que tem o maior superávit comercial do mundo. Todos demandam que a China valorize a sua moeda renminbi (ou yuan), a fim de equilibrar o seu comércio com o mundo (diminuir as exportações e aumentar as importações). A China valorizou o renminbi em 7% como “face saving”, uma medida de diplomacia.
Mas a moeda que mais se valoriza no mundo não é o yen, nem o euro, tampouco é a libra ou o peso. É uma moeda que se chama real.
O Capitulo 3 do meu livro, “3 Gerações na Bolsa de Valores”, publicado em 2004, trata do American Depository Receipt (ADR) que é formado por:
Cotação na bolsa de origem dividido pela Taxa de câmbio
Por exemplo,
Vale on em 30/04/2004 estava cotada na Bovespa a R$ 19,94, o câmbio (R$/US$) a 2,93 e o ADR a US$ 6,80. Em 25/04/2007, a ação na Bovespa já estava a R$ 85,42--uma valorização de +328%, o real valorizou a 2,02 e o ADR a US$ 42,43--uma valorização de +524%.
Em 3 anos, Vale on em ADR subiu 45% ( 6.24/4.28 = 1.45 ou 45%) a mais do que Vale on cotado em reais na Bovespa, exatamente em função da valorização do real (de 2,93 para 2,02 por 1dólar) perante o dólar.
A vantagem de investir em ADRs sobre ações na Bovespa não pára por aí.
Há dois anos uma lei federal criou um imposto de 15% sobre o lucro obtido na venda de ações em bolsa de valores no Brasil. Mas o lucro obtido na venda de ADRs não sofre essa taxação. Eu protestei com diversos corretores de valores e até hoje não recebi uma explicação adequada sobre esse tratamento não equânime.
Quanto mais e mais investidores (pessoas físicas e instituições financeiras) fugirem da Bolsa brasileira para comprar e vender ADRs a fim de evitar o imposto de 15% sobre o lucro, o gradual esvaziamento da Bolsa brasileira poderá alertar a Bolsa, a CVM e os legisladores a reformular ou cancelar esse imposto (uma espécie de self fullfilling = o receio do “esvaziamento” evita o seu esvaziamento).
A Gazeta Mercantil publicou em 27 de abril de 2007, o artigo “Fundos já tem autorização para aplicar no exterior”:
“Com a medida, carteiras tradicionais como as de renda fixa poderão ter até 10% de seu patrimônio em outros países. Para os multimercados, o limite é maior, de até 20%. Os fundos poderão ficar mais seguros e sólidos, já que há bons ativos disponíveis em outros mercados. O setor de fundos, que já atinge um volume de R$ 1 trilhão, passa por um processo de sofisticação. Esse movimento, porém, esbarra na oferta limitada de ações, títulos, e derivativos no Brasil.”
Se os fundos podem aplicar no exterior, porque as pessoas físicas não podem aplicar no mercado de ADRs das ações brasileiras, que é tão bom ou melhor do que outros ativos no exterior? (e ainda se poupa 15% de imposto sobre o lucro).
Enviado por John Tong